18/02/2021
Movimento sindical desenvolve calendário de luta contra reestruturação e metas desumanas

A reestruturação de áreas da Caixa tem preocupado a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e o Sindicato dos Bancários de Catanduva e região. A mudança acontece em todo o país, sem justificativa e planejamento, deixando os empregados inseguros e em pânico. Esse foi um dos temas debatidos na reunião da última sexta-feira (12) da Comissão, que aconteceu por meio de videoconferência. No encontro, os representantes dos empregados abordaram ainda a Campanha de Valorização dos bancários da Caixa, que tem como temas as metas desumanas e o desrespeito do banco. O Saúde Caixa também foi tema da reunião.
Para intensificar as cobranças, a CEE, que representa o Sindicato nas negociações com o banco, está desenvolvendo um calendário de lutas fortalecendo a Campanha de Valorização dos empregados, contra a reestruturação, metas desumanas, o assédio e as medidas abusivas do presidente da Caixa, Pedro Guimaraes. As atividades começam nesta sexta-feira (19), com um tuitaço em defesa da Caixa 100% pública e dos direitos dos empregados.
“O objetivo é mobilizar todos os empregados e mostrar para a Caixa a nossa união. A Caixa precisa respeitar os empregados, as metas desumanas têm deixados todos sobrecarregados e adoecidos e isso não pode acontecer”, afirmou a coordenadora da CEE/Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt.
Reestruturação
A Comissão recebeu mais denúncias de áreas que estão sendo extintas ou realocadas para centralizadoras. Além disso, os empregados têm relatado incertezas quanto ao trabalho, sem saber o que acontecerá com a sua área. Outro ponto destacado pela CEE/Caixa foi a falta de comunicados oficiais pelo banco, que insiste em dizer que não há reestruturação.
A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) realizaram, no dia 08 deste mês, a primeira audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre a perseguição aos empregados que está acontecendo na Caixa devido à reestruturação imposta pela gestão do banco.
O procurador do trabalho deu um prazo de 30 dias par que a Caixa apresente as informações solicitadas para então definir os desdobramentos.
Metas desumanas
O crescimento da cobrança de metas também foi tema da reunião. Em tempos de pandemia, a Caixa tem cobrado metas desumanas, adoecendo os empregados. Diante desse cenário que surgiu a Campanha de Valorização dos bancários da Caixa.
A reivindicação para reduzir a meta vem sendo feita pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e pelo Sindicato desde o início da pandemia. Diversos ofícios já foram enviados cobrando a direção do banco, mas sem respostas.
"Para os empregados da Caixa, que viveram situações de medo no ano passado, encarando todos os dias a Covid-19 em agências aglomeradas e filas quilométricas, o clima de tensão em 2021 é tão pesado quanto o do ano passado. A direção da Caixa impôs um novo pacote de metas aos empregados que ignora as crises sanitária e socioeconômica, que se agravaram ainda mais no início deste ano. Além das metas abusivas, as jornadas extensivas de 10 ou 12 horas também têm atingido os empregados. O resultado de tanta pressão e sobrecarga de trabalho é o adoecimento do trabalhador", denuncia o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Tony também destacou a necessidade de mais contratações na Caixa. O banco precisa recompor cerca de 20 mil trabalhadores. A bandeira de mais empregados para a Caixa é antiga e vem sendo reivindicada pelo Sindicato em todas as negociações. "Existe uma necessidade urgente que é dar melhores condições de trabalho para todos os trabalhadores. Os colegas já estão sobrecarregados e a situação só piora. O cansaço é de todos e por isso o banco precisa contratar. A ampliação do quadro, além de aliviar a sobrecarga, também significa um atendimento melhor para a população", acrescentou o diretor.
Durante a Campanha Nacional 2020, o assunto também foi tratado. O pedido foi para que a Caixa deixasse de cobrar as metas enquanto perdurar a pandemia.
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