10/03/2022
Farsa na Cassi: gestão atual aproveita período de eleições para reduzir coparticipação
A atual gestão da Cassi divulgou na terça-feira (8) um comunicado oficial informando que o Conselho Deliberativo aprovou a redução nos percentuais de coparticipação para o para o Plano de Associados aos níveis aplicados em 2018. Entretanto, no mesmo comunicado, avisa que a coparticipação poderá sofrer aumentos a partir de janeiro de 2023.
“Sempre fomos contra os aumentos na coparticipação, porque não era a solução para ajudar a Cassi, pois penalizaria apenas os associados e não o banco, e não traria recursos suficientes para evitar o déficit da Cassi. E, de fato, a coparticipação não resolveu o déficit, tanto que a ANS [Agência Nacional de Saúde] interveio na Cassi”, relembra o coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga.
Pelo novo modelo de custeio, aprovado em 2019, a Cassi recebeu o aporte de R$ 1,07 bilhão, só naquele ano, em valores pagos pelo BB, aumento de contribuições dos associados e implantação da cobrança por dependente com contrapartida do banco. Em 2020 e 2021, foram outros R$ 2,5 bilhões, também decorrentes do modelo de custeio aprovado. “Todo esse recurso não foi suficiente para a atual gestão acabar com o aumento abusivo na coparticipação nesses últimos dois anos, somente agora, diante da campanha eleitoral?”, questiona Fukunaga.
A direção da Cassi acumula diversos ofícios, recebidos desde 2020, das entidades sindicais, cobrando, além do retorno da coparticipação aos níveis de 2018, a devolução dos valores pagos de coparticipação retroativos.
A campanha eleitoral na Cassi começou, oficialmente, no dia 11 de fevereiro. O período de votação será entre os dias 18 e 28 de março, e metade do Conselho Deliberativo está na disputa para a reeleição, nas chapas do Grupo Mais.
“A decisão pelo aumento da coparticipação não está no estatuto e penaliza, única e exclusivamente, os associados, deixando o banco livre de qualquer responsabilidade de custeio da Cassi”, completa Fukunaga.
O modelo de gestão adotado pela Cassi nos últimos anos também é analisado com preocupação pelas entidades que representam os trabalhadores do BB. O último relatório divulgado pela Cassi, de novembro de 2021, aponta que o plano Associados apresentou resultado operacional negativo de R$ 124 milhões nos primeiros 11 meses de 2021.
“Esse desequilíbrio é resultado, principalmente, do abandono da Estratégia Saúde da Família (ESF) e a entrega de serviços importantes da Cassi, como o Teleatendimento, a empresas terceirizadas”, avalia o ex-gerente executivo da Cassi e funcionário da ativa do BB, Alberto Junior, lembrando que a ESF foi uma das recomendações feitas pela consultoria Accenture, contratada pela própria Cassi em 2017.
A seguir, veja quadro comparativo dos valores de coparticipação, em que os níveis cobrados até dezembro de 2018, que voltam a valer em 2022, são confrontados com os cobrados a partir de janeiro de 2019.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Diretoria plena do Sindicato se reúne para análise de conjuntura e definição de estratégias de luta
- Dia Nacional de Luta em defesa da Previ: trabalhadores do BB realizaram protestos por todo o país
- Governo propõe salário mínimo de R$ 1.630 em 2026
- Sindicato visita agências do Santander para alertar sobre os impactos da terceirização e reforçar mobilização contra a prática
- Novos exames do PCMSO devem ser oferecidos pela Caixa a partir de maio
- Trabalhadores do BB protestam nesta quarta-feira (16) em defesa da Previ e contra ataques do TCU e CNN
- PL do golpe é tentativa de anistiar Bolsonaro e legalizar ataques à democracia, alerta Contraf-CUT
- Entidades sindicais se mobilizam para Marcha a Brasília e 1º de Maio
- A quem interessa destruir a Cabesp?
- Isenção do IR até R$ 5 mil: 76% dos brasileiros concordam com criação de alíquota mínima para os mais ricos
- Previ: Entenda os interesses em torno do fundo de pensão. E a importância de defendê-lo
- Talentos Fenae/Apcef chega ao fim em clima de festa e confraternização dos empregados e aposentados da Caixa
- STF: aposentado não precisa devolver dinheiro da revisão da vida toda
- Santander ignora diversidade e dá passo atrás ao nomear homem para chefia de marketing
- Contraf-CUT: Ministro do TCU ignora relatório solicitado por ele mesmo em auditoria na Previ