03/09/2021
Entidades sindicais pedem à Caixa a suspensão das novas regras da GDP
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), representando o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, enviou na quinta-feira (2) um ofício à Caixa Econômica Federal solicitando suspensão do processo de implementação das novas regras do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) e o encaminhamento da pauta à mesa permanente de negociação com os representantes sindicais dos empregados.
“As novas regras do GDP foram divulgadas recentemente pela Caixa e, entre novos itens, consta a previsão de adoção da ‘curva forçada’, prática em desuso entre organizações e áreas gestão de recursos humanos”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Entre os absurdos dessa curva forçada, foi estabelecido que pelo menos 5% dos empregados da unidade serão avaliados como se tivesse baixo desempenho, mesmo sendo bons funcionários. E isso traz reflexos funcionais terríveis, pois impossibilita participação em processos seletivos internos, promoção por mérito entre outros”, criticou.
Em seu ofício, a Contraf-CUT observa que “por seu caráter gerador de desgastes e desagregador nas relações de trabalho entre a empresa e os trabalhadores e, horizontalmente entre os empregados, (o novo GDP) reforça inúmeras injustiças nestas relações”.
Segundo a coordenadora da CEE, uma característica da nova GDP é a geração de diferenciação onde não se constatam assimetrias de desempenho. “Nós somos contra a GDP porque é algo que individualiza metas, impõe uma competitividade que desfavorece o coletivo. Mas, já que a Caixa institucionalizou essa ferramenta, ela tem que propor mecanismos objetivos, se furtar de implementar a ‘curva forçada’ e estabelecer sistemas para mensuração de indicadores e de recursos para se avaliar o desempenho das pessoas, de forma consistente e confiável. Por isso, essas novas regras são absurdas”, disse.
Fabiana disse ainda que o desenvolvimento dos empregados deve ocorrer em ambiente de cooperação, com objetividade e se afastar o estímulo à competição. “A GDP hoje é um instrumento potencializador de práticas de assédio moral e de intimidação contra os empregados”, acrescentando ainda que, da forma como está, a GDP permite a avaliação e a comparação de desempenho entre funcionários que estão sobrecarregados no presencial com aqueles que estão sem qualquer ambiente e sem as ferramentas adequadas para cumprir o trabalho e, tampouco para cumprir metas. “Como avaliar o desempenho em situações tão distintas?”, questionou a coordenadora da CEE.
Para o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto, a medida coloca a Caixa mais perto da forma de gestão dos bancos privados, voltada totalmente para obtenção de lucros elevados e baseada na exploração dos empregados, enquanto a principal preocupação deveria ser preservar a saúde física e mental dos trabalhadores.
"Olha o cenário em que estamos. Uma pandemia em que o número de casos ainda é alarmante, com novas variantes sendo identificadas. Enquanto isso, a direção da Caixa segue sobrecarregando os colegas. Para que a Caixa quer avaliar os empregados desta maneira? Eles já mostraram durante todo este período tão crítico, arriscando suas vidas, o quanto são competentes e comprometidos. A empresa deveria reconhecer todo o esforço. Os colegas estão cansados e vemos que mais uma vez o assédio institucional é a linha de ordem da empresa. Lamentável!", ressaltou o diretor.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- TST julga nesta segunda-feira (25) a aplicação retroativa da reforma trabalhista e gratuidade de Justiça
- Ao longo de toda a vida, negros recebem R$ 900 mil a menos que não negros no Brasil
- Vitória da construção: G20 histórico abraça pautas do G20 Social
- Eleição da ANABB termina hoje (22). Confira os candidatos apoiados pelo Sindicato e Contraf-CUT
- Decisão sobre a adequação da meta atuarial da Funcef é adiada
- Campanha 21 Dias de Ativismo reforça luta pelo fim da violência contra a mulher
- 24 anos de privatização do Banespa: luta segue para preservar direitos e conquistas dos banespianos
- Em defesa do Saúde Caixa viável e sustentável, empregados cobram fim do teto de 6,5% e medidas de prevenção
- Sindicato e Fetec-CUT/SP debatem conjuntura e perspectivas para a categoria bancária
- Fim da escala 6x1 é tema de debate do Coletivo Nacional de Relações do Trabalho da Contraf-CUT
- Conselho Deliberativo da Funcef vai votar adequação da meta atuarial nesta quinta-feira (21)
- Alô, associado! Venha curtir o feriado de quarta-feira (20) no Clube dos Bancários
- Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é conquista dos movimentos sociais
- Agências não terão expediente bancário nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra e Zumbi de Palmares
- Organização do trabalho nos bancos leva a adoecimento mental da categoria