18/11/2024
O sangue dos ancestrais negros continua a ser derramado, agora pelas ações policiais

Em pleno século XXI, o racismo e a desigualdade racial permanecem dolorosas e evidentes no Brasil, atingindo a população negra de forma alarmante, especialmente por meio da violência policial. Para Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, "o sangue dos ancestrais negros continua a ser derramado, agora pelas ações policiais". Esta afirmação é sustentada por dados estarrecedores que revelam o impacto desproporcional da violência do Estado sobre a população negra.
Segundo um estudo da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado recentemente, 90% dos mortos por ações policiais em 2023 eram negros. Ao longo do ano, uma pessoa negra morreu a cada quatro horas em intervenções policiais em nove estados do Brasil, resultando em um total de 4.025 mortes. Entre os casos com informações sobre a raça das vítimas, 87,8% eram negras, evidenciando a persistência de uma realidade de exclusão e violência.
A distribuição geográfica desses dados também é preocupante, com estados como Pernambuco (95,7%) e Bahia (94,6%) apresentando as maiores proporções de mortes de pessoas negras. Almir Aguiar ressalta que, "no Nordeste, fica ainda mais evidente que a miséria e a desigualdade são, acima de tudo, de causa racial". A situação no Rio de Janeiro é particularmente crítica, onde o índice de pretos assassinados é exacerbado por políticas de segurança que, segundo Aguiar, priorizam a violência e acabam por perpetuar o "genocídio de pessoas negras".
Genocídio negro e o papel dos governos
Almir Aguiar critica diretamente a atuação de governos estaduais, como o de Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, que são acusados de adotar práticas de segurança pública discriminatórias. Para ele, as políticas de “atirar primeiro e perguntar depois” contribuem para o aumento da violência contra a população negra, especialmente nas favelas e periferias, onde se concentram as comunidades mais pobres e vulneráveis.
Aguiar observa ainda que a violência e a discriminação são alimentadas pela falta de um projeto nacional de segurança pública, embora os governadores estaduais também carreguem suas responsabilidades. Ele enfatiza que "nosso país precisa de uma nova polícia, cidadã, que seja respeitada e não temida pelos trabalhadores das regiões e bairros mais pobres", apontando que o perfil de policiamento atual carrega resquícios da ditadura militar, na qual o tratamento diferenciado entre jovens brancos e negros é evidente.
Exclusão e desigualdade estrutural
Para Almir Aguiar, o Dia Nacional de Zumbi da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um lembrete crucial da necessidade de combater essa exclusão histórica e estrutural. "Não haverá justiça social sem a justiça racial", declara, ao ressaltar que as raízes do problema são culturais e históricas, e que uma transformação verdadeira dependerá do esforço coletivo de toda a sociedade. Segundo ele, a comunidade negra está na vanguarda dessa luta, com uma longa história de resistência e o legado de seus ancestrais.
A mensagem de Almir Aguiar é contundente e clara: o combate ao racismo e à discriminação é essencial para a construção de um Brasil mais justo e igualitário. Como ele conclui, "este sangue continua sendo derramado nas guerras urbanas e isto não pode continuar. É urgente que a sociedade brasileira se mobilize para mudar essa trágica realidade e construir uma nação livre do racismo e das desigualdades.”
Segundo um estudo da Rede de Observatórios da Segurança, divulgado recentemente, 90% dos mortos por ações policiais em 2023 eram negros. Ao longo do ano, uma pessoa negra morreu a cada quatro horas em intervenções policiais em nove estados do Brasil, resultando em um total de 4.025 mortes. Entre os casos com informações sobre a raça das vítimas, 87,8% eram negras, evidenciando a persistência de uma realidade de exclusão e violência.
A distribuição geográfica desses dados também é preocupante, com estados como Pernambuco (95,7%) e Bahia (94,6%) apresentando as maiores proporções de mortes de pessoas negras. Almir Aguiar ressalta que, "no Nordeste, fica ainda mais evidente que a miséria e a desigualdade são, acima de tudo, de causa racial". A situação no Rio de Janeiro é particularmente crítica, onde o índice de pretos assassinados é exacerbado por políticas de segurança que, segundo Aguiar, priorizam a violência e acabam por perpetuar o "genocídio de pessoas negras".
Genocídio negro e o papel dos governos
Almir Aguiar critica diretamente a atuação de governos estaduais, como o de Cláudio Castro (PL) no Rio de Janeiro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, que são acusados de adotar práticas de segurança pública discriminatórias. Para ele, as políticas de “atirar primeiro e perguntar depois” contribuem para o aumento da violência contra a população negra, especialmente nas favelas e periferias, onde se concentram as comunidades mais pobres e vulneráveis.
Aguiar observa ainda que a violência e a discriminação são alimentadas pela falta de um projeto nacional de segurança pública, embora os governadores estaduais também carreguem suas responsabilidades. Ele enfatiza que "nosso país precisa de uma nova polícia, cidadã, que seja respeitada e não temida pelos trabalhadores das regiões e bairros mais pobres", apontando que o perfil de policiamento atual carrega resquícios da ditadura militar, na qual o tratamento diferenciado entre jovens brancos e negros é evidente.
Exclusão e desigualdade estrutural
Para Almir Aguiar, o Dia Nacional de Zumbi da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é um lembrete crucial da necessidade de combater essa exclusão histórica e estrutural. "Não haverá justiça social sem a justiça racial", declara, ao ressaltar que as raízes do problema são culturais e históricas, e que uma transformação verdadeira dependerá do esforço coletivo de toda a sociedade. Segundo ele, a comunidade negra está na vanguarda dessa luta, com uma longa história de resistência e o legado de seus ancestrais.
A mensagem de Almir Aguiar é contundente e clara: o combate ao racismo e à discriminação é essencial para a construção de um Brasil mais justo e igualitário. Como ele conclui, "este sangue continua sendo derramado nas guerras urbanas e isto não pode continuar. É urgente que a sociedade brasileira se mobilize para mudar essa trágica realidade e construir uma nação livre do racismo e das desigualdades.”
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