20/11/2020
Entidades cobram contratação imediata de empregados na Caixa Econômica Federal
A decisão da Caixa de iniciar o Programa de Desligamento Voluntário (PDV) poderá retirar do quadro da empresa mais de 7 mil empregados. Com um déficit de 17 mil empregados, o PDV poderá prejudicar ainda mais trabalhadores e a população. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), ambas entidades representando o Sindicato, reivindicaram a urgência do início do processo de contratação da empresa.
Por meio de um ofício enviado ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães, as entidades reforçam que os empregados têm vivido no dia a dia de trabalho um alto nível de carga de trabalho, com condições precárias nas unidades e submetidos à pressão constante para obtenção de resultados através de metas abusivas. "Esse quadro se mostra em âmbito nacional e tem sido a tônica da gestão de pessoas pela direção da Caixa".
Para o movimento sindical, a contratação deve ser imediata para dar melhores condições aos trabalhadores e melhor atendimento para a população. A demanda para aumentar o contingente de trabalhadores do banco é uma reivindicação constante das entidades que representam a categoria. A Caixa perdeu 17 mil empregados e não houve reposição. Somado a isso, o aumento abusivo das metas da Caixa tem deixado os empregados esgotados e assustados com a possibilidade de perder função em um momento de pandemia.
O trabalho das entidades
O Sindicato e demais entidades representativas estão atentos ao descaso e desrespeito da Caixa em relação aos empregados. A reivindicação para reduzir a meta vem sendo feita pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) desde o início da pandemia. Diversos ofícios já foram enviados cobrando a direção do banco, mas sem respostas.
Durante a Campanha Nacional 2020, o assunto também foi tratado. O pedido foi para que a Caixa deixasse de cobrar as metas enquanto perdurar a pandemia.
"As condições de trabalho estão precárias e quem está nas unidades está trabalhando incansavelmente sem as devidas condições. Com essa "novidade" de metas absurdas no fim do ano só reforça o descaso que a Caixa está com seus empregados, como se tudo o que fizeram até o momento fosse desconsiderado. É uma palhaçada!", avaliou a coordenadora da Comissão, Fabiana Uehara Proscholdt.
"A diminuição do número de empregados precarizou o atendimento, prejudicando clientes, e, sobretudo, os próprios empregados, que estão exaustos diante do aumento de atendimentos por conta do pagamento do auxílio emergencial e do FGTS, e ainda precisam lidar com a falta de empatia e desrespeito da direção do banco com o aumento das metas. Não vamos aceitar que a gestão da Caixa coloque o lucro na frente das vidas. É cruel e desumano!. Mesmo com a insistente cobrança do movimento sindical por mais contratações, Pedro Guimarães e o governo Bolsonaro insistem em se manter intransigentes, colocando em risco o futuro do banco e seu papel social. O Sindicato vai continuar cobrando mais contratações e manter forte a luta em defesa da Caixa pública, que é fundamental para o desenvolvimento do nosso país", ressalta o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Concursados de 2014
O Sindicato e demais entidades seguem atuando para que os concursados de 2014 sejam chamados para retomar a recomposição do quadro de empregados proporcionando assim um atendimento mais adequado ao tamanho da demanda do banco público.
A não convocação dos aprovados no concurso público realizado pela Caixa em 2014 é alvo de Ação Civil Pública ingressada pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e em Tocantins. No dia 6 e outubro de 2016, veio a vitória em primeira instância. Na decisão, a juíza Natália Queiroz, da 6ª Vara do Trabalho de Brasília, postergou a validade do certame até o trânsito em julgado da ação.
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