12/08/2024

Sindicato se mobiliza por valorização da categoria e cobra proposta decente da Fenaban

O Sindicato de Catanduva e região se une aos bancários e bancárias de todo o país para cobrar dos bancos a valorização da categoria, com aumento real nos salários, PLR e demais remunerações, incluindo VA e VR.

Diretores da entidade percorreram as agências, na manhã desta segunda-feira (12), para dialogar com os trabalhadores sobre a importância da mobilização para o sucesso da Campanha Nacional e informar sobre o andamento das negociações através da distribuição de um material especial, além de debater com clientes e usuários dos serviços bancários sobre as reivindicações da categoria, que têm impacto também sobre a população.

A atividade faz parte do Dia Nacional de Luta, conclamado pelo Comando Nacional dos Bancários, e antecede a 7ª rodada de negociação com a Fenaban, que tem como tema central as cláusulas econômicas.

“Além dos lucros exorbitantes, registrados ano após ano, os bancos sempre mantiveram rentabilidade significativa no país, mesmo em momentos de crise. Entre 2003 e 2023, o lucro dos cinco maiores bancos cresceu 169% acima da inflação. Ou seja, as instituições financeiras têm total condições de atender às reivindicações da categoria, mas até o momento não apresentaram propostas e até sugeriram precarizar salários e empregos. É um total desrespeito com quem acorda todos os dias, deixa sua casa e sua família, e trabalha exaustivamente para construir esses resultados bilionários”, indigna-se o presidente do Sindicato, Roberto Vicentim.
 

Além dos excelentes resultados do setor, apenas com as receitas de tarifas os bancos cobrem em mais de 100% suas folhas de pessoal. Em 2023, a média de cobertura das despesas de pessoal com receitas de tarifas foi de 127%. Soma-se ao bom desempenho das instituições financeiras o melhor cenário econômico, com o menor índice de desemprego desde 2014 (menos de 7%), uma leve queda no índice de endividamento das famílias e redução gradativa da inflação.

“A reivindicação para que os bancários tenham direito a uma remuneração justa e que corresponda aos seus esforços, no seu dia a dia, é uma questão de justiça social. A Fenaban também tem de vir para a próxima mesa com proposta decente de remuneração e que dialogue com nossas reivindicações também em defesa dos empregos, dos direitos, na questão da igualdade salarial entre homens e mulheres, na questão do combate ao assédio moral e de medidas para a defesa da saúde física e mental da categoria. A valorização dos trabalhadores perpassa todas essas questões”, reforça o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
 

Enquanto os bancos aumentam seus lucros, o emprego no sistema financeiro sofre uma transformação prejudicial aos trabalhadores, com o fechamento de agências e redução de postos de trabalho. E é prejudicial também à população, que precisa de atendimento. Entre 2012 e 2022, a categoria bancária sofreu redução de 79,5 mil postos de trabalho (- 16%), revelam dados do Dieese, que aponta também que, no acumulado de doze meses, encerrados em abril de 2024, os bancos fecharam 3.325 postos de trabalho. Enquanto isso, em 2023, o total de gastos e investimentos dos bancos brasileiros com tecnologia foi de R$ 39 bilhões, e para 2024 a perspectiva é de crescimento de 21%, chegando a mais de R$ 47 bilhões. 

"Além do modelo concentrador de renda do país, o resultado dos bancos é construído com base em um forte processo de digitalização, reestruturação e surgimento de novos modelos de negócios. A solução é lutar de forma urgente por um sistema financeiro que sirva ao desenvolvimento econômico do país e não se alimente das dificuldades da população para aumentar seus resultados. E isso está diretamente relacionado com a valorização justa de todo o trabalho e dedicação dos bancários e bancárias, pois o aumento na renda da categoria reflete em maior consumo, estimulando os mais diversos setores da economia, gerando empregos e criando um ciclo virtuoso que amplia o desenvolvimento do país e cria melhores condições de vida para todos”, acrescentou Vicentim.

"As discussões precisam avançar com a Fenaban. E para isso a sua participação, bancário e bancária, é fundamental. Sem mobilização não há conquistas! Quanto maior a pressão sobre os bancos, maior será também nossa força de negociação”, concluiu o secretário de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Luiz Eduardo de M. Freire (Sadam).

 
Fonte: Seeb Catanduva

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