20/05/2019

Sindicato repudia o novo PDV da Caixa e cobra a reposição do quadro de empregados


Com novo PDV, Caixa precisará de mais funcionários para manter-se como um banco público forte


 
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, anunciou na última sexta-feira (17) um novo programa de demissão voluntária (PDV) no banco. A meta dessa vez é reduzir até 3,5 mil postos de trabalho. A redução dos postos de trabalho atingirá especialmente os 28 mil empregados que atuam na matriz e nos escritórios regionais da Caixa. A estimativa da instituição é de uma economia de R$ 716 milhões por ano, caso o número máximo de desligamentos seja atingido.

A Caixa tinha 85 mil funcionários no final de 2018. Segundo dados da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), no ano passado houve uma redução de 2.728 funcionários no quadro de pessoal do banco. 

“O desmonte da Caixa, que começou com o governo Temer, acentua-se sob o governo Bolsonaro. As entidades representativas dos trabalhadores estão diariamente nas ruas lutando contra o sucateamento do banco, que é fundamental para o desenvolvimento do país. Os empregados da Caixa estão sofrendo com esse desmonte, estão sobrecarregados, adoecendo com metas abusivas, descomissionamentos arbitrários e assédio moral. A Caixa deve contratar ao invés de cortar mais postos de trabalho, o que piora as condições de trabalho dos bancários e precariza o atendimento à população”, critica o coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Dionísio Reis.

Este é o terceiro PDVE aberto pela Caixa nos últimos anos. No primeiro, em 2017, o alvo eram os empregados aposentados pelo INSS ou que poderiam se aposentar até 30 de junho daquele ano. Em Julho, o banco anunciou a reabertura para completar a meta de 10 mil que não foi cumprida inicialmente. “Desde já manifestamos nossa contrariedade por mais uma decisão unilateral do banco, sem qualquer negociação com os representantes dos trabalhadores”, disse. 

O diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto, também chama a atenção para a necessidade de reforçar o quatro de funcionários.

O diretor explica que, desde 2014, a estatal já perdeu 17 mil empregados e que o corte de postos de trabalhos mostra a redução do banco público como parte de um projeto de boicote ao desenvolvimento do país.

"Atualmente, a Caixa conta com 4 mil agências espalhadas em todo país e atende todos os munícipios. O plano de demissão voluntária reforça a intenção da direção do banco de enxugar a empresa e assim prepará-la para a privatização. A população também sai perdendo. As condições de trabalho estão sendo precarizadas a um nível que vai inviabilizar o atendimento do povo brasileiro. O banco é um dos maiores fomentadores de políticas sociais, mas poderá deixar de cumprir esse papel tão importante caso o projeto do governo seja levado adiante. Não podemos deixar que isso aconteça, precisamos nos unir e lutar para evitar esse verdadeiro desmonte", reforça Tony.

Ao mesmo tempo que anunciou o novo PDV, o presidente do banco afirmou que a instituição vai chamar aprovados no concurso de 2014, mas não estimou quantos seriam chamados. Segundo a Reuters, a expectativa é que 25% desse público seja composto por pessoas portadoras de deficiência física.

O prazo para adesão ao PDV começa nesta segunda-feira (20) e vai até o começo de junho. E o público alvo, segundo o banco, são 28 mil funcionários que trabalham na matriz e em escritórios regionais da Caixa.
Fonte: Seeb SP, com informações da Contraf-CUT e edição de Seeb Catanduva

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