17/06/2025
Movimento sindical expõe relação entre aumento de fintechs e precarização no setor financeiro

Em uma entrevista para o portal de notícias Poder360, o secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gustavo Tabatinga, expôs os impactos do aumento expressivo de empresas de tecnologia (as chamadas fintechs) no setor financeiro do país.
"Diferentemente dos bancos, [as fintechs] não cumprem as mesmas exigências de capital e controle, o que aumenta os riscos para clientes e trabalhadores", observou o dirigente. "[As fintechs] não criaram uma lógica [de relação trabalhista], mas vieram quebrar a existente: desregular, uberizar e subcontratar", registrou Tabatinga.
"Uberização" é um termo que vem sendo utilizado nas ciências sociais para se referir ao estabelecimento de um modelo de exploração da força de trabalho que resulta na eliminação de direitos e transferência de riscos e custos para os trabalhadores. “Funcionários atuam [nessas fintechs] como bancários, mas são contratados [por exemplo] como comerciários, com salários e direitos inferiores”, ressaltou o secretário-geral da Contraf-CUT.
A entrevista foi concedida em decorrência de uma manifestação, apoiada pelo movimento sindical bancário, de trabalhadores do banco digital C6 Bank, por não ter realizado o pagamento integral da Participação de Lucros e Resultados (PLR) aos funcionários.
O C6 Bank foi fundado como fintech, em 2018, portanto antes estava submetido a obrigações legais diferentes das obrigações dos bancos tradicionais. Em 2019, entretanto, recebeu a licença para operar como um banco tradicional.
Na entrevista ao Poder 360, Tabatinga ressaltou que, ao contrário do que muitos acabam acreditando, as fintechs não trouxeram mudanças disruptivas para o sistema financeiro, uma vez que os bancos tradicionais também oferecem às mesmas tecnologias digitais, por aplicativo. "As fintechs inovam ao não seguir legislações trabalhista, fiscal e regulatória", pontuou.
Ele ressaltou que, nos últimos anos, houve um aumento expressivo de fintechs e instituições de pagamento atuando com serviços bancários. De 2019 até 2024, as fintechs reguladas pelo Banco Central saltaram de 34 para 258. Mas o total, incluindo as que não são reguladas, ultrapassa 1.000.
"Essa transformação dificultou as negociações. Bancos tradicionais migraram operações para o digital, substituindo funções tradicionais por trabalhadores de TI. Além disso, há uma pressão por desregulamentação, como o aumento da jornada de trabalho de 6 para 8 horas. Se não fosse a forte organização sindical, as mudanças teriam sido ainda mais profundas", concluiu Tabatinga, reforçando o papel do movimento sindical para assegurar direitos trabalhistas no setor.
> Para acessar a entrevista na íntegra, clique aqui.
"Diferentemente dos bancos, [as fintechs] não cumprem as mesmas exigências de capital e controle, o que aumenta os riscos para clientes e trabalhadores", observou o dirigente. "[As fintechs] não criaram uma lógica [de relação trabalhista], mas vieram quebrar a existente: desregular, uberizar e subcontratar", registrou Tabatinga.
"Uberização" é um termo que vem sendo utilizado nas ciências sociais para se referir ao estabelecimento de um modelo de exploração da força de trabalho que resulta na eliminação de direitos e transferência de riscos e custos para os trabalhadores. “Funcionários atuam [nessas fintechs] como bancários, mas são contratados [por exemplo] como comerciários, com salários e direitos inferiores”, ressaltou o secretário-geral da Contraf-CUT.
A entrevista foi concedida em decorrência de uma manifestação, apoiada pelo movimento sindical bancário, de trabalhadores do banco digital C6 Bank, por não ter realizado o pagamento integral da Participação de Lucros e Resultados (PLR) aos funcionários.
O C6 Bank foi fundado como fintech, em 2018, portanto antes estava submetido a obrigações legais diferentes das obrigações dos bancos tradicionais. Em 2019, entretanto, recebeu a licença para operar como um banco tradicional.
Na entrevista ao Poder 360, Tabatinga ressaltou que, ao contrário do que muitos acabam acreditando, as fintechs não trouxeram mudanças disruptivas para o sistema financeiro, uma vez que os bancos tradicionais também oferecem às mesmas tecnologias digitais, por aplicativo. "As fintechs inovam ao não seguir legislações trabalhista, fiscal e regulatória", pontuou.
Ele ressaltou que, nos últimos anos, houve um aumento expressivo de fintechs e instituições de pagamento atuando com serviços bancários. De 2019 até 2024, as fintechs reguladas pelo Banco Central saltaram de 34 para 258. Mas o total, incluindo as que não são reguladas, ultrapassa 1.000.
"Essa transformação dificultou as negociações. Bancos tradicionais migraram operações para o digital, substituindo funções tradicionais por trabalhadores de TI. Além disso, há uma pressão por desregulamentação, como o aumento da jornada de trabalho de 6 para 8 horas. Se não fosse a forte organização sindical, as mudanças teriam sido ainda mais profundas", concluiu Tabatinga, reforçando o papel do movimento sindical para assegurar direitos trabalhistas no setor.
> Para acessar a entrevista na íntegra, clique aqui.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Movimento sindical expõe relação entre aumento de fintechs e precarização no setor financeiro
- Saúde não é privilégio, é direito! Empregados de Catanduva e região vão à luta contra os ataques ao Saúde Caixa
- Quem ganha e quem perde com a redução da meta atuarial?
- Itaú: Demissões por justa causa crescem e movimento sindical alerta para procedimentos incorretos
- Dia Nacional de Luta: Empregados reivindicam reajuste zero do Saúde Caixa
- Afubesp denuncia violência contra idosos cometida pelo Santander
- Audiência Pública na Alesp denuncia projeto de terceirização fraudulenta do Santander e os impactos sociais do desmonte promovido pelo banco
- Conheça os eixos temáticos dos debates das conferências regionais e estaduais dos bancários
- Inscrições abertas para o 2º Festival Nacional de Música Autoral da Contraf-CUT
- Conferência Livre de Mulheres Trabalhadoras da CUT-SP destaca desafios da autonomia econômica feminina no Brasil
- Coletivo Nacional de Segurança Bancária debate propostas para reforçar a proteção nas agências
- Contraf-CUT, Fenaban e Ceert avançam nos debates para o 4º Censo da Diversidade
- Saúde dos bancários em foco: Sindicato participa de seminário sobre NR-1
- Dia Nacional de Luta mobilizará empregados por reajuste zero nas mensalidades e melhorias no Saúde Caixa
- Folga assiduidade: bancários têm até 31 de agosto para usufruí-la