11/06/2021
Representação dos empregados denuncia ataques do governo ao Saúde Caixa
Entidades representativas dos empregados da Caixa têm recebido diversas reclamações sobre o Saúde Caixa nos últimos meses, principalmente referentes à redução de hospitais e médicos credenciados.
Em março, a Apcef/SP, representando os sindicatos, cobrou da Gipes respostas sobre a redução no número de hospitais em algumas localidades do estado, mas não obteve resposta alguma.
“Está muito difícil em Mogi das Cruzes. O único hospital particular que estava atendendo era o Santana (Notre Dame). Mesmo assim, quando ainda atendia, precisei de um atendimento emergencial para minha filha e, quando cheguei lá, descobri que não tinha pronto atendimento pediátrico. Tivemos de ir até São Paulo para sermos atendidos”, diz o relato de um empregado da Caixa em matéria divulgada pela Apcef/SP.
Na Baixada Santista, a negociação para o credenciamento de hospitais estende-se há mais de um ano, sem que haja perspectiva para a finalização do processo, entre eles, do Hospital São Lucas. Em Araraquara, não há pediatras credenciados.
Precarização do plano – “Estes não são os únicos problemas que os empregados da Caixa enfrentam. Temos informações de que a Caixa tem atrasado o repasse a importantes hospitais em outros estados”, contou o membro eleito do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, Francisco Pugliesi. “Em um banco conhecido por ser o banco da matemática, essa não parece uma ação casual, mas algo orquestrado e proposital, como forma de colocar em prática a política de desmonte do plano de saúde de Pedro Guimarães”, completou.
A Caixa já deixou claro que pretende cumprir integralmente as diretrizes impostas pelo governo e pela direção do banco, que retiram direitos dos empregados. Uma delas é a alteração no Estatuto da Caixa, que impõe um teto de 6,5% da folha com despesas assistenciais e administrativas. A outra é a CGPAR 23: dentre as restrições que podem inviabilizar a existência dos planos de saúde das estatais, a resolução determina um percentual máximo de 50% de contribuição da Caixa no custeio do plano, alterando o formato atual, que é de 70%/30%.
“Agora é hora de intensificarmos ainda mais nossa mobilização, com iniciativas que sensibilizem as pessoas para a importância dessa defesa. O ataque do governo não é apenas contra o plano de saúde dos empregados da Caixa. Algumas diretrizes, como a CGPAR 23, afetam os planos de saúde de todas as estatais. Trata-se de um projeto que visa desmontar o banco público, demais empresas públicas e acabar com os direitos dos trabalhadores. Não podemos permitir mais um retrocesso! Por isso, ressaltamos que o engajamento dos empregados é determinante para mudar este cenário e manter o Saúde Caixa, seu modelo de custeio e os princípios básicos do plano, como o mutualismo, o pacto intergeracional e a solidariedade. O melhor benefício que uma empresa pode oferecer para o trabalhador é dar assistência à saúde e o Saúde Caixa é uma das maiores conquistas dos empregados. Todos têm de estar unidos e mobilizados nessa luta para preservá-lo", ressalta o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região e diretor da Apcef/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
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