05/08/2021

VA e VR: Caixa, quem ganha com a Verocard? Os empregados com certeza não são!



Os empregados da Caixa de São Paulo, desde a mudança da bandeira dos seus vales alimentação e refeição, têm um questionamento em mente: quem ganha com a manutenção do contrato com a Verocard? A única resposta para esta pergunta, até o momento, é o fato de que não são os trabalhadores do banco público. 

Os empregados sofrem com a rede insuficiente de estabelecimentos credenciados e com o fato da Verocard não ser aceita em nenhum dos grandes aplicativos de entrega. Nem mesmo a nova máquina de cartões da própria Caixa, lançada nesta semana, aceita o Verocard.

"Foram consultadas mais de 4 mil pessoas. Deste total, 72% relataram problemas para utilização do benefício e 97% afirmaram que não querem a renovação do contrato com a Verocard", conta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto. Se em outros estados a bandeira do VA e VR não é Verocard, se nem mesmo a nova máquina de cartões da Caixa aceita o Verocard, se o serviço é comprovadamente insatisfatório para o usuário, por qual razão a Caixa insiste na manutenção do contrato com e empresa? Quem ganha com isso?”

Desde que foi anunciada a mudança para a Verocard, o Sindicato e demais entidades representativas dos empregados questionam a Caixa sobre os problemas e cobram soluções. A justificativa do banco de que as reclamações feitas à Caixa diminuíram não procede, uma vez que essa queda se deve a falta de perspectiva de uma solução. Diante do fato de que quase a totalidade dos empregados consultados não desejam a renovação com a Verocard, e a insensibilidade da direção da Caixa quanto ao problema, o movimento sindical enviará novo ofício questionando as razões para uma eventual renovação do contrato com a empresa e cobrando um novo processo licitatório.

"Nossa maior procupação é atender as demandas dos bancários, sobretudo no que se refere a uma conquista tão importante. Vamos cobrar de forma incisiva que os trabalhadores possam efetivamente usufruir deste direito de maneira facilitada e da forma mais conveniente para o trabalhador. Reivindicamos que a Caixa reveja e solucione essa questão o mais breve possível", ressalta o diretor.

Verocard: um ano de reclamações

Desde a mudança para a Verocard, em julho de 2020, diante da apreensão dos empregados sobre a qualidade do serviço, o Sindicato cobra da Caixa explicações sobre a operação, além de orientar os trabalhadores a entrarem em contato com a empresa cobrando o credenciamento dos estabelecimentos onde costumam realizar suas compras e refeições.

Sindicato cobra explicações sobre mudanças no VA e VR

Em reunião com a Gestão de Pessoas (Gipes), ainda em julho de 2020, dirigentes do Sindicato e Apcef/SP voltaram a questionar o banco sobre as reclamações dos empregados em relação à Verocard. 

Sem solução para os problemas, o Sindicato novamente cobrou a Gipes, em reunião realizada em 11 de setembro, na qual os representantes do banco alegaram que estava em curso pela Verocard um esforço para credenciar novos estabelecimentos e que negociações entre a empresa e aplicativos de entrega teriam sido retomadas. 

Sindicato e Apcef/SP voltam a cobrar Caixa sobre a Verocard

Ainda sem solução satisfatória, Sindicato e Apcef/SP cobraram a Geber (Gestão de Benefícios), em reunião realizada no dia 2 de outubro, sobre as reclamações dos empregados quanto à Verocard. As entidades também levaram ao conhecimento do banco a postura desrespeitosa por parte da Verocard em relação às cobranças por credenciamento de estabelecimentos, nas quais não são abertos protocolos para acompanhamento da solicitação pelo empregado, e respostas debochadas às reclamações.

Verocard: Sindicato cobra da Caixa cumprimento de direitos

Diante da falta de soluções após três meses, em reunião com a Superintendência Regional Institucional São Paulo, o Sindicato e a Apcef/SP cobraram a suspensão imediata do contrato com a Verocard. 

Sindicato e Apcef/SP exigem suspensão imediata do contrato com a Verocard

A cobrança pelo fim do contrato com a Verocard voltou a ser incluída em pauta de reivindicação, em reunião realizada no dia 19 de outubro. 

Direção da Caixa dá de ombros para o caos da Verocard

Em resposta às cobranças, a Caixa alegou que não cancelaria o convênio, uma vez que a Verocard estaria cumprindo todos os requisitos do edital, inclusive no número de credenciados, e que a rede estaria sendo ampliada, com ênfase em estabelecimentos próximos aos locais de trabalho. O banco se comprometeu com o Sindicato de que as reclamações sobre a Verocard poderiam ser feitas pelos empregados também para a própria Caixa. 

Verocard: Caixa mantém convênio e abre canal de reclamações

Em nova reunião com a Gipes-SP, em maio deste ano, Sindicato e Apcef/SP relataram ao banco um processo de descredenciamento de estabelecimentos que haviam sido credenciados pela Verocard, por conta das altas taxas de administração cobradas pela bandeira. Novamente, as entidades cobraram o cancelamento do contrato. 

Já no dia 15 de junho, dirigentes da Fetec-CUT/SP, representando o Sindicato, e da Feeb/SP-MS reuniram-se com representantes da Geber (Gestão de Benefícios) e da Gipes (Gestão de Pessoas) para cobrar, mais uma vez, uma solução com relação à Verocard. Na ocasião, as entidades apresentaram a consulta feita com 4.198 empregados, na qual 97% afirmaram que não querem a renovação do contrato com a Verocard. 

Já se passou um ano de reclamações dos empregados e de cobranças das entidades representativas, mas a Caixa não irá vencer pelo cansaço. As entidades lutarão até o fim para que os empregados usufruam de forma plena do seu direito ao VA e VR, o que não está ocorrendo por conta do serviço insatisfatório da Verocard.

"O banco precisa se lembrar que os vales são direitos conquistados pelos empregados. São dezenas de milhares de trabalhadores que estão tendo um direito, que é obrigação da Caixa assegurar, restringido. É muito importante que o banco forneça cartões de uma bandeira que tenha ampla aceitação da rede credenciada. Exigimos o encerramento do mesmo, com a realização de novo processo licitatório, no qual sejam garantidas em edital as reais necessidades dos empregados da Caixa em relação ao serviço", reforça o diretor do Sindicato.
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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