30/07/2021

Com o país mergulhado em crise, Santander continua lucrando no segundo trimestre



 
Com o país mergulhado em crise, o Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,171 bilhões no segundo trimestre de 2021. É o maior lucro trimestral do banco desde o segundo trimestre de 2010. O resultado representa uma alta de 98,4% em relação ao mesmo período de 2020 e de 5,4% no trimestre. O lucro obtido nos primeiros seis meses pela unidade brasileira do banco representou 22,5% do lucro global do conglomerado, que foi de € 4,205 bilhões.

Pagar despesas de pessoal ou PLR não foram problemas para o banco, pois esses custos caíram 3,5% no ano, somando R$ 4,4 bilhões. Ainda mais porque a receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 11,3% em 12 meses, totalizando R$ 9,6 bilhões.  Com o que arrecada de tarifa dos clientes, o banco cobre mais de duas vezes a folha de pagamento do banco, com a PLR incluída. Essa folga para cobrir despesas com a folha já vinha acontecendo no primeiro trimestre do ano.

> A violação de quantos direitos contribuiu para o lucro de R$ 4,171 bi do Santander?

"Grande parte do setor produtivo do país amarga seguidos prejuízos, e até falências, e o trabalhador sofre com o desemprego e a perda do poder de compra afetado pela desastrosa política econômica de Bolsonaro e Paulo Guedes, crise agravada ainda mais pela pandemia do coronavírus. Mas, o sistema financeiro continua a elevar os seus lucros. No mesmo dia em que anunciou um resultado trimestral de R$ 4,1 bilhões, com aumento de 102,6% no comparativo com o mesmo período de 2020, a Justiça emitiu uma decisão que condenou o Santander a uma multa de R$ 50 milhões por demissões e práticas antissindicais, demonstrando mais uma vez que a alta lucratividade do banco é também resultado da exploração dos funcionários, com pressão e assédio moral para atingir metas absurdas", denuncia o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Júlio Trigo.

"Essa tem sido uma prática recorrente do Santander e de outros grandes bancos, alvo de críticas das entidades sindicais. Os bancos seguem acumulando lucro e demitindo em plena pandemia. Não dá mais para manter um modelo em que só especuladores e banqueiros ganham e todo o resto da sociedade perde", acrescenta o diretor. 

Carteira

A Carteira de Crédito Ampliada do banco, no país, teve alta de 14,4% em doze meses e queda de 2,6% no trimestre, atingindo R$ 510,3 bilhões (ou alta de 15,1%, desconsiderando-se o efeito da variação cambial). As operações com pessoas físicas cresceram 20,9% em doze meses, chegando a R$ 189,8 bilhões, com crescimento em todas as linhas e impulsionadas, principalmente, pelo crédito imobiliário (+28,2%) e crédito rural (+27,4%).

A Carteira de Financiamento ao Consumo, originada fora da rede de agências, somou R$ 62,2 bilhões, com alta de 9,6%, em relação a junho de 2020. Do total desta carteira, R$ 52,3 bilhões (ou 84,1% da carteira) referem-se aos financiamentos de veículos para pessoa física, apresentando aumento de 7,4% em doze meses. O crédito para pessoa jurídica cresceu 11% em doze meses, alcançando R$ 187,8 bilhões. O segmento de pequenas e médias empresas cresceu 29,8% no período, e o de grandes empresas cresceu 4,2% (ou 6,3%, desconsiderando-se o efeito da variação cambial).

O Índice de Inadimplência Total superior a 90 dias, incluindo Pessoa Física e Pessoa Jurídica, ficou em 2,2%, com queda de 0,2 p.p. em comparação ao primeiro semestre de 2020. Já as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) foram reduzidas em 31,8%, totalizando R$ 7,0 bilhões.

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 11,3% em doze meses, totalizando R$ 9,6 bilhões. As despesas de pessoal mais PLR caíram 3,5% no ano, somando R$ 4,4 bilhões. Assim, em junho de 2021, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 215,8%.
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Catanduva

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