27/10/2021
Saúde Caixa e Covid-19: direção da Caixa não contrata e joga empregados uns contra os outros
A direção da Caixa, na pessoa do presidente Pedro Guimarães, mostrou mais uma vez com o anúncio de retorno presencial nas agências que, ao invés de contratar mais empregados, sua estratégia de “gestão de pessoas” resume-se a desviar o foco, gerar confusão e jogar empregados uns contra os outros.
Retorno irresponsável ao trabalho presencial para desviar o foco do Saúde Caixa
Em live na última quinta-feira (21), a direção do banco anunciou o retorno dos empregados completamente imunizados ao trabalho presencial nas agências a partir do dia 3 de novembro.
O anúncio, feito de forma unilateral, sem negociação, além de contradizer informação anterior da direção do banco, que estendia o Projeto Remoto Simplificado até 31 de dezembro, gerou confusão e suscitou muitas dúvidas nos trabalhadores.
Este anúncio, além de contrariar recomendações científicas e sem o devido debate dos protocolos de retorno, é uma armadilha para desviar o foco dos empregados da votação da proposta de sustentabilidade para o Saúde Caixa. A direção da Caixa, ao que tudo indica, quer a rejeição da proposta. Por isso, joga com a confusão. Por isso, fez essa live de quinta. Por isso, convoca para o retorno sem organizar os empregados e sem os gestores saberem como se dará esta volta.
> CLIQUE AQUI e confira a íntegra da minuta da proposta para a sustentabilidade do Saúde Caixa
Para barrar mais arbitrariedades vindas da direção do banco, é fundamental que cada empregado e empregada da Caixa vote pela aceitação da proposta de sustentabilidade do Saúde Caixa. Caso não seja aprovada, a direção do banco terá o caminho aberto para individualizar o plano, o que a curto e médio prazo inviabilizará a permanência de beneficiários, o que pode levar à extinção do Saúde Caixa.
> Pedro Guimarães X Saúde Caixa: por que a direção da Caixa é contra a proposta da Contraf-CUT
A assembleia virtual para deliberação sobre a proposta de sustentabilidade do Saúde Caixa ocorrerá das 8h desta quinta-feira (28) até 18h da sexta-feira (29), por meio do link https://bancarios.votabem.com.br, que estará funcional no período da assembleia e onde estarão disponíveis todas as informações necessárias.
O Sindicato orienta pela aceitação da proposta, que mantém as premissas atuais do plano: preserva a proporção 70/30 (70% de contribuição do patrocinador e 30% dos empregados), o grupo familiar, a solidariedade, o pacto intergeracional e o mutualismo, além de acrescentar medida para a melhoria da qualidade, com relatórios trimestrais de credenciados e descredenciados por estado.
Negociação
Em negociação realizada na sexta-feira (22), a representação dos trabalhadores criticou a decisão unilateral da direção do banco e cobrou esclarecimentos sobre a convocação para retorno presencial.
As entidades cobraram respeito aos empregados e ao processo negocial, atropelado por esse anúncio, e também esclarecimentos. Trabalhadores do grupo de risco ou que residam com pessoas do grupo de risco devem entrar em contato com os canais disponibilizados pela Caixa e, no caso de retorno insatisfatório por parte do banco, devem acionar o Sindicato. As denúncias podem ser feitas através da ferramenta Denuncie, no site do Sindicato, pelo telefone (17) 3522-2409 ou pelo WhatsApp (17) 99259-1987. A identidade do denunciante é sempre mantida em sigilo!
Para o diretor da entidade, Antônio Júlio Gonçalves Neto, a discussão sobre o retorno dos empregados do grupo de risco ao trabalho presencial revela um problema de fundo, a falta de empregados.
“Os empregados têm vivido no dia a dia de trabalho um alto nível de carga de trabalho, com condições precárias nas unidades e submetidos à pressão constante para obtenção de resultados através de metas abusivas. Esse quadro se mostra em âmbito nacional e tem sido a tônica da gestão de pessoas pela direção do banco. Muitas vezes um empregado, exausto, cobra o retorno do colega do grupo de risco, mas não percebe que para melhorar suas condições de trabalho o que é necessário são mais contratações, que devem ser imediatas para garantir também um melhor atendimento para a população. Temos mais de 20 mil aprovados no concurso de 2014 e, apesar das cobranças e da nossa vitória na Justiça, o ritmo de contratações está muito lento”, conclui o diretor do Sindicato.
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