16/08/2017

Representantes dos trabalhadores cobram respeito aos adoecidos no banco Santander

O Santander reafirmou sua falta de consideração e respeito com os bancários brasileiros que perderam a saúde contribuindo para mais de um quarto do lucro global do banco espanhol. Em reunião com o movimento sindical, a empresa não deu resposta a respeito dos vários problemas envolvendo funcionários afastados por problemas de saúde.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região noticiou em seu site que tem recebido casos de empregados dispensados mesmo com atestado médico de afastamento, e outros em que o banco utilizou o exame de retorno como exame demissional.

Na reunião foi apresentado parecer jurídico sustentando que demitir o trabalhador no exame de retorno confronta a instrução normativa 15 e a norma regulamentadora 7, ambas emitidas pelo Ministério do Trabalho. A legislação determina que a demissão só pode ser feita mediante a realização do exame demissional. Sem este laudo, a homologação da dispensa não pode ser efetuada, impossibilitando o trabalhador desligado de acessar o seguro-desemprego e o FGTS.

“O Santander consegue piorar ainda mais um momento já bastante difícil na vida do trabalhador, que é a demissão”, protesta a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani. “Deixamos claro para o banco que é ilegal utilizar o exame de retorno para demitir. O movimento sindical lutará em todas as frentes para garantir os direitos dos bancários”, acrescenta.

“É uma crueldade o banco demitir o funcionário com atestado de afastamento ou no exame de retorno, ainda mais agora que o INSS está revogando os benefícios de milhares de trabalhadores que se encontravam afastados, principalmente os que não possuem doenças ou lesões visíveis. E esse é o caso de grande parte dos bancários, acometidos de transtornos psicológicos causados pelo assédio moral diante da cobrança de metas abusivas.”

Também foi cobrado respeito aos atestados médicos emitidos com afastamento por tempo indeterminado, que o banco não tem aceitado. "A empresa não pode interferir no tratamento ou no relatório do médico assistente, querendo impor prazo para a alta", afirma a dirigente.

Vila Santander – Na mesma reunião, ocorrida na quarta-feira 9, os representantes dos trabalhadores reportaram problemas relacionados ao Mais Certo, que apura os resultados dos gerentes digitais do Vila Santander. O sistema apresenta falhas, não auferindo corretamente o que foi vendido. Isso está fazendo com que muitos bancários deixem de receber corretamente por aquilo que venderam. 

Segundo denúncias dos bancários, alguns gestores culpam os próprios gerentes, alegando que as apurações não foram corretamente anotadas. Na negociação, a representante do banco deixou claro que essa posição dos gestores é inaceitável, e que eles serão reorientados.

A área de tecnologia responsável pelo sistema havia garantido que o problema estaria resolvido na primeira semana de agosto. “Os bancários não podem ser penalizados pelo problema sistêmico do banco. É um absurdo em pleno século 21 o gestor querer que o trabalhador anote manualmente o que ele produziu. Os funcionários devem denunciar ao seu Sindicato se continuarem tendo problemas”, orienta Rosani.

Durante a reunião também foi feita a primeira conversa para negociação da renovação do acordo aditivo dos bancários do call center. Foi reforçado que, embora o documento contenha cláusulas que garantem pausas, muitos gestores não as respeitam.

 

Fonte: Contraf-CUT, com Seeb SP

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