04/03/2021

Direção da Caixa Econômica e governo federal atacam reconhecimento aos empregados



Diante de uma conjuntura política adversa aos trabalhadores e especificamente aos empregados da Caixa, na qual até mesmo a PLR Social estava ameaçada, que só foi mantida pela mobilização dos bancários e pela atuação dos seus representantes em mesa de negociação, a direção do banco público, sob ordens do governo Bolsonaro, tenta impor um teto de três remunerações base para o pagamento da PLR no banco público.

O presidente do banco, Pedro Guimarães, cumprindo ordens do governo federal, mostra sua intenção de reduzir o reconhecimento pelo trabalho dos empregados do banco público atacando seus direitos, que foram conquistados na luta.

“Ainda não conhecemos o lucro da Caixa em 2020. Portanto, não sabemos qual o impacto da limitação de três remunerações na PLR dos empregados, sobretudo nos menores salários. Porém, de qualquer forma, já na Campanha dos Bancários 2020 - na qual nossos direitos foram atacados de muitas formas, e tivemos importantes vitórias como, por exemplo, a manutenção da PLR Social - já estava clara a intenção do presidente do banco, Pedro Guimarães, que cumpre ordens do governo Bolsonaro, de reduzir o reconhecimento dos empregados da Caixa, cujo trabalho é fundamental para o país, que, durante a pandemia, foram responsáveis por pagar o auxílio-emergencial para milhões de brasileiros e também por construir o resultado da Caixa”, diz Dionísio Reis, membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa). 

“Se essa gestão de fato tivesse a intenção de reconhecer o trabalho dos empregados da Caixa, se as lágrimas do presidente Pedro Guimarães tivessem sido sinceras quando ele chorou em coletiva de imprensa e chamou os empregados de família, não tentaria impor um limitador para o pagamento da PLR para trabalhadores que atuaram na linha de frente durante toda a pandemia, dando um verdadeiro exemplo de compromisso com a população brasileira e com o país. Ao invés de valorizar esses trabalhadores, a direção da Caixa tenta limitar a PLR e cria uma nova PRX, com o Bônus Caixa”, acrescenta o dirigente.

A Caixa tem até o dia 31 de março para realizar o pagamento da PLR e PLR Social, mas o Sindicato já reivindicou a antecipação do crédito ao banco.

PLR é fruto de luta

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, ressalta que a PLR para os empregados da Caixa começou a ser paga em 2004 e a PLR Social, em 2010, fruto da luta dos trabalhadores. Antes de 2004, a Caixa pagava a PRX, elegível para só algumas funções e vinculada a metas. Portanto, a PLR e a PLR Social não são benefícios. São conquistas dos empregados, mobilizados junto ao Sindicato.

“É sempre importante enfatizar que a PLR é uma conquista pioneira dos bancários. E a mesma força e disposição de luta que os empregados da Caixa sempre tiveram para defender seus direitos deve se fazer ainda mais forte agora para derrubar o teto de três remunerações nos próximos anos e evitar que a gestão de Pedro Guimarães traga de volta o modelo da PRX com o Bônus Caixa. É importante que os empregados se mobilizem e estejam preparados também para fazer o debate sobre a importância do banco 100% Público com a sociedade. Mais do que nunca a defesa da Caixa forte e para todos e dos direitos dos trabalhadores são lutas urgentes e indissociáveis. Para isso, é importante, ainda, ser ativo politicamente na escolha de governos que, ao contrário do atual, não atuem contra o trabalhador”, conclui o diretor.
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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