27/05/2022

Em Encontro Nacional, funcionários do BMB aprovam pauta de reivindicações e plano de luta



Bancárias e bancários do Mercantil do Brasil realizaram, nesta quinta-feira (26), seu Encontro Nacional para definir a pauta de reivindicações que será negociada com o banco e um plano de luta. O evento híbrido, com participantes presenciais e de forma remota, ocorreu na sede da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro de Minas Gerais (Fetrafi-MG) em Belo Horizonte.

Na abertura, o presidente do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte, Ramon Peres, afirmou que os encontros de bancários reforçam a organização da categoria, que vem assegurando conquistas há décadas. 

Reivindicações

No Encontro, foi construída uma minuta de reinvindicações que deverá ser entregue à direção do Mercantil do Brasil, com os tópicos:
 
  • PLR mais justa e igualitária
  • Contratação de mais funcionários e fim da extrapolação da jornada
  • Fim da alta rotatividade
  • Implementação de planos de carreira, cargos e salários
  • Fim das metas abusivas,
  • Fim do assédio moral e da violência organizacional
  • Extensão dos programas de vacinação
  • Segurança bancária
  • Manutenção do auxílio educacional 2022, dentre outros.

Análise de conjuntura e sistema financeiro

Durante o Encontro, Catia Uehara, economista e técnica do Dieese, falou sobre o atual cenário econômico do Brasil, com juros altos, inflação e desemprego. Mesmo assim, apenas no primeiro trimestre de 2022, os bancos somaram lucro de R$ 28 bilhões. Ao mesmo tempo, se vê a redução no número de agências e de postos de trabalho bancários. Veja aqui a apresentação.

A economista apresentou, ainda, dados dos balanços do Mercantil do Brasil. Destacam-se o lucro recorde de R$ 184,5 milhões, em 2021, e a queda de 8% no lucro do primeiro trimestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Veja aqui os destaques do Dieese.

Para o coordenador da COE/BMB, Marco Aurélio Alves, os números apresentados pelo Dieese sobre a alta rotatividade, de 24% no banco, atestam que o Mercantil se utiliza dessa fria estratégia para demitir funcionários com mais tempo de casa e maiores salários e contratar trabalhadores com menores remunerações, reduzindo assim o valor da folha de pagamento. “Exigimos respeito e valorização dos funcionários do Mercantil do Brasil. Não somos apenas números, somos humanos que entregamos o resultado e contribuímos com crescimento do banco. Neste sentido, nossa campanha salarial é primordial para a manutenção dos direitos e para mostrarmos a força da categoria bancária. Só a luta nos garante!”, afirmou.

O secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio César Trigo, ressaltou que os Encontros Nacionais, além de definir uma estratégias para a Campanha Nacional da categoria, colaboram também com a reflexão sobre o momento político que o país atravessa e reforçam a importância de nas eleições deste ano a população eleger candidatos, para todos os cargos em disputa, que tenham compromisso com os trabalhadores.

"Estamos enfrentando uma conjuntura complicada para os trabalhadores, com ataques e retirada de direitos que foram conquistados com muita luta. E isso pode refletir diretamente em nossa Campanha Nacional, que precisará da organização e disposição de todos. A minuta de reivindicações foi construída ouvindo os anseios das funcionárias e funcionários do banco e, desse modo, as mobilizações do sindicato serão intensificadas para que o Mercantil cumpra com seu dever com a prevenção da saúde, bem estar, segurança e melhoria das condições de trabalho, diante aos esforços e dedicação de seus milhares de funcionários", destacou Trigo.
Fonte: Seeb BH com Contraf-CUT, e edição de Seeb Catanduva

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