02/08/2021

Sob protesto do movimento sindical, Caixa encerra GT Saúde Caixa unilateralmente



Na reunião do Grupo de Trabalho Saúde Caixa, realizada na última sexta-feira (30), a Caixa recusou a solicitação dos representantes dos empregados para prorrogar as discussões sobre a construção conjunta de um modelo de custeio viável e sustentável para os usuários. Além disso, o banco apresentou uma proposta que aplica integralmente a resolução 23 da Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União (CGPAR) - que estabelece contribuição paritária do banco e cobrança de mensalidade por beneficiário, de acordo com faixa etária e/ou renda -, e o teto de 6,5% da folha de pagamentos e proventos para a Caixa custear o plano.

“Nós não aceitamos a implementação da CGPAR 23, sob qualquer aspecto . Além de não ser uma legislação, esta proposta não está prevista no Acordo Coletivo e a anulação de seus efeitos está sendo discutida no Congresso. Nós enfatizamos a necessidade de ampliar a discussão para levarmos propostas decentes aos colegas, mas a Caixa decidiu, unilateralmente, encerrar o grupo”, destacou a coordenadora do GT  e da Comissão Executiva de Empregados (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt.

“A proposta foi a pior possível e aplicou todos os limitadores que comprometem a viabilidade de pagamento para os empregados”, declarou Sérgio Amorim, integrante do GT. “O tempo todo a Caixa declarava que a construção do modelo seria em conjunto, já que é paritário, mas desde o começo o que se viu foi a imposição das diretrizes do presidente do banco, Pedro Guimarães”, disse.

Ao contrário do desejo dos representantes dos empregados, o GT não cumpriu o papel em sua totalidade. As propostas, a da direção da Caixa e a dos empregados, serão levadas à mesa de negociação.

Os representantes dos trabalhadores fizeram questão de demonstrar indignação pelo fim das discussões. Lílian Minchin, integrante do GT, argumentou que a dificuldade no acesso aos dados atrapalhou o trabalho da empresa atuarial que assessora os empregados. “Agora, com as duas propostas prontas, o grupo deveria avançar no debate, mas a Caixa recusou”, ressaltou.

Na reunião que aconteceu na quinta-feira passada (29), a representação dos trabalhadores apresentou uma proposta que mantém o modelo atual de contribuição de 70% da Caixa e 30% dos empregados, sem necessidade de reajuste. A proposta defendida pela representação dos empregados mantém os princípios de solidariedade, mutualismo e pacto intergeracional, com gestão por RH e dos percentuais de mensalidade por grupo familiar.

"A área que deveria cuidar da saúde das pessoas está sendo desmontada propositalmente. Além de querer economizar com a redução do emprego, com fechamento de agências e descomissionamento, agora a gestão Pedro Guimarães quer cortar também, unilateralmente, o custeio do Saúde Caixa, sobretudo neste período em que o acesso dos trabalhadores a esse direito é fundamental. A estratégia do governo é a de restringir os planos de saúde de autogestão para facilitar a privatização de empresas públicas. Por isso, a luta para preservar o que a gente tem e pela revogação da resolução CGPAR 23 é prioritária neste momento. Todas as formas de mobilização e a participação massiva dos empregados em mais essa batalha são fundamentais", reforçou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

 
Fonte: Fenae, com edição de Seeb Catanduva

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