Fantasma da verticalização está mais vivo do que nunca e assusta empregados da Caixa
Passado pouco mais de 1 ano do terror da implantação da verticalização nas unidades da Caixa, empregados relatam que a falta de transparência por parte da direção do banco foi a tônica de todo o processo. E isso ainda permanece.
Pressão, obscuridade e demora para definição dos critérios geraram angústia e estresse entre os empregados, especialmente nos gerentes Pessoa Jurídica (PJ).
“Tínhamos de fazer o trabalho de prospecção, atingir a pontuação e não sabíamos nem quantos pontos tínhamos em nossa carteira atual e nem quantos pontos seriam equivalentes a cada tipo de empresa”, conta um empregado.
Graves falhas no sistema prejudicaram o trabalho, já que ao qualificar uma carteira e abrir uma conta, a empresa não impactava no sistema. “As dificuldades geraram erros grotescos de sistema, chegando a dar mais pontos para uma agência e menos para outras, o que ocasionou insegurança entre os gerentes”, diz o empregado.
Pesadelo, parte 1 – 2017 foi um ano perturbador para os gerentes PJ. Os critérios da verticalização para que a agência permanecesse com a função era atingir 300 pontos com carteira de empresas com faturamento acima de R$ 360 mil ao ano ou passaria para função de gerente de Atendimento de Negócios, que deveria apresentar mil pontos com carteira de empresas com faturamento até R$ 360 mil ao ano. Essa mudança de função representa queda de 34,5% na renda do empregado.
Para se ter ideia, há relatos de empregados com função gerencial que aderiram ao Programa de Demissão Voluntária Extraordinária (PDVE) por não se sentirem seguros com o futuro. “Um colega saiu da Caixa e montou um negócio próprio”, confirma o empregado.
Pesadelo, parte 2 – 2018 começou ainda pior para o segmento. As metas de produtos aumentaram, o seguro prestamista está o dobro e a aplicação financeira, 50% maior. “Tudo isso aliado à necessidade de aumentar a quantidade de clientes em um sistema altamente burocrático, que consome grande parte do dia dos empregados com atividades operacionais”, completou o empregado.
Para muitos, a esperança é que o sistema continue não conseguindo mensurar as carteiras e que o governo mude.
"Uma instituição que contribui para a geração de empregos em várias áreas, com políticas de crédito habitacional, educação e programas sociais, deve permanecer como referência para os brasileiros e não se sujeitar à lógica do mercado", explica o diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região e também diretor da APCEF/SP, Antônio Júlio Gonçalves Neto.
"Precisamos nos unir e lutar. Essa deve ser a nossa resposta contra esse desmonte. Neste mês de aniversário da Caixa, o momento é mais que propício para reafirmar a importância dessa instituição centenária para a população, cujo papel social vem se intensificando nas últimas décadas e cujo impacto é visível no desenvolvimento do país", ressaltou.
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