30/09/2024
100 Anos do Itaú Unibanco

Na última sexta-feira (27), o Itaú Unibanco comemorou seu centenário, sendo o maior banco da América Latina, com R$ 2,9 trilhões em ativos e uma carteira de crédito que ultrapassa R$ 1 trilhão. No entanto, para Carlos Damarindo, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário do banco, os 100 anos de história celebrados pelos banqueiros Setubal e Salles escondem uma realidade amarga para os trabalhadores.
Segundo a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, Valeska Pincovai, o banco enviou uma mensagem aos funcionários da ativa e aposentados dizendo que, “há um século o Itaú está presente na vida de milhões de brasileiros. E, junto com você, estamos construindo os próximos 100 anos. Neste dia 27 de setembro, agradecemos a você por este marco extraordinário na nossa história”.
“A mensagem é muito bonita! Mas, para se tornar realidade, o banco deveria olhar com atenção e cuidado para quem o ajudou a esse seu império financeiro”, disse Valeska, ao acrescentar que o movimento de representação sindical dos empregados solicita negociação sobre o plano de saúde para os trabalhadores aposentados do banco.
"A história que eles contam começa com a fundação do Unibanco há 100 anos, e não do Itaú. A fusão entre os dois só aconteceu em 2008, mas o discurso oficial faz parecer que sempre foi assim. E, nesse centenário, a comemoração esconde muita maldade", afirma Damarindo.
O dirigente destaca que, ao longo das últimas décadas, o Itaú Unibanco se modernizou rapidamente, investindo em novas ferramentas tecnológicas e migrando seu sistema para a nuvem. No entanto, segundo ele, o processo de modernização ignorou o principal protagonista: o trabalhador bancário. "O bancário, que antes era chamado de colaborador, agora é tratado como 'ituber'. Isso não é uma mera mudança de nomenclatura; é uma mudança na forma como o trabalhador é visto pela instituição", critica Damarindo.
Em uma recente entrevista ao jornal Valor Econômico, o banqueiro Roberto Setubal afirmou que o Itaú é "sócio do Brasil" e que o banco depende do crescimento do país para crescer. Damarindo, no entanto, vê a situação de forma diferente. "Faltou ele dizer que o banco contribuiu para muitos dos problemas que enfrentamos hoje, como todo o sistema financeiro brasileiro", comenta.
A fusão entre Unibanco e Itaú trouxe uma cultura de gestão rígida e implacável com os bancários, segundo Damarindo. "A pressão para atingir metas, o assédio moral e a falta de preocupação com o bem-estar dos funcionários transformaram o banco em uma fábrica de adoecidos. Centenas de homens e mulheres perderam sua saúde física e mental devido à cultura de gestão agressiva", relata.
Damarindo também criticou as recentes declarações de Setubal e Salles sobre o futuro do banco. "Eles falaram que, para manter a liderança diante das novas tecnologias e fintechs, vão fechar mais agências e que não precisam mais de gerentes. Mas, as metas para os bancários continuam as mesmas", aponta.
O diretor da Contraf-CUT conclui ressaltando que, apesar do discurso triunfalista dos banqueiros, não há motivos para comemorar os 100 anos do Itaú Unibanco. "Hoje, trabalhar no banco é apenas um momento passageiro. A fidelidade que existia no passado desapareceu. O bancário está endividado, estressado, e não consegue ter segurança financeira nem projetar seu futuro. Para nós, trabalhadores, não há o que celebrar", finaliza Damarindo.
"Infelizmente, hoje, o Itaú possui uma cultura que não pratica aquilo que prega em suas publicidades bilionárias. Muitas de suas áreas se transformaram em ambientes tão carregados de pressão por metas e assédio moral que acabam adoecendo os trabalhadores. Após a reforma trabalhista, a situação piorou, com o banco se valendo amplamente dessa ”flexibilização” para reduzir seus custos trabalhistas e aumentar ainda mais os seus lucros estratosféricos à custa do emprego dos trabalhadores. Nossa forma de parabenizar os trabalhadores, que são os que constroem diariamente a história centenária do Itaú, é reforçando nosso compromisso com a defesa dos direitos da categoria e a manutenção dos locais de trabalho, com condições decentes e valorização dos bancários e bancárias", acrescenta o diretor do Sindicato, Ricardo Jorge Nassar Junior.
Segundo a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, Valeska Pincovai, o banco enviou uma mensagem aos funcionários da ativa e aposentados dizendo que, “há um século o Itaú está presente na vida de milhões de brasileiros. E, junto com você, estamos construindo os próximos 100 anos. Neste dia 27 de setembro, agradecemos a você por este marco extraordinário na nossa história”.
“A mensagem é muito bonita! Mas, para se tornar realidade, o banco deveria olhar com atenção e cuidado para quem o ajudou a esse seu império financeiro”, disse Valeska, ao acrescentar que o movimento de representação sindical dos empregados solicita negociação sobre o plano de saúde para os trabalhadores aposentados do banco.
"A história que eles contam começa com a fundação do Unibanco há 100 anos, e não do Itaú. A fusão entre os dois só aconteceu em 2008, mas o discurso oficial faz parecer que sempre foi assim. E, nesse centenário, a comemoração esconde muita maldade", afirma Damarindo.
O dirigente destaca que, ao longo das últimas décadas, o Itaú Unibanco se modernizou rapidamente, investindo em novas ferramentas tecnológicas e migrando seu sistema para a nuvem. No entanto, segundo ele, o processo de modernização ignorou o principal protagonista: o trabalhador bancário. "O bancário, que antes era chamado de colaborador, agora é tratado como 'ituber'. Isso não é uma mera mudança de nomenclatura; é uma mudança na forma como o trabalhador é visto pela instituição", critica Damarindo.
Em uma recente entrevista ao jornal Valor Econômico, o banqueiro Roberto Setubal afirmou que o Itaú é "sócio do Brasil" e que o banco depende do crescimento do país para crescer. Damarindo, no entanto, vê a situação de forma diferente. "Faltou ele dizer que o banco contribuiu para muitos dos problemas que enfrentamos hoje, como todo o sistema financeiro brasileiro", comenta.
A fusão entre Unibanco e Itaú trouxe uma cultura de gestão rígida e implacável com os bancários, segundo Damarindo. "A pressão para atingir metas, o assédio moral e a falta de preocupação com o bem-estar dos funcionários transformaram o banco em uma fábrica de adoecidos. Centenas de homens e mulheres perderam sua saúde física e mental devido à cultura de gestão agressiva", relata.
Damarindo também criticou as recentes declarações de Setubal e Salles sobre o futuro do banco. "Eles falaram que, para manter a liderança diante das novas tecnologias e fintechs, vão fechar mais agências e que não precisam mais de gerentes. Mas, as metas para os bancários continuam as mesmas", aponta.
O diretor da Contraf-CUT conclui ressaltando que, apesar do discurso triunfalista dos banqueiros, não há motivos para comemorar os 100 anos do Itaú Unibanco. "Hoje, trabalhar no banco é apenas um momento passageiro. A fidelidade que existia no passado desapareceu. O bancário está endividado, estressado, e não consegue ter segurança financeira nem projetar seu futuro. Para nós, trabalhadores, não há o que celebrar", finaliza Damarindo.
"Infelizmente, hoje, o Itaú possui uma cultura que não pratica aquilo que prega em suas publicidades bilionárias. Muitas de suas áreas se transformaram em ambientes tão carregados de pressão por metas e assédio moral que acabam adoecendo os trabalhadores. Após a reforma trabalhista, a situação piorou, com o banco se valendo amplamente dessa ”flexibilização” para reduzir seus custos trabalhistas e aumentar ainda mais os seus lucros estratosféricos à custa do emprego dos trabalhadores. Nossa forma de parabenizar os trabalhadores, que são os que constroem diariamente a história centenária do Itaú, é reforçando nosso compromisso com a defesa dos direitos da categoria e a manutenção dos locais de trabalho, com condições decentes e valorização dos bancários e bancárias", acrescenta o diretor do Sindicato, Ricardo Jorge Nassar Junior.
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