Organizar a resistência é a palavra de ordem
*Por Apcef/SP
Que o dia 11 de maio de 2016 vai entrar para a história do País, isso todos sabem. O que muitas pessoas vão se dar conta, com o passar das semanas, é que esse dia marca a história principalmente dos trabalhadores e das classes minoritárias.
A mudança é, sim, radical. Não se impediu apenas que a presidenta Dilma Rousseff continue a comandar o Brasil. Determinou-se que um projeto que priorizava os trabalhadores do campo e da cidade, a juventude, as mulheres e aqueles que nunca tiveram voz fossem ouvidos. Impediu-se que a pessoa escolhida pelo voto popular, que o projeto escolhido por mais de 54 milhões de brasileiros, tivesse continuidade.
Os projetos são muitos claros e distintos nesse momento da história. Já convivemos com os dois modelos anteriormente.
De 1995 a 2002, a Caixa foi conduzida de acordo com o projeto neoliberal, que volta agora por conta de manobras políticas e da força da mídia dominante. E, contra fatos, não há argumentos.
Em 1994, a Caixa contava com 65 mil empregados. No último ano de FHC, havia pouco mais de 55 mil bancários. Foram 10 anos com reajustes abaixo da inflação - o INPC acumulado de 1995 a 2002 foi de 104,8% e o reajuste dos trabalhadores da Caixa no período somou apenas 28,3% (20,94% em 1995, 1% em 1998 e 5% em 2002).
De 2002 até agora, os empregados da Caixa conquistaram o pagamento da PLR e da PLR Social, equiparação do valor da cesta-alimentação ao da categoria bancária, contratação de trabalhadores (que agora somam mais de 95 mil), redução da terceirização e aumento real (nos últimos 12 anos registrou-se 20,83% de aumento real nos salários, 42,3% nos pisos e 26,3% nos vales alimentação e refeição). Os trabalhadores da Caixa passaram a ter direito às conquistas da Convenção Coletiva da categoria bancária, o que antes não acontecia.
Os dias que se seguem à derrota do governo Dilma trazem consigo sérias ameaças. Projetos em tramitação no Congresso Nacional - que estavam sendo barrados até o momento por conta do projeto político do antigo governo - e os programas do partido derrotado nas urnas anunciam privatizações, fim da política de reajustes do salário-mínimo, mexe com a previdência e com os direitos dos aposentados, anula vinculações constitucionais da saúde e da educação.
E não pense que essas mudanças serão apenas em Brasília. Elas afetam você, seu patrimônio, seu trabalho, sua aposentadoria, seu reajuste salarial, sua PLR...
Qual a nossa postura agora?
Assim como sempre, a Apcef/SP defende os empregados da Caixa, os direitos dos trabalhadores e os projetos que priorizam a Caixa como banco público e social e que querem o crescimento do banco e não sua entrega ao mercado.
Para fortalecer essa luta, todos os empregados da Caixa têm de estar do mesmo lado. Do lado que defende os seus direitos, o banco e as conquistas dos trabalhadores. Participe das reuniões, atos, manifestações organizadas pelas entidades. Denuncie, resista!
Só assim, vamos continuar a ver o banco crescer e a fortalecer uma política que prioriza a sociedade e não o lucro. Não podemos assistir sentados ao desmonte da Caixa e do País.
Organizar a resistência é a palavra de ordem.
*Diretoria da Apcef/SP
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