03/06/2020
Caixa Econômica Federal opera retorno do home office sem negociação com a categoria
Apesar do anúncio de prorrogação até o dia 15 de junho (e depois do presidente do banco, Pedro Guimarães, dizer que o home office era uma “frescurada”), a direção da Caixa vem operando há alguns dias a saída do trabalho remoto, de cima para baixo e à revelia das negociações com o movimento sindical. Com motivação política, seguindo as orientações do governo Bolsonaro de rompimento do isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o movimento teve início com a alta direção do banco, passando pela gerência nacional, gerência executiva, gerência de filial e agora chegou aos coordenadores.
A maioria destes últimos, segundo denúncias apuradas pelas entidades representativas, foi chamada na última sexta-feira, 29 de maio, para voltar ao trabalho na segunda-feira (1º). Na Gilog (Logística) São Paulo, os coordenadores foram avisados na véspera que retornariam ao trabalho na quinta-feira, 28. O intuito é que apenas grupos de risco estejam trabalhando remotamente a partir de 15 de junho.
As denúncias mostram mais uma vez que a direção do banco, seguindo orientações do governo Bolsonaro, trabalha para o fim do isolamento social. Trata-se de medida arbitrária, sem negociação com entidades representativas dos empregados.
"A direção da Caixa é irresponsável ao defender o fim do isolamento social, contrariando todos os cientistas, as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e tudo que os outros países estão fazendo. É uma medida extremamente prejudicial à contenção da pandemia. Valorizamos muito nossa mesa de negociações, que é um exemplo de como é importante patrões e trabalhadores decidirem juntos sobre questões que envolvem a classe trabalhadora. É por isso que questionamos a medida adotada pela Caixa. Vamos nos manter mobilizados para garantir a saúde e segurança de todos os empregados", afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
O movimento sindical cobra a restituição do isolamento social, principalmente por conta dos altos índices de mortes e contaminados pela Covid-19. Além dessa cobrança, as entidades representativas dos empregados discutirão, a partir da semana que vem e de forma nacional, com autoridades sanitárias e a comunidade científica uma proposta de retorno segura, lenta e gradual baseada na ciência.
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