18/10/2018

GDP: programa retira função, acentua desigualdades e aterroriza empregados



 
Desde dezembro de 2013, início da implementação do programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP), as entidades representativas dos trabalhadores têm buscado alertar para os problemas que o programa traria aos empregados.

Na ocasião, porém, o grupo que participou da primeira onda da implementação, composto pelos gestores chefes de unidade, em sua maioria, viam nele um instrumento que traria oportunidades de desenvolvimento profissional e reconhecimento, tal qual a direção da empresa defendia.

Em pouco tempo, porém, os problemas começaram a ser percebidos pelos empregados. A contraposição entre premissas como recompensa x consequências, negociação x subordinação e objetividade x subjetividade, presentes no GDP, montou uma equação em que o resultado foi um modelo que aumenta a pressão e cria ambiente propício à prática de assédio.

Através da Campanha Nacional de 2015, os empregados garantiram, durante a vigência do ACT 2015/2016, a suspensão da terceira onda de implementação do GDP, que seria estendida, naquele momento, aos empregados que ocupavam funções não caracterizadas como de chefia, como caixas, assistentes, analistas, tesoureiros, avaliadores e auxiliares.

Após setembro de 2016, essa onda foi implementada, e, com o fim do ciclo, a previsão agora é de que o GDP alcance todos os empregados. As dúvidas, porém, são grandes. As ameaças, pela experiência, também.

Em julho deste ano a quarta onda começou a ser implementada, válida para todos os empregados do banco. Esta etapa está prevista até dezembro.

A avaliação considera como critérios: desempenho, que são as aferições dos objetivos e a qualidade com que foram alcançados; estilo, que consiste em mensurar as competências comportamentais; resultados, que mensura o nível de realização dos objetivos individuais, incluindo os resultados da unidade.

O peso de cada item é diferente de acordo com a função e local de trabalho. O empregado deve estar atento ao RH 205 – 015, para compreender a forma de avaliação.

De acordo com matéria divulgada pela Apcef/SP, a entidade tem verificado por meio de visitas às agências que há ainda muito desconhecimento do assunto, enquanto nos departamentos, muitos empregados já receberam o feedback e estão preocupados.

Em certa unidade, por exemplo, todos os empregados foram enquadrados como “Emergente R1”, conforme nomenclatura descrita no normativo (RH 205-015), que significa que apresentam bom nível em apenas um dos eixos. No caso, a equipe foi bem em resultados, enquanto que em estilo não apresentou o esperado. “Não houve diálogo, apenas recebemos o feedback. O que reforça a farsa que é este processo”, diz um empregado.

"Essa medida, da forma como está sendo imposta, institucionaliza a cobrança de metas individuais, levando a situações que estão entre as principais causas do adoecimento no trabalho.  Além disso, rotula o empregado ao criar remunerações variáveis e ao abrir espaço para rankings de desempenho, tipo de comparação que humilha o trabalhador", critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região, Antônio Júlio Gonçalves Neto.

Diante disso, o Sindicato tem se colocado à disposição dos trabalhadores. Caso você esteja com problemas vinculados ao GDP ou venha a sofrer qualquer tipo de pressão, entre em contato com a entidade pelo telefone (17) 3522-2409, pelo whatsapp (17 99259-1987) ou através do site pelo canal Denuncie.
Fonte: Apcef/SP, com edição de Seeb Catanduva

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