25/10/2019
No caminho para privatização, Caixa Federal anuncia IPOs de unidades para o ano de 2020
O processo de privatização da Caixa Econômica Federal está a todo vapor. Depois de vender a empresa pública de Loteria Instantânea Exclusiva (Lotex) por preço de banana, agora será a vez de abrir ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) de suas subsidiárias a partir do início do ano que vem, segundo informou o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, na última quarta-feira (23).
> Loteria Instantânea da Caixa é vendida a preço de banana para grupo ítalo-americano
Segundo a imprensa, a primeira abertura de capital será a da Caixa Seguridade. O executivo acrescentou que o desejo é fazer a operação ainda no primeiro trimestre de 2020. Guimarães afirmou ainda que a Caixa pretende realizar o IPO de sua área de cartões e mais à frente da Caixa Loterias e da gestora de ativos.
“É um claro processo de enfraquecimento do banco, para depois poder vendê-lo ao mercado. Essa prática foi muito usada nos anos de 1990, nas privatizações de diversas empresas públicas. Nós não podemos aceitar isso. A Caixa é do povo e tem que continuar 100% Pública”, afirmou Sérgio Takemoto, secretário de Finanças da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e empregado do banco. “Não dá para entender os motivos que leve o governo federal a vender uma empresa com lucros tão altos”, completou.
Guimarães também reafirmou que há discussões no governo sobre mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida para o ano de 2020. Sem dar mais detalhes, o presidente da Caixa colocou em dúvida a necessidade da manutenção da faixa 3 do programa habitacional, voltada a famílias com renda bruta mensal de até R$ 7 mil.
O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, destaca que a Caixa é banco da casa própria, da poupança, do saneamento básico, do Fies, do Bolsa Família, dos municípios. Tony ressalta que isso só é possível com a manutenção do caráter 100% público da instituição, e que aos bancos privados não interessa o papel social desempenhado pela Caixa, o que significa dizer que ele não será mantido.
"A Caixa está em quase 5.500 municípios brasileiros e tem de aumentar sua presença junto à população, não diminuir. O banco está na água encanada, no esgoto tratado e nas obras públicas que melhoram a vida de todos os brasileiros, independentemente da classe social. É através de suas áreas estratégicas que a Caixa investe em projetos de construção de moradias populares, concede incentivo ao esporte, dá apoio à cultura, financia a educação e as micro e pequenas empresas, atuando como uma empresa pública fundamental para o desenvolvimento econômico e social do país. Para evitar que este desmonte aconteça, os empregados e toda a população devem aderir à campanha nacional #aCaixaétodasua, para que o nosso recado chegue muito forte ao governo. Nós resistiremos," reforça o diretor.
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