05/06/2020

Para não pegar mal em plena pandemia, Caixa altera linguagem e meta vira “direcionador”



Para não pegar mal, já que estamos em plena pandemia de coronavírus e o vice-presidente da Caixa havia se comprometido a não cobrar metas neste período conturbado, a direção do banco criou uma novilíngua.

Na nova linguagem adotada, as metas são “direcionadores” e o sistema de mensuração e acompanhamento, o Conquiste, passa a ser RedeVarejo.Caixa. A empresa desconsidera que sua meta deveria ser preservar vidas, pagar o Auxílio Emergencial e continuar oferecendo linhas de crédito às empresas.

> Caixa, momento não é de se cobrar metas e nem de relaxar as medidas de segurança!

Importante lembrar que os empregados da Caixa não deixaram de fazer negócios por conta da pandemia, mas algumas cobranças beiram o absurdo. Um dos novos “direcionadores” busca aumentar os contratos de crédito consignado nas unidades, o que pode aumentar a quantidade de aposentados (a maioria é grupo de risco) que se deslocará até as agências.

Na reunião virtual de quinta-feira (4), em uma linguagem nada adequada para o momento, a diretora da Caixa citou que as condições da Caixa para comercialização dos produtos estão “matadoras”. Além disso, flertou-se com a implementação de um ranking como forma de pressão.

Segundo relatos, as reuniões ocorrerão diariamente, a partir das 16 horas. Para os gerentes gerais, que têm sido desnecessariamente convocados a chegar antes das 7 horas nas agências, a jornada de trabalho seria de, no mínimo, 10 horas, em plena pandemia. Com isso, a Caixa dá diversos passos atrás nas iniciativas de prevenção negociadas com as entidades, aumenta seu passivo trabalhista e desrespeita um importante segmento dos empregados.

Nova postura? 

Na reunião virtual de anteontem (3/6), a vice-presidência Rede de Varejo (Vired), em conjunto com a vice-presidência Varejo (Vimov), informou aos gerentes da Caixa os “direcionadores” a partir de agora.

A postura contraria compromissos firmados anteriormente. Em março, a direção da Caixa havia se comprometido a suspender a cobrança de metas durante a pandemia de coronavírus. Já no começo de abril, em documento, a vice-presidência de Varejo havia afirmado que “nenhuma unidade ou empregado terá impacto na sua carreira em razão dos resultados observados enquanto durar esta fase de confinamento”. Depois, no início de maio, havia comunicado a suspensão da GDP.

O Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região repudia decisão da empresa de cobrar metas em plena pandemia, contrariando compromisso assumido. E orienta os empregados a guardarem registros de todos os abusos feitos pela direção da empresa. O assunto será debatido com a direção da Caixa pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE).

"A Caixa tem tratado de metas como se estivéssemos em situação de normalidade, e não em meio a uma pandemia que tira vidas e que reduziu a renda da população. Reivindicamos da Caixa uma posição sobre a questão e exigimos o respeito aos cuidados e à segurança dos seus empregados. A meta do banco público deve ser preservar vidas", defende o diretor do Sindicato, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
Fonte: Apcef/SP, com edição de Seeb Catanduva

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