20/08/2021
Sindicato e bancários da Caixa querem garantir contratações de pessoal concursado
Portaria publicada na edição de quinta-feira (19) do Diário Oficial da União (DOU) pode levar a até 3.300 contratações na Caixa Econômica Federal (CEF). Essa é a expectativa do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e demais entidades de representação dos empregados, que apontam falta de pessoal na instituição.
A Portaria 10.070 é assinada pelas secretarias de Desestatização, Desinvestimento e Mercados e de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, ambas do Ministério da Economia. No primeiro artigo, fixa em 87.544 vagas o limite de pessoal próprio.
“É uma importante conquista que vínhamos reivindicando nas negociações com o banco. A preocupação com o déficit funcional da Caixa não é de hoje. A redução do quadro de empregados só diminuiu ao longo dos anos, enquanto o número de clientes aumentou. É uma conta que não fecha. Para nós sempre é positivo a contratação de novos empregados, mas a medida está longe de ser o ideal. A Caixa perdeu 20 mil trabalhadores e não houve reposição. É preciso que haja um número maior de contratações", afirma o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Sobrecarga e adoecimentos
A entidade cita levantamento do Dieese, com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que aponta redução do quadro na CEF. Em cinco anos, de 2015 a 2020, a instituição cortou 14.866 postos de trabalho.
“Isso gera sobrecarga de trabalho e adoecimento dos empregados e prejudica o atendimento aos clientes e usuários. Por isso, entendemos que a atual medida é bem-vinda, mas insuficiente”, reforça o presidente da Fenae, Sérgio Takemoto.
O desafio, agora, é tentar garantir que essas contratações sejam de concursados. “O artigo segundo da portaria diz que, dentro do limite estipulado, também podem ser incluídas pessoas contratadas em cargos comissionados e em caráter temporário. E, além disso, o artigo terceiro diz que compete à empresa gerenciar o seu quadro de pessoal, incluindo contratações e desligamentos. Isso deixa aberta a possibilidade de contratações que não levem em conta os funcionários concursados em caráter efetivo. Isso desvirtua completamente nossa reivindicação”, diz a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
É válido destacar que estas contratações só foram possíveis graças à ACP do MPT e das entidades sindicais (Fena e Contraf-CUT, representando o Sindicato), que obteve decisão judicial que garantiu a extensão da validade do concurso de 2014. No julgamento em primeira instância, inclusive, a Caixa recorreu da sentença que mantinha a validade do concurso, o que colocou em risco todas as contratações ocorridas após maio de 2016. Até o momento, a direção da empresa não informou se recorrerá ou não da decisão do TRT de Brasília que confirmou estas contratações e manteve a validade do concurso até o trânsito em julgado da ACP.
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