01/10/2021
Resistência e solidariedade, que marcaram a histórica greve de 1991, completa 30 anos
A resistência, a perseverança e a união dos trabalhadores do banco público, carregados de apreensão, mas de muita coragem e esperança, em meio a um cenário político desfavorável para os trabalhadores, marcaram o ano de 1991, mais precisamente o dia 1º de outubro, dia em que 110 empregados da Caixa Econômica Federal foram demitidos, de maneira arbitrária e abusiva, após reivindicarem direitos e melhores condições de trabalho.
Perto de completar 30 anos dos desligamentos, a categoria relembra o estopim que desencadeou uma rede de forte mobilização e solidariedade na categoria, que viabilizou o apoio financeiro a esses trabalhadores até a readmissão dos mesmos, que ocorreu em 1992, somente após o impeachment do então presidente da época, Fernando Collor.
Resgate histórico
Durante a campanha salarial de 1991, no governo Collor, em meio ao desmonte das empresas públicas, retirada de direitos e demissão de funcionários, empregados de todos os bancos do país decidiram realizar uma greve geral para reparar as injustiças aos trabalhadores e responder ao “arrocho salarial” do governo.
Foi deflagrada uma greve de 21 dias por reajuste salarial digno e melhores condições de trabalho. A Caixa entrou com pedido de dissídio e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou a paralisação ilegal, determinando o imediato retorno ao trabalho. Em diversos lugares do país, os bancários retornaram, mas em outros houve resistência por mais dois dias, até a realização de nova assembleia.
Nos locais com maior resistência, como São Paulo, Belo Horizonte e Londrina, foram demitidos 110 empregados - 50 trabalhadores em São Paulo, 30 em Belo Horizonte e outros 30 em Londrina. Diante do episódio, considerado abusivo, surgiu o desafio de manter a mobilização. Tamanha demonstração de força e resistência culminou com a reintegração dos demitidos um ano depois, com a queda do governo Collor.
Reintegrar para não destruir
Na época, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) coordenou uma campanha para arrecadar recursos em favor dos trabalhadores dispensados, denominada “Não toque em meu companheiro”. Em seguida, surgiu também o slogan “Reintegrar para não destruir a Caixa – um banco social”, que virou mote da campanha salarial daquele ano.
“O ato de solidariedade dos bancários e bancárias de todo o país marcaram a luta coletiva da categoria, num momento desafiador. A admissão dos colegas demonstrou não só a força da unidade dos trabalhadores, mas sim a organização e disposição de luta, que é recorrente em mobilizações e conquistas dos empregados da Caixa. Este capítulo da história dos bancários reacende a importância da luta em defesa do fortalecimento do banco público, por melhores condições de trabalho e por um país mais justo e igualitário”, destacou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
“Diante de um momento histórico extremamente difícil e de retiradas de direitos, os empregados da Caixa marcaram a história com um exemplo de união e esperança. Em mais um momento tão adverso da história e diante de uma conjuntura política desfavorável, os trabalhadores somam ao ato de resistência a luta por nenhum direito a menos, pela Caixa 100% pública, por respeito e democracia”, observou o diretor de Formação da Fenae, Jair Pedro Ferreira, que também estava entre os demitidos de 1991.
Não toque em meu companheiro
A histórica greve de 1º de outubro de 1991 foi captada pelas lentes da premiada cineasta brasiliense Maria Augusta Ramos, a Guta, em um documentário denominado “Não toque em meu companheiro”. O filme, sob a coordenação da Fenae, reforça o poder da união dos empregados do banco público em cenas de esperança e solidariedade.
A obra de 74 minutos, lançada em fevereiro de 2020 e exibida em BH, Londrina e São Paulo, além do canal Brasil e do canal internacional francês, na Cinemateca de Toulouse, como parte da 33ª edição do “Festival Cinelatino – Rencontres de Toulouse”, faz um paralelo entre o governo do então presidente Fernando Collor de Mello, que implantou medidas severas de redução do Estado, e o governo atual, do presidente Bolsonaro, repetindo o modelo neoliberal, entreguista, de privatizações pelo país, de aumento de desemprego e fome.
“Não toque em meu companheiro” reúne duas gerações de trabalhadores, que resgatam o conturbado momento histórico e comparam com os dias atuais. “30 anos se passaram, mas os trabalhadores seguem lutando contra os mesmos retrocessos, de desmonte das empresas públicas, retirada de direitos duramente conquistados e desvalorização dos servidores. O filme resgata a importância da mobilização dos trabalhadores, imprescindível para vencermos os obstáculos e os momentos mais difíceis”, disse firmou o diretor da Fenae, Clotário Cardoso, que também faz parte do longa-metragem.
A obra, que traz depoimentos de trabalhadores da época e atuais, está disponível nas plataformas de streaming NetNow, Oi Play, FilmeFilme e Looke.
Perto de completar 30 anos dos desligamentos, a categoria relembra o estopim que desencadeou uma rede de forte mobilização e solidariedade na categoria, que viabilizou o apoio financeiro a esses trabalhadores até a readmissão dos mesmos, que ocorreu em 1992, somente após o impeachment do então presidente da época, Fernando Collor.
Resgate histórico
Durante a campanha salarial de 1991, no governo Collor, em meio ao desmonte das empresas públicas, retirada de direitos e demissão de funcionários, empregados de todos os bancos do país decidiram realizar uma greve geral para reparar as injustiças aos trabalhadores e responder ao “arrocho salarial” do governo.
Foi deflagrada uma greve de 21 dias por reajuste salarial digno e melhores condições de trabalho. A Caixa entrou com pedido de dissídio e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou a paralisação ilegal, determinando o imediato retorno ao trabalho. Em diversos lugares do país, os bancários retornaram, mas em outros houve resistência por mais dois dias, até a realização de nova assembleia.
Nos locais com maior resistência, como São Paulo, Belo Horizonte e Londrina, foram demitidos 110 empregados - 50 trabalhadores em São Paulo, 30 em Belo Horizonte e outros 30 em Londrina. Diante do episódio, considerado abusivo, surgiu o desafio de manter a mobilização. Tamanha demonstração de força e resistência culminou com a reintegração dos demitidos um ano depois, com a queda do governo Collor.
Reintegrar para não destruir
Na época, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) coordenou uma campanha para arrecadar recursos em favor dos trabalhadores dispensados, denominada “Não toque em meu companheiro”. Em seguida, surgiu também o slogan “Reintegrar para não destruir a Caixa – um banco social”, que virou mote da campanha salarial daquele ano.
“O ato de solidariedade dos bancários e bancárias de todo o país marcaram a luta coletiva da categoria, num momento desafiador. A admissão dos colegas demonstrou não só a força da unidade dos trabalhadores, mas sim a organização e disposição de luta, que é recorrente em mobilizações e conquistas dos empregados da Caixa. Este capítulo da história dos bancários reacende a importância da luta em defesa do fortalecimento do banco público, por melhores condições de trabalho e por um país mais justo e igualitário”, destacou o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.
“Diante de um momento histórico extremamente difícil e de retiradas de direitos, os empregados da Caixa marcaram a história com um exemplo de união e esperança. Em mais um momento tão adverso da história e diante de uma conjuntura política desfavorável, os trabalhadores somam ao ato de resistência a luta por nenhum direito a menos, pela Caixa 100% pública, por respeito e democracia”, observou o diretor de Formação da Fenae, Jair Pedro Ferreira, que também estava entre os demitidos de 1991.
Não toque em meu companheiro
A histórica greve de 1º de outubro de 1991 foi captada pelas lentes da premiada cineasta brasiliense Maria Augusta Ramos, a Guta, em um documentário denominado “Não toque em meu companheiro”. O filme, sob a coordenação da Fenae, reforça o poder da união dos empregados do banco público em cenas de esperança e solidariedade.
A obra de 74 minutos, lançada em fevereiro de 2020 e exibida em BH, Londrina e São Paulo, além do canal Brasil e do canal internacional francês, na Cinemateca de Toulouse, como parte da 33ª edição do “Festival Cinelatino – Rencontres de Toulouse”, faz um paralelo entre o governo do então presidente Fernando Collor de Mello, que implantou medidas severas de redução do Estado, e o governo atual, do presidente Bolsonaro, repetindo o modelo neoliberal, entreguista, de privatizações pelo país, de aumento de desemprego e fome.
“Não toque em meu companheiro” reúne duas gerações de trabalhadores, que resgatam o conturbado momento histórico e comparam com os dias atuais. “30 anos se passaram, mas os trabalhadores seguem lutando contra os mesmos retrocessos, de desmonte das empresas públicas, retirada de direitos duramente conquistados e desvalorização dos servidores. O filme resgata a importância da mobilização dos trabalhadores, imprescindível para vencermos os obstáculos e os momentos mais difíceis”, disse firmou o diretor da Fenae, Clotário Cardoso, que também faz parte do longa-metragem.
A obra, que traz depoimentos de trabalhadores da época e atuais, está disponível nas plataformas de streaming NetNow, Oi Play, FilmeFilme e Looke.
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