25/11/2021

Banco do Brasil: trabalhadores protestam contra retorno presencial de grupo de risco



Sem nenhuma negociação com o movimento sindical, a direção do Banco do Brasil iniciou a convocação de funcionários do grupo de risco, com exceção das gestantes, para o retorno ao trabalho presencial. A atitude gerou protestos da coordenação do Comando Nacional dos Bancários e da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), durante videoconferência realizada com o vice-presidente corporativo e o diretor de pessoas do BB.

“O movimento sindical é contra o retorno presencial desta forma e neste momento, quando ainda pairam incertezas sobre uma eventual nova onda de contaminações, a exemplo do que vem ocorrendo na Europa, e diante da orientação do Ministério da Saúde sobre a necessidade da dose de reforço da vacina contra o coronavírus”, disse o coordenador da CEBB, João Fukunaga.

“Mesmo seguindo todas as regras e protocolos de distanciamento e higiene, não precisamos ir muito longe para saber que o trabalho presencial aumenta o risco de contaminação pela Covid-19”, ponderou o presidente do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Roberto Vicentim.

No comunicado sobre retorno presencial, o BB acrescentou a cobrança do ciclo vacinal completo, uma medida defendida há meses pelo movimento sindical, mas que somente agora está sendo cobrada pelo banco. O esquema de retorno implementado pelo BB estabelece o retorno gradativo nos meses de novembro e dezembro, observando os percentuais mínimos de 50% (novembro), 75% (primeira quinzena de dezembro) e 100% (até o final de dezembro).

Para respaldar o posicionamento em favor da proteção dos funcionários e funcionárias do BB, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) procurou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a entidade, as pessoas de grupo de risco poderiam voltar ao trabalho presencial, no atual cenário, mediante a orientação de um médico assistente. Diante dessa informação da Fiocruz, os representantes dos bancários cobraram, durante a reunião, um posicionamento da direção do banco.

Descomissionamento por produtividade

O Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial (Pandemia Covid-19), aprovado em março de 2020 pelos funcionários em assembleia e negociado entre o movimento sindical e a direção do BB, prevê que não haverá descomissionamentos por desempenho enquanto durar a pandemia, além da anistia de 10% do saldo total de horas negativas a compensar e prazo de compensação de horas negativas de 18 meses.

O movimento sindical está atento para que o banco não faça descomissionamento por desempenho, descumprindo o Acordo Coletivo de Trabalho Emergencial. “Nós não vamos aceitar eventuais descomissionamentos por desempenho na esteira desta mudança feita sem negociação e que representa um verdadeiro ataque à saúde e aos direitos dos trabalhadores, e vamos acionar o judiciário em caso de descumprimento do acordo”, destacou Fukunaga.

O Sindicato orienta aos funcionários e funcionárias que sentirem seus direitos ameaçados a procurarem pela entidade. "É inaceitável que o Banco do Brasil, unilateralmente, coloque em risco a construção negocial que ao longo de quase dois anos garantiu protocolos de saúde e segurança decisivos à proteção das vidas. A postura adotada pelo banco desrespeita a mesa de negociação, rompe o acordo e coloca em risco a vida dos trabalhadores e trabalhadoras", reforçou Vicentim.

As denúncias podem ser feitas através da ferramenta Denuncie, no site do Sindicato, pelo telefone (17) 3522-2409 ou pelo WhatsApp (17) 99259-1987. A identidade do denunciante é sempre mantida em sigilo!
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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