12/05/2021

Manifestações em todo o país marcam o dia de luta e de luto dos empregados da Caixa



 
Do luto à luta. Este foi o principal mote dos protestos de empregados da Caixa por todo o país, na terça-feira (11), em homenagem aos mais de 423 mil brasileiros vitimados pela Covid-19, entre eles trabalhadores do banco público, que também são vítimas da condução desastrosa da crise sanitária pelo governo Bolsonaro, que desde o início negou a gravidade da pandemia, promoveu e incentivou aglomerações, desdenhou de medidas de proteção como a utilização de máscaras, boicotou medidas de isolamento social e negou a compra de dezenas de milhões de doses de vacinas ainda em 2020.

Os empregados da Caixa estiveram mobilizados nas redes sociais, com um tuitaço que levou três hashtags - #EmpregadosCaixaEmLuto, #SomosMaisQueNúmeros e #LutoPelasVítimas - a figurarem entre os cinco assuntos mais comentados do Brasil no Twitter. Além disso, atendendo o chamado das entidades representativas, muitos trabalhadores vestiram preto.

As vítimas desta pandemia e da total irresponsabilidade do governo federal em lidar com a crise sanitária não são apenas números. São pais, mães, filhos, amigos, avós, sobrinhos, esposas, maridos, colegas de trabalho. O ato de hoje, em todo o Brasil, foi um chamado para transformar o luto em luta. É um grito de resistência pela vida dos trabalhadores. Somente neste ano já morreram mais empregados da Caixa por Covid-19 do que em todo o ano de 2020.  

"Enquanto milhares de pessoas morrem por Covid-19, o governo e a direção da Caixa só pensam em privatização, cobrar metas e tirar direitos dos empregados. Nossas manifestações são para lembrar todos que faleceram não só por conta da Covid-19, mas também pela irresponsabilidade do governo brasileiro, que tem reagido de forma precária no combate à pandemia. Cobramos medidas mais eficazes de proteção, limitação do atendimento aos serviços essenciais e vacina já. A prioridade deve ser a vida", acrescentou o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

Os empregados, que estão em estado de greve desde o dia 22 de abril, reivindicaram vacina já; medidas mais eficazes de proteção contra a Covid-19; limitação do atendimento aos serviços essenciais, com suspensão da venda de produtos; melhores condições de trabalho; pagamento correto da PLR Social; contratações; e defenderam a Caixa pública e sua função social, que teve a sua importância ainda mais evidenciada com o pagamento do auxílio-emergencial para milhões de brasileiros na pandemia. 

Esta pauta de reivindicações também foi apresentada à direção do banco pela CEE/Caixa, em reunião realizada também nesta terça (11).

Pesquisa 

Resultados, ainda parciais, da pesquisa Covid-19 como doença relacionada ao trabalho - que faz um recorte da categoria bancária, e também dos bancários da Caixa - revelam que a maioria dos empregados do banco público que responderam o questionário, que tiveram ou não Covid-19, aponta que no local de trabalho falta ventilação e que há contato próximo com pessoas, menos de dois metros, no trabalho e no transporte. 

Além disso, o número de empregados que relataram falta de máscaras em número suficiente, assim como local adequado para descarte; falta de álcool gel; e falta até mesmo de água e sabão para lavar as mãos à vontade no local de trabalho, é muito significativo. 

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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