09/06/2023
Setor bancário eliminou 70 mil empregos e fechou mais de 5 mil agências em 10 anos

A digitalização do setor bancário está levando as instituições financeiras a enxugarem suas estruturas, eliminando postos de trabalho e fechando agências. O assunto foi tema de reportagem do Estadão, publicada na última segunda-feira (5). O jornal usou dados fornecidos pelo Dieese e pelo movimento sindical bancário: de janeiro de 2014 a abril deste ano, os bancos fecharam 5.716 agências e extinguiram cerca de 70 mil postos de trabalho.
A reportagem ouviu a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva, que lembrou que o avanço da digitalização e o aumento do número de clientes que usam aplicativos bancários acelerou ainda mais com a pandemia.
“Os bancos têm feito uma movimentação que se intensificou após a pandemia. As pessoas aprenderam a usar o celular, especialmente as mais idosas. Com isso, muitas agências têm sido fechadas. Hoje, na agência, o número de trabalhadores é cada vez menor, e isso tem a ver com o uso da tecnologia no setor”, disse Ivone, ao Estadão.
Ela destacou ainda que os bancários que ficam, acabam acumulando uma carga de trabalho enorme nas agências e em outras áreas, porque são cada vez menos pessoas trabalhando.
Dados do Caged
O Estadão cita ainda dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho): o volume de demissões no setor bancário em março foi 39% maior que a média mensal de 2022, quando o número de desligamentos chegou a 1.474. Já o número de contratações foi 16,5% abaixo da média mensal registrada no setor em março do ano passado. Março de 2023 foi o sexto mês consecutivo de cortes de postos de trabalho no setor bancário.
A reportagem destaca também que foram eliminadas 2.662 vagas no setor bancário, no primeiro trimestre deste ano, enquanto que, no mesmo período de 2022, haviam sido abertas 3.160 vagas. E que nos grandes bancos, o corte de pessoal chegou a 2.394, comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 com igual período no ano passado.
Ainda citando o Novo Caged, a reportagem ressalta que a eliminação de empregos tem impactado mais a categoria bancária do que as demais categorias do setor financeiro: “Considerando o ramo financeiro como um todo, que inclui gestoras, corretoras e assessores, houve crescimento de vagas.” Em março foram criadas 925 vagas no setor financeiro como um todo; e nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho no ramo. A média é a criação de 2,3 mil vagas por mês. O Estadão lembra ainda que a digitalização dos bancos resulta em novo perfil de contratações: “(...) os novos postos de trabalho, na maioria dos casos, foram para profissionais de tecnologia da informação, como programadores, analistas e gerentes de produto.”
"O encolhimento da categoria e a alteração na dinâmica estrutural ocupacional nos bancos, com aumento da ‘gerencialização’ e ampliação de trabalhadores fora das agências, especialmente em áreas de TI, é uma realidade estrutural. A velocidade é grande nas transformações e o sistema age globalmente, por isso, nossas ações em defesa da manutenção do emprego precisam ser pensadas também desta forma", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
O dirigente reforçou que essa economia tem sido prejudicial à sociedade, tanto por restringir e dificultar o acesso da população aos serviços bancários como por demitir trabalhadores, aumentando o desemprego no Brasil e sobrecarregando aqueles que permanecem nas agências. "Não somos contra a tecnologia, mas os avanços tecnológicos nas instituições financeiras devem ser utilizados para garantir melhorias no atendimento bancário e para garantir melhores condições de trabalho, com aumento de remuneração e redução de jornada", concluiu Vicentim.
A reportagem ouviu a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato de São Paulo, Osasco e região, Ivone Silva, que lembrou que o avanço da digitalização e o aumento do número de clientes que usam aplicativos bancários acelerou ainda mais com a pandemia.
“Os bancos têm feito uma movimentação que se intensificou após a pandemia. As pessoas aprenderam a usar o celular, especialmente as mais idosas. Com isso, muitas agências têm sido fechadas. Hoje, na agência, o número de trabalhadores é cada vez menor, e isso tem a ver com o uso da tecnologia no setor”, disse Ivone, ao Estadão.
Ela destacou ainda que os bancários que ficam, acabam acumulando uma carga de trabalho enorme nas agências e em outras áreas, porque são cada vez menos pessoas trabalhando.
Dados do Caged
O Estadão cita ainda dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho): o volume de demissões no setor bancário em março foi 39% maior que a média mensal de 2022, quando o número de desligamentos chegou a 1.474. Já o número de contratações foi 16,5% abaixo da média mensal registrada no setor em março do ano passado. Março de 2023 foi o sexto mês consecutivo de cortes de postos de trabalho no setor bancário.
A reportagem destaca também que foram eliminadas 2.662 vagas no setor bancário, no primeiro trimestre deste ano, enquanto que, no mesmo período de 2022, haviam sido abertas 3.160 vagas. E que nos grandes bancos, o corte de pessoal chegou a 2.394, comparando os dados do primeiro trimestre de 2023 com igual período no ano passado.
Ainda citando o Novo Caged, a reportagem ressalta que a eliminação de empregos tem impactado mais a categoria bancária do que as demais categorias do setor financeiro: “Considerando o ramo financeiro como um todo, que inclui gestoras, corretoras e assessores, houve crescimento de vagas.” Em março foram criadas 925 vagas no setor financeiro como um todo; e nos últimos 12 meses, foram criados 28,5 mil postos de trabalho no ramo. A média é a criação de 2,3 mil vagas por mês. O Estadão lembra ainda que a digitalização dos bancos resulta em novo perfil de contratações: “(...) os novos postos de trabalho, na maioria dos casos, foram para profissionais de tecnologia da informação, como programadores, analistas e gerentes de produto.”
"O encolhimento da categoria e a alteração na dinâmica estrutural ocupacional nos bancos, com aumento da ‘gerencialização’ e ampliação de trabalhadores fora das agências, especialmente em áreas de TI, é uma realidade estrutural. A velocidade é grande nas transformações e o sistema age globalmente, por isso, nossas ações em defesa da manutenção do emprego precisam ser pensadas também desta forma", acrescentou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.
O dirigente reforçou que essa economia tem sido prejudicial à sociedade, tanto por restringir e dificultar o acesso da população aos serviços bancários como por demitir trabalhadores, aumentando o desemprego no Brasil e sobrecarregando aqueles que permanecem nas agências. "Não somos contra a tecnologia, mas os avanços tecnológicos nas instituições financeiras devem ser utilizados para garantir melhorias no atendimento bancário e para garantir melhores condições de trabalho, com aumento de remuneração e redução de jornada", concluiu Vicentim.
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