02/03/2021

Número de empregados da Caixa mortos em 2021 por Coronavírus já supera 2020



O número de mortos empregados da Caixa Econômica Federal por coronavírus nos primeiros dois meses de 2021 já supera todo o ano de 2020, quando se iniciou a pandemia de Covid-19, e deve-se acender um sinal vermelho entre os trabalhadores do banco público. Até agora, pelo menos 40 foram vitimados pela doença, mais do que os 19 registrados entre março e dezembro do ano passado, demonstrando o momento grave que temos passado, o descaso do Governo Federal e da gestão da Caixa para com os empregados e a população. Se somarmos o número de trabalhadores terceirizados falecidos, esse número deve triplicar.

Apesar de o banco sonegar informações sobre as vítimas, levantamentos feitos pelo movimento sindical dão conta de que o aumento expressivo no número de mortos tem relação com o trabalho presencial. O Sindicato continua cobrando informações do banco.

Para o membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Dionísio Reis, representantes dos trabalhadores vêm cobrando que o banco amplie as medidas de proteção à categoria, como a inclusão de uma barreira acrílica para os gerentes e assistentes, desde o início da pandemia, sem sucesso.

"Temos cobrado o aumento da proteção aos trabalhadores e à população de uma forma geral, porque a Caixa tem, pelo contrário, reduzido a segurança sanitária para seus empregados. O aumento no número de empregados é expressivo, e entre os terceirizados este número deve ser pelo menos três vezes maior. São estes trabalhadores que pagaram o auxílio emergencial para mais da metade da população brasileira, e este descaso da Caixa deixa todos expostos", afirma o dirigente.

Metas x Saúde

Além de acabar com a saúde mental dos bancários, os recrudescimentos das condições psicossociais feitos com a cobrança de metas desumanas também está aumentando a exposição dos bancários a Covid-19. O Sindicato, junto às demais entidades de representação, tem realizado diversas atividades nas redes sociais em defesa da Caixa pública e contra a cobrança desumana de metas, como forma de ampliar as denúncias à sociedade e pressionar o banco a rever os abusos e desrespeito contra os empregados. O que tem sido apurado é que os atendentes que podiam estar acabando com as filas estão totalmente voltados a outras funções.

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, ressalta que o movimento sindical conquistou, desde o início da pandemia, avanços importantes na proteção dos trabalhadores contra o coronavírus, "mas a direção da Caixa dá de ombros, ignorando o número de mortes entre os empregados e a população brasileira e permitindo a cobrança, cada vez mais, de metas abusivas em plena crise sanitária, econômica e social."

"Com o aumento expressivo no número de mortes pela covid-19 entre os trabalhadores (e também no país), o Sindicato exige da direção da Caixa o reforço no protocolo de Covid nas agências e departamentos, a ampliação do home office e o fim da cobrança abusiva por metas, que tem, além de adoecido os empregados, prejudicado ainda mais o atendimento à população nesta pandemia", reforça o diretor.

O Sindicato está monitorando todos os locais de trabalho, e é importante que os empregados denunciem à entidade práticas que vão contra os protocolos da Covid-19 e contra o bom senso.

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Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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