18/11/2021
Direção da Caixa propõe "solução" para o Interaxa

Em recente reunião entre os representantes dos empregados (Comissão Executiva dos Empregados) e os representantes da direção do banco, a CEE apontou o problema da sobrecarga de trabalho dos empregados, que, além da cobrança por metas, têm acumulado as demandas do atendimento presencial e do atendimento remoto, que é feito via Interaxa.
A CEE, representando o Sindicato nas negociações, cobrou da Caixa uma definição para o tema, ou até mesmo o seu fim, já que a ferramenta perdeu o sentido: o Interaxa foi criado para que houvesse um canal de atendimento para demandas que não fizessem parte dos serviços essenciais, que eram definidos pelo decreto 10.282/202 como os únicos que poderiam ser feitos presencialmente. Neste período, as agências contavam com 30% dos empregados atuando presencialmente e 70% que atuavam em home office, em regime de revezamento. Para aquele quadro, o Interaxa ajudava a resolver um problema.
Hoje, ao invés de solução, o Interaxa se transformou em mais um problema, já que a direção do banco determinou o retorno ao trabalho presencial de todos os empregados. Assim, não há quem se dedique exclusivamente aos atendimentos remotos, e os colegas nas agências convivem com o problema do acúmulo de tarefas, pautado pelas entidades sindicais para discussão com a Caixa na mesa permanente.
A resposta dos representantes da diretoria chefiada pelo presidente Pedro Guimarães ilustra a alienação da alta administração do banco com o dia a dia dos empregados: para eles, a solução para o assunto seria os empregados intercalarem um atendimento presencial com um atendimento via Interaxa.
“A resposta dos representantes da direção para a demanda indica que eles estão totalmente descolados da realidade de uma agência. Com as demandas crescentes, as metas inatingíveis e o alto volume de atendimentos presenciais, o que eles indicam como solução é absolutamente impossível. O empregado não consegue finalizar um atendimento pelo Interaxa sem ser questionado inúmeras vezes por clientes que aguardam o atendimento presencial”, explica o diretor-presidente da Apcef/SP, Leonardo Quadros.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, ressalta que a raiz do problema está na falta de empregados e que este modelo, no qual a administração do presidente Pedro Guimarães aposta, não se aplica mais à situação atual.
De acordo com o Caged, entre janeiro de 2019 e setembro deste ano, houve 874 admissões e 1.214 rescisões de contratos de trabalho na Caixa no estado de São Paulo. Houve, portanto, o fechamento de 340 postos de trabalho em um período em que o número de clientes e a demanda cresceram de maneira expressiva.
"A 'solução' encontrada pela Caixa reflete outras ações da atual administração do banco: uma decisão tomada com planejamento aparentemente precário, sem levar em conta as consequências, e que não resolve o problema. Desde o início de sua operação, o instrumento trouxe problemas, pois foi implantado “a toque de caixa”, sem que houvesse treinamento, fazendo com que, até hoje, trabalhadoras e trabalhadores do banco tenham dificuldade no atendimento aos clientes. Agora, os empregados estão ainda mais sobrecarregados. A Caixa precisa contratar, reivindicação recorrente do Sindicato, e rever a aplicação do Interaxa. Sabemos que essa sobrecarga provoca o adoecimento físico e mental da categoria, além de comprometer a qualidade de atendimento da Caixa. A contratação de mais empregados é uma demanda urgente", reforça o diretor.
Denuncie – Caso esteja com problemas com o Interaxa em sua unidade, entre em contato com o Sindicato. As denúncias podem ser realizadas diretamente a um diretor, pela ferramenta DENUNCIE, por telefone (17) 3522-2409 ou através do WhatsApp (17) 99259-1987.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- Por unanimidade, STF reconhece existência de racismo estrutural no Brasil. Entenda
- Novo salário mínimo será de R$ 1.621 em 2026
- Super Caixa: Ainda dá tempo de assinar o abaixo-assinado da campanha Vendeu/Recebeu
- Justiça indefere pedido do Santander contra decisão da Previc sobre retirada de patrocínio
- Com início do recesso no Congresso, movimento sindical bancário projeta para 2026 atuação nas pautas de interesse dos trabalhadores
- O caminho do dinheiro: entenda quem se beneficia com o não pagamento das comissões pela venda de produtos na Caixa
- Saiba como será o expediente dos bancos no Natal e no Ano Novo
- Aposentados bancários e de diversas categorias da CUT participaram da 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, em Brasília
- CEE cobra mudanças no Super Caixa
- Sindicato realiza entrega de doações arrecadadas para a Campanha Natal Solidário, em parceria com o projeto Semear
- Saiba o que é preciso para a redução de jornada sem redução salarial passar a valer
- COE Santander cobra transparência sobre a reorganização do varejo e respeito à representação sindical
- Salário mínimo terá quarto aumento real seguido após superar fase 'menor abandonado'
- Sindicato apoia a Chapa 2 – Movimento pela Saúde na eleição do Conselho de Usuários do Saúde Caixa
- Tentativa de silenciamento ao padre Júlio Lancelotti gera indignação e solidariedade