23/02/2021

Representantes dos empregados voltam a cobrar mais contratações na Caixa Federal



A pandemia do novo coronavírus reforçou ainda mais a importância da Caixa Econômica Federal para a economia e para os brasileiros. Os trabalhadores do único banco 100% público com atuação nacional foram os responsáveis pelo pagamento do auxílio-emergencial para mais de 100 milhões de pessoas e pela liberação do saque emergencial do FGTS durante a crise sanitária e social sem precedentes na história recente do país, causada pelo Sars-CoV-2.

Mesmo com a sua importância destacada, o banco sob controle do governo Bolsonaro vem enfrentando há anos um processo de sucateamento imposto pelas últimas administrações de orientação neoliberal.  

Seguidos cortes de postos de trabalho totalizaram 16.387 empregados a menos entre dezembro de 2014, quando tinha 101.677 empregados, e setembro de 2020, quando contava com 84.290 bancários. 

Tal situação, que já se mostrava um problema antes da pandemia, se mostrou insustentável em um momento em que a população, sobretudo a de mais baixa renda, mais precisou do banco. O que se viu ao longo de 2020, quando foram efetuados os pagamentos dos auxílios-emergenciais, foram filas intermináveis nas agências por todo o país, empregados sobrecarregados e a população insatisfeita. 

Por causa da falta de empregados, inúmeros colegas de agências entram em contato com o movimento sindical para desabafar que precisam se desdobrar em várias tarefas durante o dia: começam no autoatendimento, depois abrem o caixa para entender a população, em seguida precisam parar para atender os outros serviços considerados essenciais.

Para completar a situação, grande parte dos bancários ainda são cobrados a toda hora por metas abusivas de vendas de produtos como previdência; cartões; seguridade... em um momento em que a atenção da Caixa deveria estar toda voltada para o social, que é a função principal do banco. 

Mais contratações já! 

A contratação de mais empregados para a Caixa é uma demanda permanente do Sindicato e da Apcef/SP. Em reuniões com a direção do banco, nas Campanhas Nacionais, em protestos, lives e diálogos junto da população as entidades cobram reiteradamente a ampliação dos postos de trabalho.  

A falta de empregados está gerando muitos adoecimentos entre os empregados e uma insatisfação crescente na população que busca atendimento. A diminuição dos postos de trabalho na Caixa bem como o encolhimento do banco é um processo que prejudica os empregados - que têm de lidar com sobrecarga cada vez maior e os consequentes adoecimentos -, e a população, sobretudo a de mais baixa renda - que estaria apartada dos serviços bancários se não fosse a Caixa, o único banco com presença em todos os municípios brasileiros.

Por outro lado, os únicos beneficiados com o enfraquecimento da Caixa são os bancos privados, que terão ainda menos concorrência em um setor já extremamente concentrado, e poderão cobrar juros e tarifas ainda mais caras sem o banco. Por tudo isto, o fortalecimento da Caixa, bem como a ampliação do número de postos de trabalho é uma pauta permanente do movimento sindical e uma luta que deve ser abraçada por toda a sociedade brasileira, que será ainda mais prejudicada com o processo de definhamento do banco público.
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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