11/08/2016
Para que servem os movimentos sociais?
*Por Vitalina Gonçalves
A vida em sociedade é eivada de conflitos motivados por disputas em torno de bens materiais, culturais e simbólicos. Inventamos a política para vivermos em coletividade. A ausência da política transforma a vida social em um campo de batalha.
Recentemente, as civilizações deram um passo adiante e inventaram a democracia para garantir equanimidade de expressão e aquisição de direitos. Uma sociedade democrática não se caracteriza apenas pela formalidade de suas instituições, mas quando assegura que quem dela participa tenha acesso a bens. Portanto, a desigualdade é um ataque frontal à ideia de democracia. Até os liberais mais sensatos reconhecem esses pressupostos.
Neste momento de exacerbação dos conflitos políticos é comum emergirem opiniões infectadas de preconceitos contra os movimentos sociais. Essa postura remonta ao início do século passado, quando os imigrantes, negando-se a serem tratados como escravos assalariados, decidiram protestar. À época bradavam as elites: “pau neles”, “são vadios”.
Não fossem os negros “fujões” os senhores de engenho teriam alongado a escravidão. O que seria das mulheres sem as “loucas” sufragistas que lutaram pelo direito a voto? O que seria do direito do trabalho se não fossem os “baderneiros” que lutaram pela redução da jornada de trabalho, intervalo para almoço, férias, direito a aposentadoria, etc?
O que seria da humanidade se os camponeses não se insurgissem contra o regime feudal? O que seria do capitalismo sem os “agitadores” da revolução francesa, que abriram espaço para que a burguesia, pelo menos uma vez, se apresentasse como classe rompedora de grilhões? O que seria da civilização sem a rebeldia dos jovens?
Todo poder constituído, principalmente quando usurpado, gera reações e contrapoderes, que se manifestam na forma de movimentos sociais. Querer criminalizá-los ou eliminá-los é um flerte perigoso com o fascismo ou demonstração de ignorância e preconceito, comportamentos hoje em alta na sociedade, porém na contramão de uma cultura respeitosa, humana e democrática.
*Vitalina Gonçalves é diretora da CUT-RS e integrante da Frente Brasil Popular-RS.
A vida em sociedade é eivada de conflitos motivados por disputas em torno de bens materiais, culturais e simbólicos. Inventamos a política para vivermos em coletividade. A ausência da política transforma a vida social em um campo de batalha.
Recentemente, as civilizações deram um passo adiante e inventaram a democracia para garantir equanimidade de expressão e aquisição de direitos. Uma sociedade democrática não se caracteriza apenas pela formalidade de suas instituições, mas quando assegura que quem dela participa tenha acesso a bens. Portanto, a desigualdade é um ataque frontal à ideia de democracia. Até os liberais mais sensatos reconhecem esses pressupostos.
Neste momento de exacerbação dos conflitos políticos é comum emergirem opiniões infectadas de preconceitos contra os movimentos sociais. Essa postura remonta ao início do século passado, quando os imigrantes, negando-se a serem tratados como escravos assalariados, decidiram protestar. À época bradavam as elites: “pau neles”, “são vadios”.
Não fossem os negros “fujões” os senhores de engenho teriam alongado a escravidão. O que seria das mulheres sem as “loucas” sufragistas que lutaram pelo direito a voto? O que seria do direito do trabalho se não fossem os “baderneiros” que lutaram pela redução da jornada de trabalho, intervalo para almoço, férias, direito a aposentadoria, etc?
O que seria da humanidade se os camponeses não se insurgissem contra o regime feudal? O que seria do capitalismo sem os “agitadores” da revolução francesa, que abriram espaço para que a burguesia, pelo menos uma vez, se apresentasse como classe rompedora de grilhões? O que seria da civilização sem a rebeldia dos jovens?
Todo poder constituído, principalmente quando usurpado, gera reações e contrapoderes, que se manifestam na forma de movimentos sociais. Querer criminalizá-los ou eliminá-los é um flerte perigoso com o fascismo ou demonstração de ignorância e preconceito, comportamentos hoje em alta na sociedade, porém na contramão de uma cultura respeitosa, humana e democrática.
*Vitalina Gonçalves é diretora da CUT-RS e integrante da Frente Brasil Popular-RS.
SINDICALIZE-SE
MAIS ARTIGOS
- Bancários são CLT Premium?
- Primeira mesa com banqueiros vai discutir o emprego bancário
- Algoritmos a serviço do lucro e da propagação do discurso de ódio
- PLR é resultado da luta dos trabalhadores!
- Banesprev: O Plano II e as contribuições extraordinárias
- Impacto da inteligência artificial nos empregos: tecnologia não pode ser vilã
- CABESP: Fraude e Desperdício na área da Saúde
- Reajuste salarial dos bancários representa acréscimo anual de R$ 2,7 bilhões na economia
- Negociação coletiva é o melhor instrumento para tratar das questões do mundo do trabalho
- A Caixa é do Brasil e não moeda de troca política
- Funcef: entrevista exclusiva com presidente Ricardo Pontes
- O que muda com a Reforma Tributária?
- Bancos públicos devem voltar a estimular a economia por meio da oferta de crédito
- Demissão em Massa - Quais são os direitos de quem foi demitido?
- Mulheres à frente de bancos públicos representam avanços em conquistas históricas