05/08/2020

Pressão por metas abusivas em plena pandemia aterroriza e deprime funcionários do Mercantil


 
Como se não bastassem a insegurança e a excessiva lotação de clientes nas agências do Mercantil do Brasil – principalmente nos cinco primeiros dias e cinco últimos dias úteis de cada mês – quando ocorre o pagamento dos beneficiários do INSS – aumentando o risco de contágio pela Covid-19, os funcionários do banco estão sofrendo com pesadas cobranças, a truculência e a falta de humanidade da área comercial, que vem aumentando a pressão para o cumprimento de metas absurdas.

Os superintendentes comerciais utilizam de técnicas perversas por meio das temidas video e audioconferências, ligando para os números privados de telefone dos funcionários várias vezes ao dia. Aos gritos e usando palavras depreciativas, exigem o cumprimento de metas inatingíveis, acusando os bancários que não conseguem alcançar os números propostos pelo banco de incompetentes e desinteressados.

Segundo as denúncias recebidas pelo movimento sindical, a área comercial do banco chega ao absurdo de propor e exigir dos funcionários a venda de seguro de vida e outros produtos bancários sem o conhecimento dos clientes, o que é considerada uma prática abusiva e ilegal de acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). As denúncias estão vindo também da parte de clientes insatisfeitos com essas práticas do banco.

Em 2018, o Mercantil do Brasil foi alvo de cobrança, junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), sendo viabilizada na época uma composição de acordo entre o Instituto de Defesa Coletiva (IDC), o Procon-BH e a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais. Nesse acordo, a instituição financeira se comprometeu a adotar regras de boas práticas relativas à contratação e à renovação de empréstimos bancários, possibilitando a extinção de inúmeros litígios judiciais e a proteção do interesse de milhares de clientes. Saiba mais aqui.

Ocorre também a vigilância excessiva sobre os bancários através das câmeras de segurança instaladas nas agências e uma sobrecarga na jornada de trabalho, com funcionários permanecendo nas unidades de 8 a 9 horas ininterruptas e diariamente. Essas situações vêm deprimindo e adoecendo os trabalhadores, que já não estão suportando mais tanta ganância e prepotência por parte da área comercial do Mercantil do Brasil.

De acordo com Marco Aurélio Alves, que é coordenador nacional da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do banco, através das denúncias recebidas de todo o país, pode-se verificar que funcionários que trabalham nas agências estão entre aqueles mais afetados pelo assédio moral, prática ilegal que consiste na exposição do trabalhador a situações humilhantes, constrangedoras, repetitivas e prolongadas, como forma de gestão para cobrança de metas e resultados absurdos. “Os sindicatos estão mobilizados para acabar com esta prática cruel dentro do banco. Vamos deixar claro para o Mercantil que é sua obrigação fiscalizar os atos nocivos praticados pelos superintendentes comerciais, pois estes agem em seu nome e, portanto, responsabilizam o banco por prejuízos que venham a causar aos trabalhadores”, observou.

O secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo, reforça que o assédio moral é uma prática ilegal, que adoece e retira a dignidade dos trabalhadores. O dirigente orienta aos funcionários que forem vítimas desse tipo de situação a denunciarem ao Sindicato. "Conquistamos um canal específico de denúncia de assédio moral. Usem dessa ferramenta para combater essa prática tão perversa que muitas insitituições ainda insistem em praticar, mesmo de maneira ilegal. O sigilo é garantido e com total segurança de que os trabalhadores não sofrerão retaliação por parte do superior ou do banco”, ressaltou.

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Fonte: Seeb BH, com edição de Seeb Catanduva

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