02/02/2022

Santander lucra quase R$ 16,5 bilhões em 2021


O banco Santander obteve Lucro Líquido Gerencial de R$ 16,347 bilhões em 2021, alta de 7% em relação a 2020, com rentabilidade (Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado – ROAE) de 21,2%. O lucro mundial do banco foi de € 8,654 bilhões, crescimento de 70,3%. 

“Um banco que, mesmo em período de pandemia, lucra quase R$ 16,5 bilhões em um ano, pode fazer mais por seus funcionários e, principalmente, para o país”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias, ao ressaltar que os funcionários do banco cobram que o banco cumpra seu papel social, pare de demitir, melhore e respeite os protocolos de segurança sanitária e prevenção à Covid-19.

Menos agências, menos empregos

O resultado no Brasil representa 26,9% do lucro global, segundo análise realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em contrapartida, o Santander contribui com o desemprego no país. O banco encerrou 2021 com 48.834 empregados. O saldo entre contratações e demissões foi positivo nos três primeiros trimestres, mas no quarto houve uma redução de 452 postos de trabalho. No ano, o saldo foi positivo, com a abertura de 4.235 postos de trabalho em doze meses. Apesar do aumento das contratações é fato que as mesmas ocorreram de terceiros e não de bancários. Se considerarmos o período de dez anos (2012 a 2021) houve uma redução de 5.198 postos de trabalho bancário no Santander.

Outro desfalque que o banco causa ao país é o fechamento de agências bancárias. Em 2021 foram fechadas 166 agências bancárias e 27 postos de atendimento bancário (PABs). Mas, ao analisarmos os balanços de todo o período da pandemia, vemos que foram fechadas 341 agências e 128 PABs do Santander. A maior parte destas unidades fechadas era localizada em cidades distantes dos grandes centros de poder econômico do país, ou nas periferias das grandes cidades.

"Grande parte do setor produtivo do país amarga seguidos prejuízos, e até falências, e o trabalhador sofre com o desemprego e a perda do poder de compra afetado pela desastrosa política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes, crise agravada ainda mais pela pandemia do coronavírus. Mas, o Santander continua a elevar os seus lucros, enquanto segue precarizando as relações de trabalho, fechando agências, demitindo, sobrecarregando, assediando moralmente e onerando a Previdência com o enorme número de trabalhadores adoecidos por conta da atividade laboral no banco, que precisam ser afastados. Além disso, segmenta e direciona o crédito para clientes específicos e pratica juros e tarifas abusivos. Não dá mais para manter um modelo em que só especuladores e banqueiros ganham e todo o resto da classe da trabalhadora e da sociedade perdem. Como fica a responsabilidade social do banco que tem a sua maior fatia do lucro Global no Brasil?", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Eduardo Campolungo.

Crédito

A Carteira de Crédito Ampliada do banco no país teve alta de 11,8% em doze meses e de 1,9% no trimestre, atingindo R$ 536,5 bilhões. As operações com pessoas físicas cresceram 20,6% em doze meses, chegando a R$ 210,2 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, especialmente, pelo crédito pessoal / outros (+33,9%), crédito imobiliário (+20,5%), por Leasing / Veículos (+17,4%) e por Rural (+14,3%).

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,7%, com alta de 0,6 pontos percentuais em comparação a 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 6,8%, totalizando R$ 15,356 bilhões.

Veja abaixo a tabela resumo do balanço do Santander, ou leia a íntegra da análise, ambos elaborados pelo Dieese:
 
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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