17/07/2020
Em plena pandemia, direção da Caixa ameaça vidas e direitos dos empregados em live
Em um momento em que a curva de contaminação e mortes por covid-19 no Brasil não mostra sinais de diminuição, a direção da Caixa reforça que a preocupação com as vidas dos empregados do vale menos do que a rentabilidade do banco.
Em uma live realizada na quarta-feira (15), a vice-presidente de Pessoas, Girlana Granja Peixoto, reforçou que a gestão do banco deixará a cargo das chefias das áreas o retorno presencial ao trabalho. Já o vice-presidente de Rede, Paulo Angelo, estava presente para ressaltar que os empregados devem estar onde são mais rentáveis ao banco, ou em casa ou no teletrabalho.
No dia a dia, a direção da Caixa faz uma cobrança abusiva de metas, o que muitas vezes obriga os empregados a agirem contra os normativos ambíguos do banco e, caso isso resulte em algum problema, os trabalhadores acabam com a culpa.
“Em meio à pandemia, a direção do banco está agindo da mesma forma, mas neste caso a responsabilização será civil e criminal, pois o retorno presencial ao trabalho representa uma ameaça às vidas das pessoas, e tudo indica que mais uma vez a direção da Caixa irá lavar as mãos caso ocorra alguma fatalidade”, alerta Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva de Empregados da Caixa (CEE/Caixa).
Na quinta-feira (16), o movimento sindical enviou ofício à direção da Caixa cobrando a manutenção do Projeto Remoto.
Vice-presidente de Pessoas mente e tenta desmobilizar
Na mesma live, a vice-presidente de pessoas tentou desmobilizar a organização dos empregados da Caixa às vésperas da Campanha Nacional 2020, em que os trabalhadores irão lutar pela renovação do Acordo Coletivo de Trabalho.
“A fala da vice-presidente de pessoas tenta desmobilizar os empregados e ataca o movimento sindical em um momento em que mobilizamos milhares de empregados nos congressos estaduais e regionais e saímos do 36º Conecef com unidade nas nossas bandeiras de luta na defesa do nosso Acordo Coletivo de Trabalho”, enfatiza o coordenador da CEE.
No 36º Congreso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef) os trabalhadores alcançaram a unidade nas reivindicações: fim do teto de 6,5% do Saúde Caixa; defesa do modelo atual de custeio do Saúde Caixa; contra qualquer mudança no estatuto democrático e das regras de eleição da Funcef; defesa da vida e das condições de trabalho dos empregados; contra as metas abusivas; contra o desrespeito a vida praticado pela direção da caixa; em defesa da Caixa 100% Pública; em defesa da democracia; e fora, Bolsonaro.
“Girlana mentiu que a implementação do teto de custeio do Saúde Caixa foi feito com anuência do movimento sindical. A direção da Caixa implantou essa mudança de forma unilateral no estatuto, com protesto da nossa representante no Conselho de Administração, e a negociação em 2018 conseguiu protelar para 2021 a implementação que já estava prevista para aquele mesmo ano”, diz Dionísio.
“A unidade dos empregados é contra este teto e contra qualquer implementação da CGPAR 23 que resultará na aniquilação do nosso plano de saúde, além da destruição dos nossos demais direitos e do caráter 100% púbico da Caixa – este por meio da venda do banco aos poucos, e em pedaços. Movimentos que a direção atual do banco, junto com o governo Bolsonaro, pretendem. Por isso a Girlana atacou o movimento sindical e a mobilização dos empregados: para tentar desmobilizar e impedir nossa luta”, afirma Dionísio.
23 de julho: Dia de Luta nas redes sociais
Em face deste cenário e dos ataques contra a Caixa, dia 23 de julho será realizado um dia de luta. Na data, os empregados deverão usar a hashtag #MexeucomACaixaMexeuComOBrasil nas publicações no Twitter, Facebook, Instagram e demais redes.
A campanha digital “Mexeu com a Caixa, mexeu com o Brasil tem o objetivo de pressionar a direção do banco e o governo Bolsonaro a respeitar a Caixa e os direitos dos empregados, bem como alertar a sociedade sobre a importância do banco público e os desrespeitos que os seus trabalhadores vêm enfrentando mais acentuadamente desde o golpe de 2016.
Procure o Sindicato
Nesse contexto de pandemia de coronavírus, em que o movimento sindical bancário conquistou home office para metade da categoria em todo o país, é indispensável que os trabalhadores possam se comunicar com o Sindicato.
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