15/07/2022
Em reunião com a Caixa, entidades sindicais cobram rigor na apuração das denúncias de assédio sexual
Condições de trabalho, apuração rigorosa das denúncias de assédio sexual e combate efetivo a qualquer tipo de assédio na Caixa. Estes foram os assuntos tratados na primeira reunião de negociação entre a Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE), representando o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, e o banco.
A reunião aconteceu na quinta-feira (14) e faz parte da rodada específica da campanha salarial de 2022. Antes de iniciar a reunião, os participantes registraram o sentimento de perda e tristeza pelo falecimento do amigo e colega da Caixa Jorge Furlan, que fazia parte da Comissão.
“Por mais avanços que já tenhamos tido no tema, foi fundamental os representantes da Caixa terem reconhecido que o assédio sexual é uma realidade e precisa ser enfrentado de maneiras mais efetivas. Reforçamos a cobrança por ações concretas para coibir toda forma de abuso, além de reivindicar mais respeito as mulheres através também da equidade de condições no trabalho”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Cardoso, coordenador da CEE/Caixa, cobrou na mesa esclarecimentos do banco sobre as graves denúncias de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, enquanto ainda estava no cargo. “A situação é gravíssima. Obviamente respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas, mas queremos apuração rigorosa dos casos não só de Pedro Guimarães, mas de outros dirigentes do banco que também foram acusados”, enfatizou.
“O assédio moral já está comprovado em áudios e vídeos e devem ser punidos. E foi praticado, inclusive, com PCDs (pessoas com deficiência), colocando a vida dessas pessoas em risco”, disse o coordenador, lembrando que existem ações contra o assédio no banco, propostas por entidades, tramitando na Justiça.
Vivian Sá, que representa a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec/SP), complementou. “Consideramos importante iniciar o debate com esse assunto para falar que não vamos esquecer o que aconteceu. Nesse sentido, algumas posturas são preocupantes, como a da presidente do banco, que disse que vai virar a página. Não. Nós não vamos esquecer”, afirmou.
Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), informou que as entidades estão preparadas para acolher as mulheres que quiserem fazer denúncias, por meio de canais como o plantão jurídico. “Independentemente das relações e da mesa de negociação, todas as mulheres da Caixa foram afetadas. O que aconteceu não pode se tornar uma receita de medo – ao contrário, a força dessas mulheres nos mostra que não devemos nos calar, nos silenciar diante de situações de assédio”.
Os representantes dos empregados reforçaram as cobranças de rigor na apuração. Emanoel Souza, representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, enfatizou a gravidade das denúncias. “Precisamos de uma apuração profunda e célere. A situação também revelou uma desestruturação organizacional”, opinou, e propôs que o Acordo Coletivo preveja o acesso do movimento sindical às denúncias para que o trabalhador seja protegido.
Janaína Daniel, representante da Caixa, se solidarizou com as mulheres e tratou com cuidado as cobranças da Comissão. “É inadmissível a gente pensar em assédio sexual no âmbito das empresas”, reforçou.
Canal de denúncias
O banco apresentou um novo canal de denúncias de assédio moral e sexual – o Diálogo Seguro Caixa. Segundo Cardoso, embora reconheça a iniciativa do banco, a Comissão vai estudar a fundo o funcionamento do canal.
“Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas. É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias feitas no canal. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia, de modo que os trabalhadores e trabalhadoras não sejam desestimulados a denunciar”, destacou. “Estamos num bom caminho das negociações. Este modelo será estudado, aperfeiçoado e vamos negociar para que seja incluído nas cláusulas do Acordo Coletivo”, informou o coordenador.
A próxima reunião está marcada para o dia 20 de julho (quarta-feira).
Calendário das rodadas de negociação:
A reunião aconteceu na quinta-feira (14) e faz parte da rodada específica da campanha salarial de 2022. Antes de iniciar a reunião, os participantes registraram o sentimento de perda e tristeza pelo falecimento do amigo e colega da Caixa Jorge Furlan, que fazia parte da Comissão.
“Por mais avanços que já tenhamos tido no tema, foi fundamental os representantes da Caixa terem reconhecido que o assédio sexual é uma realidade e precisa ser enfrentado de maneiras mais efetivas. Reforçamos a cobrança por ações concretas para coibir toda forma de abuso, além de reivindicar mais respeito as mulheres através também da equidade de condições no trabalho”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Cardoso, coordenador da CEE/Caixa, cobrou na mesa esclarecimentos do banco sobre as graves denúncias de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, enquanto ainda estava no cargo. “A situação é gravíssima. Obviamente respeitamos o direito de defesa de todas as pessoas, mas queremos apuração rigorosa dos casos não só de Pedro Guimarães, mas de outros dirigentes do banco que também foram acusados”, enfatizou.
“O assédio moral já está comprovado em áudios e vídeos e devem ser punidos. E foi praticado, inclusive, com PCDs (pessoas com deficiência), colocando a vida dessas pessoas em risco”, disse o coordenador, lembrando que existem ações contra o assédio no banco, propostas por entidades, tramitando na Justiça.
Vivian Sá, que representa a Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito de São Paulo (Fetec/SP), complementou. “Consideramos importante iniciar o debate com esse assunto para falar que não vamos esquecer o que aconteceu. Nesse sentido, algumas posturas são preocupantes, como a da presidente do banco, que disse que vai virar a página. Não. Nós não vamos esquecer”, afirmou.
Rachel Weber, diretora de Políticas Sociais da Fenae e representante da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi/RS), informou que as entidades estão preparadas para acolher as mulheres que quiserem fazer denúncias, por meio de canais como o plantão jurídico. “Independentemente das relações e da mesa de negociação, todas as mulheres da Caixa foram afetadas. O que aconteceu não pode se tornar uma receita de medo – ao contrário, a força dessas mulheres nos mostra que não devemos nos calar, nos silenciar diante de situações de assédio”.
Os representantes dos empregados reforçaram as cobranças de rigor na apuração. Emanoel Souza, representante da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, enfatizou a gravidade das denúncias. “Precisamos de uma apuração profunda e célere. A situação também revelou uma desestruturação organizacional”, opinou, e propôs que o Acordo Coletivo preveja o acesso do movimento sindical às denúncias para que o trabalhador seja protegido.
Janaína Daniel, representante da Caixa, se solidarizou com as mulheres e tratou com cuidado as cobranças da Comissão. “É inadmissível a gente pensar em assédio sexual no âmbito das empresas”, reforçou.
Canal de denúncias
O banco apresentou um novo canal de denúncias de assédio moral e sexual – o Diálogo Seguro Caixa. Segundo Cardoso, embora reconheça a iniciativa do banco, a Comissão vai estudar a fundo o funcionamento do canal.
“Precisamos de garantias de que é um canal seguro, onde as mulheres serão realmente acolhidas e respeitadas. É fundamental que as entidades tenham acesso e acompanhem as denúncias feitas no canal. Também precisamos fomentar a cultura da denúncia, de modo que os trabalhadores e trabalhadoras não sejam desestimulados a denunciar”, destacou. “Estamos num bom caminho das negociações. Este modelo será estudado, aperfeiçoado e vamos negociar para que seja incluído nas cláusulas do Acordo Coletivo”, informou o coordenador.
A próxima reunião está marcada para o dia 20 de julho (quarta-feira).
Calendário das rodadas de negociação:
- 20/7 (quarta-feira) – condições, jornada de trabalho e teletrabalho
- 21/7 (quinta-feira) – Saúde do Trabalhador e Saúde Caixa
- 25/7 (segunda-feira) – Teletrabalho
- 27/7 (quarta-feira) – Funcef e Benefícios
- 2/8 (terça-feira) – Pendências
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