21/10/2022

Bancários realizam novos protestos contra abusos do Santander

Bancários e bancárias realizaram uma semana de protestos nos principais centros urbanos do país contra as terceirizações realizadas pelo Santander. Desde 2020, o banco vem abrindo novas empresas, para onde está transferindo compulsoriamente seus funcionários.
 
“É um processo de terceirização que leva à redução dos direitos e da remuneração dos trabalhadores, numa tentativa do banco de reduzir a organização e a força de representação dos sindicatos para poder aumentar ainda mais seus lucros”, explicou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “Além disso, após estas transferências, o banco tem realizado diversas demissões, inclusive de trabalhadores com deficiência (PCDs)”, completou.

Práticas antissindicais

Em assembleia realizada na base do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e em todo o país, os funcionários já se mostraram contra este processo nefasto realizado pelo banco.

"Há tempos denunciamos as inúmeras ameaças aos direitos dos trabalhadores que o banco espanhol vem promovendo no Brasil, e reforçamos com a resposta dos trabalhadores em assembleia que não permitiremos que direitos sejam retirados, além de não abrirmos mão de lutar pelos direitos dos trabalhadores e pelo direito de representar os trabalhadores do sistema financeiro. Reivindicamos do Santander disposição em negociar, do contrário seguiremos construindo uma resistência cada vez maior e mais forte. E a participação dos funcionários neste processo é fundamental. Para isso, devem se manter conectados ao Sindicato, denunciando as condições de trabalho. O sigilo é absoluto”, ressalta o diretor do Sindicato, Luiz Eduardo Campolungo.
 
“Esse processo prejudica os trabalhadores não apenas individual, mas também coletivamente, uma vez que interfere na representação sindical e reduz a capacidade de luta e organização da categoria”, observou a secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que é funcionária do Santander e presidenta da UNI Finanças Mundial.
 
Segundo a coordenadora da COE, o Santander tem agido de forma truculenta durante todo o processo e buscado impedir o contato dos sindicatos com os trabalhadores, seja restringindo o acesso aos locais de trabalho, o que fere acordo coletivo, seja censurando o jornal sindical. “Isso interfere na relação entre os trabalhadores e seus representantes. É prática antissindical e antidemocrática”, afirmou.
 
Outro agravante é que, nesta semana, o atual presidente do Santander, Mário Leão, fez uma transmissão ao vivo para informar que os gerentes de relacionamento passarão a ser vendedores. “Isso aumentou ainda mais a apreensão dos bancários, já que isso pode resultar em novas terceirizações”, ressaltou Lucimara.

A luta continua!
 
O movimento sindical quer que o banco pare o fatiamento da categoria, inicie negociação imediata sobre a representação sindical e as condições de trabalho desses trabalhadores.
 
“Continuaremos com os protestos e denúncias em órgãos competentes enquanto o banco não mudar esta postura e nos chamar para negociar”, informou a coordenadora da COE. “Também estudamos possibilidades de entrar com ações judiciais contra as medidas adotadas pelo Santander”, completou.

Lucimara também ressalta a importância das eleições para a Presidência da República. “A lei que permite as terceirizações irrestritas foi aprovada após o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. O atual governo apoia as terceirizações e a redução de direitos. Precisamos urgentemente eleger um candidato que tenha compromisso com os trabalhadores e com a revisão da lei da terceirização e a reforma trabalhista”, concluiu.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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