20/10/2022
Caixa reduz verbas para agências

A Caixa Econômica Federal tem lançado, nos últimos meses, diversos produtos voltados para as classes mais baixas e para as mulheres, como a concessão de empréstimos consignados para beneficiários do Auxílio Emergencial. Tais medidas têm aumentado a demanda pelos serviços. Em contrapartida, o banco vem reduzindo os recursos para a aquisição de insumos utilizados no dia a dia do atendimento aos clientes.
Para as entidades de representação dos empregados, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, o banco está sendo utilizado com finalidades políticas e as condições de trabalho precarizadas.
“As empregadas e empregados, que já estavam sobrecarregados, estão tendo que trabalhar ainda mais. Em alguns casos, o tempo de espera para atendimento é de mais de três horas”, observou a bancária da Caixa e diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.
Para a diretora da Contraf-CUT, o aumento da demanda está sendo realizado sem o devido cuidado. “Vem ocorrendo de uma forma atabalhoada. Não há contratação proporcional para atendê-la, nem dotação para o pagamento de horas-extras e tampouco melhora da estrutura de atendimento. Ao contrário, o banco vem reduzindo os recursos do ‘caixinha’ para a compra, em ‘pronto pagamento’ pelas agências, de materiais descartáveis, café, açúcar e até grampos de papel e papel higiênico. Os próprios empregados precisam colocar dinheiro do bolso para estes produtos”, explicou Eliana, ao lembrar que a falta destes materiais prejudica o bom atendimento.
Em entrevista concedida pela presidenta da Caixa, Daniella Marques, ao programa Pânico, da Jovem Pan, o apresentador Emílio Surita elogiou o atendimento da gerente de sua agência, mas reclamou do “café frio”. “O que ele não sabe, é que, como o pó de café é comprado pelos empregados, não dá para fazer café a toda hora. O mesmo acaba ficando frio. Café quente tem em Brasília, na matriz do banco, como observou a própria Daniella. Lá o dinheiro para a compra do pó não sai do bolso dela e tem copeira para fazer café na hora, o que não tem nas agências”, disse a diretora executiva da Contraf-CUT.
"A redução do pronto pagamento ocorre num momento em que cresce a inflação de alimentos, e atinge também grande parte das agências. Há um grande descaso da atual direção com os empregados e com a população em geral, além de querer economizar nas costas dos trabalhadores, que são quem constrõem diariamente o lucro da Caixa... tudo isso enquanto fazem uso político de uma instituição pública que é patrimônio dos brasileiros, que deveria estar exclusivamente a serviço da população e não como palanque para candidato", denuncia o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Uso político da Caixa
Entidades de representação dos empregados, como a Contraf-CUT, a Fenae e o Sindicato vêm denunciando o uso da Caixa para finalidades políticas desde a gestão de Pedro Guimarães e, após a sua queda, a continuidade deste mal-uso pela atual gestão, com a criação de produtos voltados às mulheres.
Agora, desde o dia 11, a Caixa passou a conceder empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. Na segunda-feira (17), a presidenta do banco afirmou que, até a última sexta-feira (14), a Caixa havia concedido R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial. Ou seja, bastaram três dias para que houvesse tamanha disponibilização de recursos.
Outros bancos também foram liberados para conceder empréstimos consignados para este público, mas consideram a operação arriscada e não abriram esta linha de crédito.
Coincidência ou não, a população de baixa renda e as mulheres compõem justamente os públicos onde a rejeição ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), é maior. Isto fez com que o Ministério Público visse o possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral” da Caixa e pedisse a suspensão da concessão pelo banco de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial.
“Estamos denunciando o uso político da Caixa desde quando Pedro Guimarães estava à frente do comando do banco e, como vemos, a atual gestão manteve esta mesma postura”, disse a diretora da Contraf-CUT.
"Para fora, a direção do banco usa as políticas públicas da Caixa para promover o atual governo eleitoreiramente, mas, por trás, articula com Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes a privatização da empresa, o que inviabilizaria justamente os compromissos sociais do maior banco público da América Latina. O uso eleitoreiro do banco pelo seu presidente mostra todo o seu menosprezo com a população e com os empregados", ressaltou o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Em alguns locais, a procura de informações e pedidos de empréstimo consignado já se compara à demanda do Auxílio Emergencial como um todo, levando até mesmo gerentes de contas empresariais (PJ) a ter que realizar atendimentos para este público.
"O único banco 100% público com atuação nacional, e que ficou responsável pelo atendimento social durante a pandemia, perdeu mais de 16 mil postos de trabalho desde 2014, o que está aumentando a sobrecarga para os empregados e a insatisfação da população, enquanto a cobrança por metas só aumenta. Os empregados da Caixa nunca se furtaram ao compromisso com o povo brasileiro, mas merecem segurança, respeito às condições de trabalho e reconhecimento", reforçou o diretor.
Assédio moral e metas abusivas devem ser denunciadas ao Sindicato por meio do canal oficial de denúncias da entidade, sob sigilo absoluto, para que possam ser tomadas todas as medidas cabíveis a fim de interrompê-las.
Para as entidades de representação dos empregados, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, o banco está sendo utilizado com finalidades políticas e as condições de trabalho precarizadas.
“As empregadas e empregados, que já estavam sobrecarregados, estão tendo que trabalhar ainda mais. Em alguns casos, o tempo de espera para atendimento é de mais de três horas”, observou a bancária da Caixa e diretora executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Eliana Brasil.
Para a diretora da Contraf-CUT, o aumento da demanda está sendo realizado sem o devido cuidado. “Vem ocorrendo de uma forma atabalhoada. Não há contratação proporcional para atendê-la, nem dotação para o pagamento de horas-extras e tampouco melhora da estrutura de atendimento. Ao contrário, o banco vem reduzindo os recursos do ‘caixinha’ para a compra, em ‘pronto pagamento’ pelas agências, de materiais descartáveis, café, açúcar e até grampos de papel e papel higiênico. Os próprios empregados precisam colocar dinheiro do bolso para estes produtos”, explicou Eliana, ao lembrar que a falta destes materiais prejudica o bom atendimento.
Em entrevista concedida pela presidenta da Caixa, Daniella Marques, ao programa Pânico, da Jovem Pan, o apresentador Emílio Surita elogiou o atendimento da gerente de sua agência, mas reclamou do “café frio”. “O que ele não sabe, é que, como o pó de café é comprado pelos empregados, não dá para fazer café a toda hora. O mesmo acaba ficando frio. Café quente tem em Brasília, na matriz do banco, como observou a própria Daniella. Lá o dinheiro para a compra do pó não sai do bolso dela e tem copeira para fazer café na hora, o que não tem nas agências”, disse a diretora executiva da Contraf-CUT.
"A redução do pronto pagamento ocorre num momento em que cresce a inflação de alimentos, e atinge também grande parte das agências. Há um grande descaso da atual direção com os empregados e com a população em geral, além de querer economizar nas costas dos trabalhadores, que são quem constrõem diariamente o lucro da Caixa... tudo isso enquanto fazem uso político de uma instituição pública que é patrimônio dos brasileiros, que deveria estar exclusivamente a serviço da população e não como palanque para candidato", denuncia o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Uso político da Caixa
Entidades de representação dos empregados, como a Contraf-CUT, a Fenae e o Sindicato vêm denunciando o uso da Caixa para finalidades políticas desde a gestão de Pedro Guimarães e, após a sua queda, a continuidade deste mal-uso pela atual gestão, com a criação de produtos voltados às mulheres.
Agora, desde o dia 11, a Caixa passou a conceder empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial. Na segunda-feira (17), a presidenta do banco afirmou que, até a última sexta-feira (14), a Caixa havia concedido R$ 1,8 bilhão de crédito consignado a 700 mil beneficiários do Auxílio Emergencial. Ou seja, bastaram três dias para que houvesse tamanha disponibilização de recursos.
Outros bancos também foram liberados para conceder empréstimos consignados para este público, mas consideram a operação arriscada e não abriram esta linha de crédito.
Coincidência ou não, a população de baixa renda e as mulheres compõem justamente os públicos onde a rejeição ao presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), é maior. Isto fez com que o Ministério Público visse o possível “desvio de finalidade” e uso “meramente eleitoral” da Caixa e pedisse a suspensão da concessão pelo banco de empréstimo consignado aos beneficiários do Auxílio Emergencial.
“Estamos denunciando o uso político da Caixa desde quando Pedro Guimarães estava à frente do comando do banco e, como vemos, a atual gestão manteve esta mesma postura”, disse a diretora da Contraf-CUT.
"Para fora, a direção do banco usa as políticas públicas da Caixa para promover o atual governo eleitoreiramente, mas, por trás, articula com Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes a privatização da empresa, o que inviabilizaria justamente os compromissos sociais do maior banco público da América Latina. O uso eleitoreiro do banco pelo seu presidente mostra todo o seu menosprezo com a população e com os empregados", ressaltou o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Em alguns locais, a procura de informações e pedidos de empréstimo consignado já se compara à demanda do Auxílio Emergencial como um todo, levando até mesmo gerentes de contas empresariais (PJ) a ter que realizar atendimentos para este público.
"O único banco 100% público com atuação nacional, e que ficou responsável pelo atendimento social durante a pandemia, perdeu mais de 16 mil postos de trabalho desde 2014, o que está aumentando a sobrecarga para os empregados e a insatisfação da população, enquanto a cobrança por metas só aumenta. Os empregados da Caixa nunca se furtaram ao compromisso com o povo brasileiro, mas merecem segurança, respeito às condições de trabalho e reconhecimento", reforçou o diretor.
Assédio moral e metas abusivas devem ser denunciadas ao Sindicato por meio do canal oficial de denúncias da entidade, sob sigilo absoluto, para que possam ser tomadas todas as medidas cabíveis a fim de interrompê-las.
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