Desmantelamento: Caixa Federal planeja fechar 100 agências para reduzir gastos e aumentar lucros
Edifício da Caixa Econômica Federal em Brasília
(Foto: Jorge William/Agência O Globo)
Em matéria publicada pelo jornal O Globo, Rita Serrano, representante dos trabalhadores no conselho de administração do banco, denunciou a estratégia adotada pela Caixa Econômica Federal de enxugar o quadro de servidores e reduzir o número de agências em busca de lucros cada vez maiores.
De acordo com levantamento realizado pela conselheira, de dezembro de 2014 até agora, o banco cortou 15 mil funcionários, fechou 30 agências e já tem outras 100 no radar.
"Há pouco mais de duas semanas, a instituição lançou um programa de eficiência para reduzir gastos e economizar R$ 2,5 bilhões. A medida atinge todo tipo de despesas, como pagamento horas extras para funcionários, revisão de contratos de aluguel, de prestação de serviços e até mesmo economia com copinho de café", contou Rita.
Segundo ela, o banco também elevou juros, tarifas e só mais recentemente, reduziu taxas para empréstimos habitacionais, com atraso em relação à concorrência.
Para Rita, a Caixa está cada vez mais parecida com um banco privado. "Banco público também tem que dar resultado, mas se ele é igual ao privado, perde a razão de existir", destacou, acrescentando que "a ideia é empurrar a população, sobretudo de baixa renda, para os correspondentes bancários, como lotéricas, dificultando o processo a bancarização e tornando o atendimento mais precário."
Ao mesmo tempo em que corta gastos, a Caixa realizou na quarta-feira (16) um evento com custo superior a R$ 10 milhões com caráter festivo para seis mil empregados de todo o país, que ganharam passagens para ir à capital.
"Para mim, isso é uma contradição", afirmou a conselheira, acrescentando que fez questão de deixar sua posição contrária à realização do evento durante a reunião do conselho de administração na semana passada. "Responderam que era investimento, uma forma de motivar os funcionários," contou.
No evento, o banco anunciou que a meta para o lucro de 2018 será de R$ 9 bilhões e não mais R$ 7,3 bilhões, conforme fora projetado anteriormente. Em 2017, o lucro do banco foi de R$ 8,7 bilhões (valor que subiu para R$ 12 bilhões com a queda na provisão de gastos com plano de saúde dos funcionários).
Para Rita, o banco tem outras maneiras de fixar metas sem ter que fazer um gasto milionário. "Todo mundo já está trabalhando sob pressão por resultado."
"O processo de fechamento de agências retira trabalhadores de suas funções e contribui para precarização do atendimento, além de atacar o desenvolvimento e contribuir para a recessão e desemprego no país. Qualquer medida desse tipo deve ser discutida com a sociedade. A Caixa é mais que um banco e defendê-la é, portanto, uma luta de todos. Perder os bancos públicos significará a piora das condições de vida de grande parte da população", enfatiza o diretor.
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