17/01/2020
Caixa Econômica Federal nega demanda dos empregados em rodada de negociação
Á esquerda Comissão Executiva dos Empregados negocia com representantes da Caixa
(Foto: Fenae)
As negativas da Caixa para as reivindicações dos trabalhadores marcaram a rodada de negociações da mesa permanente entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e representantes da direção da empresa realizada na quarta-feira (15), em Brasília.
A pauta apresentada pela CEE/Caixa cobra o fim da reestruturação, a interrupção do processo de desmonte da empresa, a defesa dos direitos dos empregados e a defesa do Saúde Caixa para todos.
No dia 11, os empregados da Caixa se reuniram em São Paulo, para debater os rumos do banco público, após novo modelo de reestruturação ser apresentado pela direção da Caixa em dezembro e que prevê extinção de algumas funções.
Antes de iniciar a negociação, a Comissão Executiva entregou à empresa uma revista do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Concef), contendo as resoluções aprovadas por delgados de todo o país.
A representação dos trabalhadores protestou contra o fato de a Caixa ter apresentado aos Superintendentes, no dia 2 de dezembro, em Brasília, o modelo de reestruturação na rede, sem prévia discussão na mesa de negociações permanentes, atitude em flagrante desacordo com a cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Reestruturação
A CEE/Caixa cobrou respeito à carreira dos trabalhadores e o fim das incertezas provocadas pelo anúncio aos Superintendentes, especialmente entre os empregados que exercem funções, algumas ameaçadas, inclusive, de extinção, caso das Gerente GOV/Social e de Tesoureiro.
Para a Comissão, o processo verticalizado está vinculado também à segmentação que cria unidades para atendimento de perfis exclusivos e aprofunda a perda de mercado pela Caixa.
“Isso é sabotagem à empresa. É preciso preservar a capacidade de atuação da Caixa e essa segmentação é uma forma indireta de reduzir a rede atendimento”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.
Os representantes da Caixa responderam que as mudanças buscarão adequar a estrutura ao novo modelo de banco proposto pela direção, a partir de estudos que estão sendo feitos por um grupo de trabalho com a participação da rede.
A empresa disse que suspendeu nomeações para funções já em preparação para reestruturação.
Em flagrante contradição, a Caixa nega mudanças drásticas, mas fala de um “estudo” para verificar se há “sombreamento” nas funções e promover uma revisão de atribuições.
Para a CEE-Caixa, não se trata de estudo, mas de uma restruturação que causa pânico entre os empregados e ameaça o banco público.
“É nítido que a capacidade de atuação competitiva da empresa pública no mercado está sendo atacada e isso faz parte do desmonte que temos denunciado. A função pública e social da Caixa visando o desenvolvimento econômico e social está sendo destruída e missão dos empregados denunciar este processo à sociedade, pois a população e os empregados do banco serão os principais prejudicados”, afirma Dionísio.
Defesa dos empregados
A CEE/Caixa cobrou o fim das carreiras por minuto, caracterizadas como a precarização das funções de caixa, tesoureiros e avaliadores de penhor. Em relação aos tesoureiros, os representantes dos trabalhadores questionaram qual o futuro da função, uma vez que está sendo ameaçada de extinção e não deve ser sucedida pela de GO.
A Caixa confirma que a política é de precarizar o trabalho, quando diz que não há a perspectiva de retorno da nomeação efetiva para as funções de caixa e de tesoureiro. Quanto aos tesoureiros, diz que aguarda o novo modelo de rede para buscar mais definições. Mas o problema é que o novo modelo prevê a extinção da função de tesoureiro.
A CEE/Caixa cobrou provimento ordinário das funções de caixa, tesoureiro e avaliador. E reivindicou também a valorização dos empregados que realizam o atendimento social, com manutenção da função de gerente e criação da função de assistente ou auxiliar voltado ao atendimento GOV/Social. A Caixa respondeu que analisará o assunto dentro do novo modelo.
GDP no PSI
A representação dos empregados manifestou discordância em relação ao modelo de PSI que prevê o uso da GDP como parâmetro e resulta na exclusão de empregados que retornam de licença médica e maternidade. A Caixa respondeu que, no caso de empregadas em licença maternidade, está sendo facultada a utilização da nota do ciclo anterior. E que os retornos de licença médicas serão caso a caso.
A CEE-Caixa cobrou o fim da GDP. A empresa disse que se trata de procedimento estratégico, e que será mantido.
Fim do Revalida
A CEE/Caixa denunciou a aplicação da Revalida e a representação da empresa assumiu que o mesmo nunca deixou de ser utilizado e continuará em vigor, como instrumento de gestão.
PSI por Score
A CEE/Caixa considera que o modelo traz mais subjetividade ao processo, aumentando a discricionariedade no processo, reduzindo a transparência, abrindo mais espaço para injustiças e, mais uma vez, para ingerências. A Caixa disse que o processo está sendo construído e que o mesmo traz mais celeridade.
Bônus Caixa
A CEE/Caixa defendeu o fim do Bônus Caixa e maior reconhecimento dos empregados. A Caixa diz que o bônus é aplicado de acordo com a estratégia da empresa, direcionado a determinadas funções, especialmente para aquelas responsáveis por “mobilizarem” (ou cobrarem) os resultados das equipes.
Jornada de trabalho
Sobre a cobrança de pagamento de horas extras para gerentes gerais e o fim de jornadas que extrapolem 44 horas semanais, a Caixa respondeu que não fará o controle da jornada dos gestores sob nenhuma hipótese.
PCD’s
Questionada, a Caixa disse que “corre atrás” das condições de trabalho adequadas aos PCD’s e que resolveu todos os casos. A empresa nega também a ocorrência de demissões por falta de adaptação, mas admite que ocorreram 32 desligamentos de PCDs ainda em estágio probatório, entre 1867 recém-convocado.
Mais contratações
A Caixa afirmou que, após a contratação dos PCD’s, deu início à contratação de cerca de 800 empregados da ampla concorrência. A CEE-Caixa cobra ampliação dos contratações para fazer frente aos desligamentos feitos ao longo do ano, inclusive através de incentivos promovidos pela empresa.
Convênio Caixa/FUNCEF/INSS
A CEE/Caixa cobrou da empresa empenho no restabelecimento do convênio. A Caixa disse que está buscando alternativa e informou que conseguiu prorrogar o convênio até fevereiro para agendamento de perícias de empregados afastados.
Saúde Caixa para todos
A garantia do Saúde Caixa para todos foi defendida pela representação dos empregados. A Caixa respondeu que os dados do Saúde Caixa alimentarão um banco de informações, que será apresentado em breve ao Conselho de usuários e ao GT Saúde.
Para Dionísio Reis, a falta de respostas para as demandas dos empregados reforçaram a distância entre os anseios dos empregados e as posições da empresa. “Os problemas só têm aumentado nos últimos anos. Os empregados encaram um cenário de incertezas com a piora das condições de trabalho e de saúde. Estão ficando doentes e a sensação é de ataques incessantes aos direitos. Os desafios são imensos, e a mobilização para forçar a mudança de postura da Caixa na mesa de negociação é essencial”, enfatizou.
A pauta apresentada pela CEE/Caixa cobra o fim da reestruturação, a interrupção do processo de desmonte da empresa, a defesa dos direitos dos empregados e a defesa do Saúde Caixa para todos.
No dia 11, os empregados da Caixa se reuniram em São Paulo, para debater os rumos do banco público, após novo modelo de reestruturação ser apresentado pela direção da Caixa em dezembro e que prevê extinção de algumas funções.
Antes de iniciar a negociação, a Comissão Executiva entregou à empresa uma revista do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Concef), contendo as resoluções aprovadas por delgados de todo o país.
A representação dos trabalhadores protestou contra o fato de a Caixa ter apresentado aos Superintendentes, no dia 2 de dezembro, em Brasília, o modelo de reestruturação na rede, sem prévia discussão na mesa de negociações permanentes, atitude em flagrante desacordo com a cláusula 48 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Reestruturação
A CEE/Caixa cobrou respeito à carreira dos trabalhadores e o fim das incertezas provocadas pelo anúncio aos Superintendentes, especialmente entre os empregados que exercem funções, algumas ameaçadas, inclusive, de extinção, caso das Gerente GOV/Social e de Tesoureiro.
Para a Comissão, o processo verticalizado está vinculado também à segmentação que cria unidades para atendimento de perfis exclusivos e aprofunda a perda de mercado pela Caixa.
“Isso é sabotagem à empresa. É preciso preservar a capacidade de atuação da Caixa e essa segmentação é uma forma indireta de reduzir a rede atendimento”, afirmou Dionísio Reis, coordenador da CEE/Caixa.
Os representantes da Caixa responderam que as mudanças buscarão adequar a estrutura ao novo modelo de banco proposto pela direção, a partir de estudos que estão sendo feitos por um grupo de trabalho com a participação da rede.
A empresa disse que suspendeu nomeações para funções já em preparação para reestruturação.
Em flagrante contradição, a Caixa nega mudanças drásticas, mas fala de um “estudo” para verificar se há “sombreamento” nas funções e promover uma revisão de atribuições.
Para a CEE-Caixa, não se trata de estudo, mas de uma restruturação que causa pânico entre os empregados e ameaça o banco público.
“É nítido que a capacidade de atuação competitiva da empresa pública no mercado está sendo atacada e isso faz parte do desmonte que temos denunciado. A função pública e social da Caixa visando o desenvolvimento econômico e social está sendo destruída e missão dos empregados denunciar este processo à sociedade, pois a população e os empregados do banco serão os principais prejudicados”, afirma Dionísio.
Defesa dos empregados
A CEE/Caixa cobrou o fim das carreiras por minuto, caracterizadas como a precarização das funções de caixa, tesoureiros e avaliadores de penhor. Em relação aos tesoureiros, os representantes dos trabalhadores questionaram qual o futuro da função, uma vez que está sendo ameaçada de extinção e não deve ser sucedida pela de GO.
A Caixa confirma que a política é de precarizar o trabalho, quando diz que não há a perspectiva de retorno da nomeação efetiva para as funções de caixa e de tesoureiro. Quanto aos tesoureiros, diz que aguarda o novo modelo de rede para buscar mais definições. Mas o problema é que o novo modelo prevê a extinção da função de tesoureiro.
A CEE/Caixa cobrou provimento ordinário das funções de caixa, tesoureiro e avaliador. E reivindicou também a valorização dos empregados que realizam o atendimento social, com manutenção da função de gerente e criação da função de assistente ou auxiliar voltado ao atendimento GOV/Social. A Caixa respondeu que analisará o assunto dentro do novo modelo.
GDP no PSI
A representação dos empregados manifestou discordância em relação ao modelo de PSI que prevê o uso da GDP como parâmetro e resulta na exclusão de empregados que retornam de licença médica e maternidade. A Caixa respondeu que, no caso de empregadas em licença maternidade, está sendo facultada a utilização da nota do ciclo anterior. E que os retornos de licença médicas serão caso a caso.
A CEE-Caixa cobrou o fim da GDP. A empresa disse que se trata de procedimento estratégico, e que será mantido.
Fim do Revalida
A CEE/Caixa denunciou a aplicação da Revalida e a representação da empresa assumiu que o mesmo nunca deixou de ser utilizado e continuará em vigor, como instrumento de gestão.
PSI por Score
A CEE/Caixa considera que o modelo traz mais subjetividade ao processo, aumentando a discricionariedade no processo, reduzindo a transparência, abrindo mais espaço para injustiças e, mais uma vez, para ingerências. A Caixa disse que o processo está sendo construído e que o mesmo traz mais celeridade.
Bônus Caixa
A CEE/Caixa defendeu o fim do Bônus Caixa e maior reconhecimento dos empregados. A Caixa diz que o bônus é aplicado de acordo com a estratégia da empresa, direcionado a determinadas funções, especialmente para aquelas responsáveis por “mobilizarem” (ou cobrarem) os resultados das equipes.
Jornada de trabalho
Sobre a cobrança de pagamento de horas extras para gerentes gerais e o fim de jornadas que extrapolem 44 horas semanais, a Caixa respondeu que não fará o controle da jornada dos gestores sob nenhuma hipótese.
PCD’s
Questionada, a Caixa disse que “corre atrás” das condições de trabalho adequadas aos PCD’s e que resolveu todos os casos. A empresa nega também a ocorrência de demissões por falta de adaptação, mas admite que ocorreram 32 desligamentos de PCDs ainda em estágio probatório, entre 1867 recém-convocado.
Mais contratações
A Caixa afirmou que, após a contratação dos PCD’s, deu início à contratação de cerca de 800 empregados da ampla concorrência. A CEE-Caixa cobra ampliação dos contratações para fazer frente aos desligamentos feitos ao longo do ano, inclusive através de incentivos promovidos pela empresa.
Convênio Caixa/FUNCEF/INSS
A CEE/Caixa cobrou da empresa empenho no restabelecimento do convênio. A Caixa disse que está buscando alternativa e informou que conseguiu prorrogar o convênio até fevereiro para agendamento de perícias de empregados afastados.
Saúde Caixa para todos
A garantia do Saúde Caixa para todos foi defendida pela representação dos empregados. A Caixa respondeu que os dados do Saúde Caixa alimentarão um banco de informações, que será apresentado em breve ao Conselho de usuários e ao GT Saúde.
Para Dionísio Reis, a falta de respostas para as demandas dos empregados reforçaram a distância entre os anseios dos empregados e as posições da empresa. “Os problemas só têm aumentado nos últimos anos. Os empregados encaram um cenário de incertezas com a piora das condições de trabalho e de saúde. Estão ficando doentes e a sensação é de ataques incessantes aos direitos. Os desafios são imensos, e a mobilização para forçar a mudança de postura da Caixa na mesa de negociação é essencial”, enfatizou.
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