02/04/2019
“Os empregados que permanecem estão adoecendo”, diz bancário da Caixa Federal

Matéria publicada pela Apcef-SP relata o cotidiano dos bancários da Caixa. Desde 2016, cerca de 8,6 mil empregados desligaram-se do banco público, a maioria por adesão aos programas de demissão voluntária, o que fez com que aumentasse a precarização das condições de trabalho para aqueles que permaneceram nas agências.
Confira abaixo o relato de alguns empregados.
“Os que ainda permanecem nas agências estão adoecendo”, com essa afirmação e com a expressão nítida de cansaço, um empregado da Caixa relata a sobrecarga de trabalho diária em virtude do número reduzido de trabalhadores.
Ao entrar em qualquer unidade da Caixa é fácil perceber a demanda. Muitas vezes, uma quantidade enorme de pessoas aguarda pelo atendimento de um único empregado. “Em dia de pagamento do PIS, por exemplo, o cidadão espera mais de três horas”, diz.
Além dessa sobrecarga absurda, há alguns atendimentos que exigem mais tempo. “Há assistências que requerem explicações detalhadas da operação, que tomam mais tempo e que necessitam de atenção especial. Quando a agência está cheia e acontece esse tipo de atendimento, somando ao número reduzido de empregados, vira um caos”, conta outro bancário.
O número reduzido de empregados é um problema que ocorre em todas as áreas da Caixa, e não apenas nas agências.
Mais empregados
Em reunião ocorrida em 26 de março, entre Comissão Executiva dos Empregados da Caixa e presidente do banco público, Pedro Guimarães, o gestor afirmou que tem autorização do governo para contratar e que deve manter o número de 87 mil empregados, porém informou também que haverá Programa de Desligamento Voluntário. O número atual de empregados no quadro da Caixa está em 84 mil.
Apesar do presidente ter falado em 87 mil empregados, a portaria mais recente do controlador – Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) -, prevê limite de 90 mil empregados para o grupo Caixa.
Para os empregados, as promessas de novas contratações não condizem com a realidade nas agências e muitos até dizem que isso já virou lenda urbana. “Na minha unidade há duas pessoas afastadas por doença grave e outros que aderiram ao PDVE. Os que ficaram tentam dar conta da demanda e das cobranças, que só aumentam. E essa promessa de contratar concursados, já nem acreditamos mais”, conta um bancário da Caixa.
Uma das consequências da falta de empregados está retratada no Anuário Estatístico da Previdência Social de 2014 que demonstra que ocorreram 681 afastamentos devido a transtornos mentais e outros 558 por distúrbios osteomusculares (LER/Dort). Situação que se agrava com os frequentes Programas de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVEs).
"A luta em defesa da Caixa 100% Pública, da sua função social, dos direitos dos empregados e contra o fatiamento do banco é bandeira antiga do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região. Frente a esse novo governo, que aliado à direção da Caixa tenta de diversas maneiras executar seu projeto privatista, faz ainda mais necessária a nossa mobilização. Se concretizados os objetivos de Pedro Guimarães, perdem os empregados, a população e o país," alerta Antônio Júlio Gonçalves Neto, diretor do Sindicato.
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