07/08/2024

Itaú tem lucro recorde, mas falta com respeito aos trabalhadores

No primeiro semestre de 2024, o Itaú Unibanco atingiu um lucro líquido recorrente gerencial de R$ 19,843 bilhões, representando um aumento de 15,5% em relação ao mesmo período de 2023. No segundo trimestre de 2024, o lucro líquido gerencial foi de R$ 10,072 bilhões, uma alta de 3,1% em relação ao trimestre anterior.

Esse desempenho foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira com clientes, resultado de TVM, e redução das despesas com PDD e captação. A carteira de crédito do banco também cresceu, atingindo R$ 1,254 trilhões, com destaque para operações de crédito pessoal, veículos e imobiliário.

Apesar dos resultados financeiros robustos, a situação dos trabalhadores do banco se mostra preocupante. Valeska Pincovai, coordenadora da COE Itaú, expressou preocupação com a postura do banco em relação à manutenção dos postos de trabalho. "Com um lucro altíssimo desses, o banco tem condições de manter os postos de trabalho, aliás, criar novos ao invés de eliminar, como vem fazendo. Não precisa terceirizar e precarizar o trabalho como vem acontecendo em diversas áreas," afirmou.

As declarações de Valeska destacam a contradição entre os lucros recordes e as condições de trabalho dos bancários. Segundo ela, "Este lucro é graças ao trabalho dos bancários e bancárias que vêm cada vez mais adoecendo nos locais de trabalho por pressão e metas abusivas."

Além disso, Valeska chamou a atenção para a necessidade de uma responsabilidade social autêntica por parte do Itaú. "O Itaú pode fazer diferença valorizando seus trabalhadores, respeitando e principalmente atendendo as nossas reivindicações da Campanha Nacional, que são justas! O Itaú precisa ter responsabilidade social de verdade, e não somente apresentar nos comerciais de TV, para fazer para toda população brasileira acreditar que ele tem," ressaltou a coordenadora da COE Itaú.

As palavras da coordenadora da COE corroboram os protestos realizados pelo Sindicato recentemente em virtude do anúncio de fechamento de mais uma agência na base da entidade. Na terça-feira (6), dirigentes sindicais estiveram em frente a unidade do banco em Ibirá realizando uma ação pública para denunciar à população os prejuízos da medida e cobrar garantias de emprego aos funcionários. 

"O fechamento desta agência, após mais de anos presente no município, deixa centenas de clientes que acreditaram no banco abandonados, sobretudo aposentados, e instaura um clima de terror entre os bancários. Isso afeta diretamente ainda a economia e o comércio local, pois a unidade do banco mais próxima fica localizada no munícipio de Catanduva, fazendo com que as pessoas tenham que se deslocar cerca de 35 km se quiserem utilizar os serviços presenciais. A categoria bancária sofre com o adoecimento devido à sobrecarga, enquanto os clientes enfrentam a superlotação das unidades bancárias remanescentes", acrescentou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Ricardo Jorge Nassar Jr.

O relatório financeiro do Itaú revela que, apesar do crescimento da receita com prestação de serviços e tarifas bancárias, que somou cerca de R$ 24,405 bilhões, o banco fechou 1.785 postos de trabalho nos últimos doze meses. Ao final do segundo trimestre de 2024, a holding contava com 86.293 empregados no país e fechou 175 agências físicas em um ano.

"Passou da hora do banco fazer sua parte para o crescimento do país, gerando mais empregos," disse. “Os trabalhadores do Itaú esperam que, diante dos resultados financeiros positivos, o banco adote uma postura mais favorável aos seus funcionários, promovendo a valorização e melhores condições de trabalho”, finalizou.

 
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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