27/05/2019
Negociações sobre emprego e saúde são retomadas em reunião com o banco Itaú
Em reunião realizada na última quinta-feira (23), bancários do Itaú cobraram a direção do banco sobre a informação que ganhou o noticiário nas últimas semanas de que 400 agências seriam fechadas em todo o Brasil. A instituição garantiu que a informação não é verdadeira e manteve os dados passados no último encontro. Até a data da reunião, houve 86 fechamentos de agências no Brasil, que envolveram 501 funcionários. Desses, foram realocados 460 trabalhadores e 41 foram demitidos.
Quanto a cobrança de garantia de emprego, o banco informou que 94% dos trabalhadores foram realocados e que não pretende demitir os funcionários. “Nós queremos garantia que esses trabalhadores não serão demitidos. Vamos acompanhar a realocação para que os trabalhadores não sejam prejudicados com o aumento da distância do seu deslocamento de casa para o trabalho”, afirmou Jair Alves, coordenador da COE (Comissão de Organização dos Empregados).
O encontro também marcou o retorno do Grupo de Trabalho de Saúde, que foi interrompido na época da Campanha Nacional 2018. O primeiro tema debatido foi a cláusula 29, que é a complementação do auxílio doença previdenciário e o auxílio acidentário. Os bancários reivindicam que os afastados possam pagar a dívida de forma parcelada.
O banco apresentou uma nova metodologia que já vem aplicando há algum tempo de retirar a dívida da complementação da conta do trabalhador em até três vezes, caso não tenha o valor todo disponível, para não deixar a conta negativada. “Nós achamos que isso é insuficiente. Esta fórmula não é um parcelamento é só uma medida para tentar não negativar a conta, porém, não funcionará para todos. Nós queremos a opção de parcelamento”, explica Adma Gomes, coordenadora do GT de Saúde. O assunto volta à pauta na próxima reunião.
Saúde
O banco atendeu a reivindicação dos bancários e apresentou o programa de acompanhamento dos licenciados que é conduzido por assistentes sociais que fica dentro do Fique OK e o programa de avaliação clínica complementar, implementados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Nele, os trabalhadores com atestado de afastamento acima de 4 dias, se apresentam para agilizar o processo.
“Notamos que em alguns lugares que o banco implementou, o atendimento tem melhorado. Porém, o movimento sindical é contra o sistema de revalidação de atestados. Já que o médico que acompanha o trabalhador é o que de fato conhece o caso. Sabemos de casos em que o médico do banco diminuiu os dias de afastamento dados pelo médico inicial do caso. Isto não faz bem aos trabalhadores, pois eles são obrigados a voltar para o ambiente que o adoeceu antes da hora”, explicou Adma.
Em relação ao programa de readaptação do banco, os bancários reivindicam a volta das negociações para adequar o programa. “Nós queremos que as condições de trabalho também sejam alteradas no retorno, para que o trabalhador não sofra novamente com o mesmo problema”, disse a coordenadora do GT.
Foi cobrado do banco ainda a solução para os problemas na entrega dos documentos do afastamento. Foi debatida a possibilidade da implementação da entrega desses documentos na plataforma do IU Conecta para diminuir os problemas. Os representantes dos trabalhadores cobraram ainda a definição de calendário para as reuniões do GT. A ideia é fazer reuniões periódicas para avançar os temas em debate.
"Um banco que lucra aproximadamente 7 bilhões de reais num trimestre não tem justificativa para demitir ou se negar a melhorar as condições de trabalho e saúde dos bancários. A medida demonstra, na prática, que a única preocupação do Itaú é elevar ainda mais os lucros à custa do emprego dos trabalhadores. Estamos atentos e vamos acompanhar o processo de perto, cobrando do banco o compromisso assumido de realocar esses bancários", enfatiza o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e bancário do Itaú, Carlos Alberto Moretto.
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