27/04/2021
Mobilização: Sindicato protesta contra privatização da Caixa e em defesa dos direitos dos empregados

Nesta terça-feira (27), Dia Nacional de Luta, o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região se une aos trabalhadores da Caixa de todo o país em uma ampla mobilização contra a privatização do banco, por mais contratações, pelo pagamento da diferença da PLR, por melhores condições de trabalho e atendimento à população, pela proteção e vacinação dos empregados na pandemia.
Diretores da entidade anexaram cartazes, nesta manhã, nas agências, e realizaram reuniões com os bancários e clientes, denunciando os prejuízos da venda de áreas estratégicas da empresa, como a Caixa Seguridade, e reforçando a importância de somar forças para barrar os ataques contra o banco e seus empregados. A ação também reforça à direção e ao governo que o movimento sindical está atento e irá resistir ao projeto de desmonte.
Trabalhadores deliberaram em assembleia, no último dia 22, por estado de greve e indicativo de paralisação de 24 horas. Mas a Caixa, de maneira autoritária e visando deslegitimar o direito de greve da categoria, entrou com pedido de tutela cautelar sob a alegação de que a mobilização seria de cunho apenas político e ideológico, obtendo a determinação de que sejam mantidos em serviço 60% dos empregados e suas subsidiárias em atividade. Governo e direção atentam mais uma vez contra os trabalhadores e seguem firmes na missão de acabar com o único banco 100% público do país.
“Há 160 anos a Caixa é o banco de todos os brasileiros, mas pode deixar de ser no próximo dia 29 de abril. Seu caráter público e seu papel social são garantias do Bolsa Família, do Auxílio Emergencial, do apoio às micro e pequenas empresas, do financiamento habitacional, do Fies e de tantos programas e projetos de investimento no país. Vivemos uma situação crítica de pandemia, que dentre tantas coisas, mostrou-nos a importância da atuação do Estado e o quanto ela deve ser fortalecida; não enfraquecida ou entregue ao capital privado, que só visa o lucro”, ressalta o secretário geral do Sindicato, Júlio César Trigo.
“Nossa mobilização também é justa e necessária para pressionar a direção do banco a rever os sucessivos ataques que estão sendo feitos contra os empregados, que têm trabalhado além do limite físico e psicológico devido ao reduzido quadro de pessoal e submetido a metas absurdas e incompatíveis com o momento que atravessamos. Só a luta garante direitos, e o apoio e participação dos empregados, dos usuários e da sociedade de forma geral nas atividades propostas é fundamental para defendermos a permanência da Caixa como o banco dos brasileiros”, ressaltou o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Os trabalhadores sempre exerceram um papel fundamental à população, operando o pagamento de benefícios sociais, tão importantes durante a crise sanitária. Mas, têm sido massacrados pelas metas desumanas estabelecidas pela direção do banco, o que obriga os trabalhadores praticamente a serem cúmplices da privatização da própria empresa e, consequentemente, da destruição dos seus empregos.

Denúncia na CVM
Além das mobilizações nos locais de trabalho e nas redes sociais, realizadas nesta terça-feira (27), bancários foram à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contra privatização da Caixa Seguridade. Segundo a denúncia, duas instruções da CVM foram violadas. Com a medida, os trabalhadores do banco público esperam que a Comissão cancele o processo de privatização da subsidiária.
Campanha Brasil Seguro é Caixa Pública
A ação “Brasil Seguro é Caixa Pública”, desenvolvida pelas entidades sindicais durante todo este mês de abril, também reforça a mobilização e a posição dos bancários contrária à pressão do governo para a devolução dos chamados “Instrumentos Híbridos de Capital e Dívida (IHCDs)” ao Tesouro Nacional, medida que descapitaliza o banco público promovendo o seu enfraquecimento, e penaliza a população, pois retira recursos que seriam destinados à concessão de crédito e para setores estratégicos ao desenvolvimento nacional - como infraestrutura, saneamento e habitação - para pagar juros da Dívida Pública, que tem como principais credores os bancos e investidores privados.

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