12/06/2019
Luta de sindicatos leva ao encerramento do projeto de orientação financeira no Santander
O banco Santander entrou em contato com a representação dos trabalhadores na sexta-feira (7) para comunicar o encerramento antecipado do projeto de “orientação financeira”, com bancários trabalhando “voluntariamente” aos sábados. Na quinta-feira (6), o projeto já havia sido descontinuado em nove das 29 agências com atendimento programado. A proposta inicial era encerrar o projeto no dia 29 de junho.
Sábado (8) foi o sexto dia para o qual os bancários foram escalados para trabalhar “voluntariamente” para seu empregador. Mas, novamente, diante dos protestos realizados pelo movimento sindical em frente às unidades do banco, os “ voluntários” foram dispensados na maior parte das agências. Em São Paulo, por exemplo, o banco não abriu as agências de rua, mas tentou abrir duas agências em shoppings. A dispensa ocorreu após a ação do Sindicato local.
Em Jundiaí (SP), os “voluntários” sequer foram para a agência. A 1ª Vara do Trabalho concedeu liminar na Ação Civil Pública, impetrada pelo Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, impedindo que o banco Santander utilizasse mão-de-obra dos seus empregados, de forma gratuita e na condição de voluntários. Na decisão, a juíza Larissa Carotta Martins da Silva Scarabelim, observou que “se o labor é prestado pelos empregados, há que se concluir que decorre diretamente da relação de emprego. Assim, é absolutamente ilegal a utilização de tal mão de obra de forma gratuita.”
“Nos seis sábados as agências ficaram às moscas. Mas, nós mostramos as contradições da ação do banco, que se propunha a dar ‘orientação financeira’, mas cobra altas taxas e tarifas dos brasileiros”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que é funcionário do banco.
Nas atividades, os dirigentes também esclareceram os “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Luiz Eduardo Campolungo, a real intenção do Santander com a medida consistia em potencializar ainda mais seus lucros, assim como o bônus dos executivos. "O banco se utilizou do discurso de que pretendia auxiliar a população por meio da educação financeira, mas ignorou completamente seu papel social, podendo fazer muito mais pelo Brasil reduzindo juros que corroem os ganhos dos brasileiros, população que apresenta mais de 12 milhões de desempregados."
"A imagem dos bancos perante a sociedade brasileira não é das melhores. Instituições financeiras devem cumprir a função de atender com qualidade durante a semana. E para isso, a direção do Santander tem que gerar emprego e não desemprego, contratando mais trabalhadores para as agências bancárias a fim de diminuir a pressão e a sobrecarga de trabalho, atender melhor e, principalmente, com rapidez clientes e usuários", acrescenta o diretor.
Manter a atenção
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, destacou a importância da luta do movimento sindical. “O encerramento antecipado do projeto é uma grande vitória do movimento sindical, mas precisamos ficar alertas. O banco já nos mostrou que, a qualquer momento, pode aparecer com alguma ‘novidade’ que interfira no cotidiano de trabalho dos bancários, sem sequer nos comunicar”, disse.
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos bancários do Santander, estabelece em sua cláusula 35, que as demandas do banco e dos empregados inerentes à relação de trabalho, devem ser tratadas no Comitê de Relações Sindicais.
Sábado (8) foi o sexto dia para o qual os bancários foram escalados para trabalhar “voluntariamente” para seu empregador. Mas, novamente, diante dos protestos realizados pelo movimento sindical em frente às unidades do banco, os “ voluntários” foram dispensados na maior parte das agências. Em São Paulo, por exemplo, o banco não abriu as agências de rua, mas tentou abrir duas agências em shoppings. A dispensa ocorreu após a ação do Sindicato local.
Em Jundiaí (SP), os “voluntários” sequer foram para a agência. A 1ª Vara do Trabalho concedeu liminar na Ação Civil Pública, impetrada pelo Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região, impedindo que o banco Santander utilizasse mão-de-obra dos seus empregados, de forma gratuita e na condição de voluntários. Na decisão, a juíza Larissa Carotta Martins da Silva Scarabelim, observou que “se o labor é prestado pelos empregados, há que se concluir que decorre diretamente da relação de emprego. Assim, é absolutamente ilegal a utilização de tal mão de obra de forma gratuita.”
“Nos seis sábados as agências ficaram às moscas. Mas, nós mostramos as contradições da ação do banco, que se propunha a dar ‘orientação financeira’, mas cobra altas taxas e tarifas dos brasileiros”, disse o secretário de Assuntos Socioeconômicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Mario Raia, que é funcionário do banco.
Nas atividades, os dirigentes também esclareceram os “voluntários” sobre os riscos aos quais ficam expostos ao trabalhar “voluntariamente” para seu próprio empregador aos sábados.
Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Luiz Eduardo Campolungo, a real intenção do Santander com a medida consistia em potencializar ainda mais seus lucros, assim como o bônus dos executivos. "O banco se utilizou do discurso de que pretendia auxiliar a população por meio da educação financeira, mas ignorou completamente seu papel social, podendo fazer muito mais pelo Brasil reduzindo juros que corroem os ganhos dos brasileiros, população que apresenta mais de 12 milhões de desempregados."
"A imagem dos bancos perante a sociedade brasileira não é das melhores. Instituições financeiras devem cumprir a função de atender com qualidade durante a semana. E para isso, a direção do Santander tem que gerar emprego e não desemprego, contratando mais trabalhadores para as agências bancárias a fim de diminuir a pressão e a sobrecarga de trabalho, atender melhor e, principalmente, com rapidez clientes e usuários", acrescenta o diretor.
Manter a atenção
A coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani, destacou a importância da luta do movimento sindical. “O encerramento antecipado do projeto é uma grande vitória do movimento sindical, mas precisamos ficar alertas. O banco já nos mostrou que, a qualquer momento, pode aparecer com alguma ‘novidade’ que interfira no cotidiano de trabalho dos bancários, sem sequer nos comunicar”, disse.
O Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico dos bancários do Santander, estabelece em sua cláusula 35, que as demandas do banco e dos empregados inerentes à relação de trabalho, devem ser tratadas no Comitê de Relações Sindicais.
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