Desrespeito: banco Santander economiza na promoção da saúde dos seus empregados
Apenas um mês depois de divulgar o maior lucro da sua história para um semestre (R$ 4,612 bilhões, crescimento de 33,2% em relação ao mesmo período de 2016), o Santander tomou medidas para economizar na conscientização e promoção da saúde dos seus trabalhadores, deixando de realizar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes (Sipat) de forma presencial. O evento foi feito virtualmente entre 21 e 25 de agosto.
“É um absurdo o banco fazer Sipat apenas online. A sensação dos bancários é que a semana não ocorreu”, protesta a dirigente sindical e bancária do Santander Lucimara Malaquias. Ela destaca que até o ano passado, as Sipats proporcionavam uma série de palestras com profissionais de saúde – com os quais os funcionários podiam tirar dúvidas individualmente –, além de exames clínicos, como medição de pressão e índice glicêmico.
De acordo com a Norma Regulamentadora número 5 (NR 5), do Ministério do Trabalho, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho é um evento obrigatório em empresas que devem dispor de Comissão Interna de Prevenção de Acidente e tem o objetivo de conscientizar os empregados sobre a saúde e segurança no trabalho, além da prevenção de acidentes e doenças. Dentre as atividades estão palestras, treinamentos, avaliações médicas, atividades lúdicas, entre outras.
“É muito mais do que simplesmente ver uma palestra online, é uma experiência de interação, troca, sensibilização sobre a importância da promoção da saúde e segurança do trabalho. É inaceitável que o Santander economize com a saúde e segurança dos seus trabalhadores no país que apresenta o maior lucro de todo o grupo, respondendo por 26% do seu resultado mundial.”
Durante a Sipat são realizadas atividades envolvendo os empregados visando a conscientização e promoção da segurança e qualidade de vida do trabalhador, geralmente focando em um tema definido previamente. O evento deve ser organizado anualmente pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), em conjunto com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (Sesmt)
“Não basta só fazer a Sipat de forma virtual, só para dizer que fez, para cumprir a lei. Tem que fazer bem feito, com planejamento e participação dos trabalhadores e da Cipa, além de garantir a continuidade ao longo do ano”, enfatiza Lucimara, acrescentando que o Sindicato se disponibiliza a participar da Sipat e contribuir com ideias para sua construção.
Mais desrespeito - Esse não é o único desrespeito do Santander com relação à saúde dos seus trabalhadores. O Sindicato questionou o banco sobre a mudança unilateral do plano de saúde, sem qualquer diálogo e negociação, o que gerou muita insatisfação por parte dos funcionários. O Sindicato também tem recebido uma série de denúncias de bancários demitidos com exames médicos por terem desenvolvido doenças ocupacionais, e outros que foram dispensados logo após a realização do exame de retorno ao trabalho.
“É intolerável que um banco estrangeiro que ganha tanto dinheiro no Brasil cometa desrespeitos e descasos sistemáticos com a saúde dos seus trabalhadores, que muitas vezes acabam adoecendo de tanto trabalhar para atingir os lucros imensuráveis da instituição financeira”, afirma Lucimara.
MAIS NOTÍCIAS
- Caixa adia negociação sobre caixas e tesoureiros
- TST julga nesta segunda-feira (25) a aplicação retroativa da reforma trabalhista e gratuidade de Justiça
- Funcef: Adequação da meta atuarial pode aumentar o benefício dos participantes que aderiram ao PDV, caso o benefício seja requerido a partir de janeiro
- CGU demite ex-vice-presidente da Caixa por assédio; Sindicato reforça compromisso no combate a esse tipo de conduta
- Ao longo de toda a vida, negros recebem R$ 900 mil a menos que não negros no Brasil
- Eleição da ANABB termina hoje (22). Confira os candidatos apoiados pelo Sindicato e Contraf-CUT
- Decisão sobre a adequação da meta atuarial da Funcef é adiada
- Vitória da construção: G20 histórico abraça pautas do G20 Social
- Campanha 21 Dias de Ativismo reforça luta pelo fim da violência contra a mulher
- 24 anos de privatização do Banespa: luta segue para preservar direitos e conquistas dos banespianos
- Agências não terão expediente bancário nesta quarta-feira (20), Dia da Consciência Negra e Zumbi de Palmares
- Fim da escala 6x1 é tema de debate do Coletivo Nacional de Relações do Trabalho da Contraf-CUT
- Sindicato e Fetec-CUT/SP debatem conjuntura e perspectivas para a categoria bancária
- Em defesa do Saúde Caixa viável e sustentável, empregados cobram fim do teto de 6,5% e medidas de prevenção
- Organização do trabalho nos bancos leva a adoecimento mental da categoria