15/06/2020
Metas no Santander crescem na pandemia; Sindicato cobra respeito aos bancários
(Arte: Freepik)
Em mesa de negociação no início da pandemia provocada pelo coronavírus, o Santander havia se comprometido, junto com outros bancos, que as metas seriam cobradas com razoabilidade, para garantir segurança e a saúde física e emocional dos bancários. No entanto, a realidade que vem sendo encarada pelos trabalhadores cotidianamente é bem diferente.
> Santander demite ignorando seu próprio compromisso de garantir empregos na pandemia
> Setor bancário, o mais lucrativo do país, demite pais e mães de família em plena pandemia
Bancários de diferentes agências e departamentos estão procurando o Sindicato para denunciar cobranças abusivas e pressão por parte de gestores - relatando, inclusive, que elas aumentam semanalmente. Para se ter uma ideia, a meta de capitalização subiu 50% da última semana de maio para a primeira de junho.
Os trabalhadores do Santander estão sendo cobrados três vezes ao dia, por todos os meios disponíveis, de forma massiva, agressiva e constante, elevando o estresse e o adoecimento. Além disto, o banco foi um dos primeiros que iniciou as demissões, no dia 05 de junho, o que causa ainda mais terror.
"O histórico do banco nos mostra que a sua gestão se importa mais com o lucro do que com a saúde e a vida dos seus funcionários, que são os responsáveis diretos por seus ótimos resultados no Brasil. O banco visa lucrar até mesmo em detrimento da saúde mental de seus trabalhadores. O Santander tem o dever de tratar seus funcionários com respeito e honrar os compromissos assumidos em mesa de negociação com a Fenaban", ressalta o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
Bancários relatam que as cobranças estão crescendo constantemente. Primeiro, foi instituído um plano de “vendas mínimas”, no qual cada gerente deveria fazer ao menos quatro produtos de uma grade composta por nove. Depois, o banco fez um desafio de vendas de 10 produtos até o dia 10 de junho. Em seguida, o banco criou uma ferramenta de “motor de vendas”, na qual o gerente geral tem acesso a quantos produtos o gerente vendeu por dia. Resultado: o desafio agora é de 10 produtos em um dia.
“O Santander mesmo com a pandemia não abriu mão de nenhum meta. Nenhuma! Estamos sendo cobrados fortemente por todos os produtos, principalmente o SCC (seguro, consórcio e capitalização). Não só as metas foram mantidas, como agora tem várias formas de nos medir, coagir e até ameaçar. Os GGs falam que após a pandemia será utilizado o seguinte critério: quem não atingiu as metas estará entre os primeiros a serem mandados embora. Isso é falado claramente por todos os GGs em todas as agências. Eu sinto que não vou aguentar”, relata um bancário, que terá sua identidade preservada para evitar represálias.
Home office para quem?
O home office foi uma conquista da categoria bancária em negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban no início da pandemia. Por outro lado, até o que era para ser uma garantia de proteção aos trabalhadores se transformou em um instrumento de transtorno.
O banco não vem oferecendo estrutura para os bancários em home office compatível com as funções que eles devem exercer. Com isso, muitos estão cumprindo suas atividades de maneira precária, comprometendo sua produtividade. Esta situação, somada à cobrança exaustiva por parte dos gestores, vem causando desgastes e instabilidade para os trabalhadores.
“Não foi fornecido notebook para todos, nem telefone; só uma parte do que estão em home office recebeu. Funcionários tem que usar o próprio computador, a própria internet e o próprio celular. E estão sendo cobrados da mesma maneira, com a mesma pressão! Esses funcionários recebem suporte para instalar o sistema do banco em seu computador, mas em nenhum momento recebem ajuda de custo para arcar com internet. E quem não tem computador ou notebook que se vire”, relatou outro bancário.
Os trabalhadores precisam de paz para produzir, motivação, e infraestrutura. Muitos não conseguiram home office por não terem equipamentos com configuração compatível com os programas do Santander. E é válido destacar que a responsabilidade de fornecer equipamentos e todos os insumos necessários para o trabalho é do banco.
O Sindicato já havia denunciado as práticas abusivas do banco em contato com a Superintendência Regional. E reforça sua reivindicação para que não haja cobrança de metas durante a pandemia. O compromisso de cobrar com razoabilidade já não atendia ao pedido do movimento sindical, mas nem isso o Santander tem feito. Razoabilidade, bom senso e respeito estão bem longe das práticas de gestão observada spelo banco.
"Como Sindicato, entidade representativa dos bancários, nossa luta é por uma gestão mais humana, pelo fim das práticas abusivas que levam aos altos índices de adoecimento registrados na categoria. Para isso, é de fundamental importância que os bancários denunciem qualquer situação que julguem abusiva como, por exemplo, demissões arbitrárias, assédio moral, cobrança de metas inatingíveis e condições de trabalho inadequadas. O sigilo é garantido", reitera Trigo.
Procure o Sindicato
O Sindicato está monitorando todos os locais de trabalho e alertando os bancários. Como as informações estão sendo atualizadas constantemente, deixamos aqui nossos canais de comunicação.
> Está com um problema no seu local de trabalho ou seu banco não está cumprindo o acordado? CLIQUE AQUI e deixe seu relato. O sigilo é absoluto.
> Você também pode entrar em contato diretamente com um de nossos diretores através de seus contatos pessoais. Confira: Roberto Vicentim - (17) 99135-3215, Júlio Trigo - (17) 99191-6750, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony) - (17) 99141-0844, Sérgio L. De Castro Ribeiro (Chimbica) - (17) 99707-1017, Luiz Eduardo Campolungo - (17) 99136-7822 e Luiz César de Freitas (Alemão) - (11) 99145-5186
> Redes Sociais: nossos canais no Facebook e Instagram estão abertos, compartilhando informações do Sindicato e de interesse da sociedade sobre a pandemia.
> Quer receber notícias sobre o seu banco? Cadastre-se em nossa linha de transmissão no WhatsApp. Adicione o número (17) 99259-1987 nos seus contatos e envia uma mensagem informando seu nome, banco e cidade em que trabalha.
> Santander demite ignorando seu próprio compromisso de garantir empregos na pandemia
> Setor bancário, o mais lucrativo do país, demite pais e mães de família em plena pandemia
Bancários de diferentes agências e departamentos estão procurando o Sindicato para denunciar cobranças abusivas e pressão por parte de gestores - relatando, inclusive, que elas aumentam semanalmente. Para se ter uma ideia, a meta de capitalização subiu 50% da última semana de maio para a primeira de junho.
Os trabalhadores do Santander estão sendo cobrados três vezes ao dia, por todos os meios disponíveis, de forma massiva, agressiva e constante, elevando o estresse e o adoecimento. Além disto, o banco foi um dos primeiros que iniciou as demissões, no dia 05 de junho, o que causa ainda mais terror.
"O histórico do banco nos mostra que a sua gestão se importa mais com o lucro do que com a saúde e a vida dos seus funcionários, que são os responsáveis diretos por seus ótimos resultados no Brasil. O banco visa lucrar até mesmo em detrimento da saúde mental de seus trabalhadores. O Santander tem o dever de tratar seus funcionários com respeito e honrar os compromissos assumidos em mesa de negociação com a Fenaban", ressalta o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Júlio César Trigo.
Bancários relatam que as cobranças estão crescendo constantemente. Primeiro, foi instituído um plano de “vendas mínimas”, no qual cada gerente deveria fazer ao menos quatro produtos de uma grade composta por nove. Depois, o banco fez um desafio de vendas de 10 produtos até o dia 10 de junho. Em seguida, o banco criou uma ferramenta de “motor de vendas”, na qual o gerente geral tem acesso a quantos produtos o gerente vendeu por dia. Resultado: o desafio agora é de 10 produtos em um dia.
“O Santander mesmo com a pandemia não abriu mão de nenhum meta. Nenhuma! Estamos sendo cobrados fortemente por todos os produtos, principalmente o SCC (seguro, consórcio e capitalização). Não só as metas foram mantidas, como agora tem várias formas de nos medir, coagir e até ameaçar. Os GGs falam que após a pandemia será utilizado o seguinte critério: quem não atingiu as metas estará entre os primeiros a serem mandados embora. Isso é falado claramente por todos os GGs em todas as agências. Eu sinto que não vou aguentar”, relata um bancário, que terá sua identidade preservada para evitar represálias.
Home office para quem?
O home office foi uma conquista da categoria bancária em negociação entre o Comando Nacional e a Fenaban no início da pandemia. Por outro lado, até o que era para ser uma garantia de proteção aos trabalhadores se transformou em um instrumento de transtorno.
O banco não vem oferecendo estrutura para os bancários em home office compatível com as funções que eles devem exercer. Com isso, muitos estão cumprindo suas atividades de maneira precária, comprometendo sua produtividade. Esta situação, somada à cobrança exaustiva por parte dos gestores, vem causando desgastes e instabilidade para os trabalhadores.
“Não foi fornecido notebook para todos, nem telefone; só uma parte do que estão em home office recebeu. Funcionários tem que usar o próprio computador, a própria internet e o próprio celular. E estão sendo cobrados da mesma maneira, com a mesma pressão! Esses funcionários recebem suporte para instalar o sistema do banco em seu computador, mas em nenhum momento recebem ajuda de custo para arcar com internet. E quem não tem computador ou notebook que se vire”, relatou outro bancário.
Os trabalhadores precisam de paz para produzir, motivação, e infraestrutura. Muitos não conseguiram home office por não terem equipamentos com configuração compatível com os programas do Santander. E é válido destacar que a responsabilidade de fornecer equipamentos e todos os insumos necessários para o trabalho é do banco.
O Sindicato já havia denunciado as práticas abusivas do banco em contato com a Superintendência Regional. E reforça sua reivindicação para que não haja cobrança de metas durante a pandemia. O compromisso de cobrar com razoabilidade já não atendia ao pedido do movimento sindical, mas nem isso o Santander tem feito. Razoabilidade, bom senso e respeito estão bem longe das práticas de gestão observada spelo banco.
"Como Sindicato, entidade representativa dos bancários, nossa luta é por uma gestão mais humana, pelo fim das práticas abusivas que levam aos altos índices de adoecimento registrados na categoria. Para isso, é de fundamental importância que os bancários denunciem qualquer situação que julguem abusiva como, por exemplo, demissões arbitrárias, assédio moral, cobrança de metas inatingíveis e condições de trabalho inadequadas. O sigilo é garantido", reitera Trigo.
Procure o Sindicato
O Sindicato está monitorando todos os locais de trabalho e alertando os bancários. Como as informações estão sendo atualizadas constantemente, deixamos aqui nossos canais de comunicação.
> Está com um problema no seu local de trabalho ou seu banco não está cumprindo o acordado? CLIQUE AQUI e deixe seu relato. O sigilo é absoluto.
> Você também pode entrar em contato diretamente com um de nossos diretores através de seus contatos pessoais. Confira: Roberto Vicentim - (17) 99135-3215, Júlio Trigo - (17) 99191-6750, Antônio Júlio Gonçalves Neto (Tony) - (17) 99141-0844, Sérgio L. De Castro Ribeiro (Chimbica) - (17) 99707-1017, Luiz Eduardo Campolungo - (17) 99136-7822 e Luiz César de Freitas (Alemão) - (11) 99145-5186
> Redes Sociais: nossos canais no Facebook e Instagram estão abertos, compartilhando informações do Sindicato e de interesse da sociedade sobre a pandemia.
> Quer receber notícias sobre o seu banco? Cadastre-se em nossa linha de transmissão no WhatsApp. Adicione o número (17) 99259-1987 nos seus contatos e envia uma mensagem informando seu nome, banco e cidade em que trabalha.
SINDICALIZE-SE
MAIS NOTÍCIAS
- CGU demite ex-vice-presidente da Caixa por assédio; Sindicato reforça compromisso no combate a esse tipo de conduta
- Funcef: Adequação da meta atuarial pode aumentar o benefício dos participantes que aderiram ao PDV, caso o benefício seja requerido a partir de janeiro
- TST julga nesta segunda-feira (25) a aplicação retroativa da reforma trabalhista e gratuidade de Justiça
- Ao longo de toda a vida, negros recebem R$ 900 mil a menos que não negros no Brasil
- Vitória da construção: G20 histórico abraça pautas do G20 Social
- Decisão sobre a adequação da meta atuarial da Funcef é adiada
- Eleição da ANABB termina hoje (22). Confira os candidatos apoiados pelo Sindicato e Contraf-CUT
- Campanha 21 Dias de Ativismo reforça luta pelo fim da violência contra a mulher
- 24 anos de privatização do Banespa: luta segue para preservar direitos e conquistas dos banespianos
- Em defesa do Saúde Caixa viável e sustentável, empregados cobram fim do teto de 6,5% e medidas de prevenção
- Sindicato e Fetec-CUT/SP debatem conjuntura e perspectivas para a categoria bancária
- Fim da escala 6x1 é tema de debate do Coletivo Nacional de Relações do Trabalho da Contraf-CUT
- Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é conquista dos movimentos sociais
- Agências não terão expediente bancário nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra e Zumbi de Palmares
- Organização do trabalho nos bancos leva a adoecimento mental da categoria