14/06/2017

Mesmo após pressão do movimento sindical, Caixa insiste em descumprir ordens judiciais

A Caixa parece ignorar as reivindicações e demandas apresentadas pelos trabalhadores, que exigem mais transparência e respeito à categoria. A instituição tem evitado se posicionar frente a diversas questões e se recusado a cumprir também ordens judiciais. O banco ainda se nega a reconhecer a legitimidade da greve geral contra a retirada de direitos dos trabalhadores pelo governo Temer, realizada em 28 de abril.

Diante da postura intransigente da direção, o Sindicato bem como outras entidades acionaram a instituição na Justiça para impedir o desconto e assegurar o direito constitucional dos bancários à greve.

Representantes dos Sindicatos e da Apcef-SP também realizaram um ato de protesto no Feirão da Casa Própria, em São Paulo, onde questionaram o presidente do banco, Gilberto Occhi, sobre o desconto na remuneração dos empregados.

Após a cobrança dos trabalhadores, Occhi alegou que o desconto não foi autorizado por ele e que iria ordenar a sua reversão. Entretanto, o banco continua se negando à devolução dos dias descontados.

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa), que assessora a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), enviou um ofício, nesta quarta-feira (14), para solicitar a imediata negociação dos descontos efetuados referente a paralisação da Greve Geral, ocorrida em 28 de abril, seus efeitos na vida funcional dos empregados.

A greve geral é direito de todos trabalhadores, cidadãos brasileiros. É vedado a Caixa Econômica Federal adotar meios para constranger os empregados ao comparecimento ao trabalho. Destaca-se, que os Acordos Coletivos com a Caixa, historicamente, detêm cláusula de abono e compensação dos dias de greve, cabendo a negociação quanto a paralisação ocorrida no dia 28 de abril de 2017.

“Queremos a reversão imediata dos efeitos da paralisação pela Greve Geral, bem como a negociação coletiva a fim de possibilitar o abono e/ou compensação do dia 28 e seus reflexos. Aguardamos a data, horário e local para análise e discussão quanto ao assunto”, ressaltou Dionísio dos Reis, coordenador da CEE da Caixa.

 
Trabalho aos finais de semana
Não bastasse, a instituição também tem descumprido a lei ao pagar as horas-extras com apenas 50% de adicional referentes ao trabalho aos finais de semana para atender a demanda de saques de contas inativas do FGTS. Como se trata de trabalho durante o descanso remunerado, a hora-extra deve ser paga com 100% de adicional, conforme determina a cláusula 9 do Acordo Aditivo à CCT.

Ainda referente ao trabalho aos finais de semana, o banco se nega a cumprir acordo firmado em audiência de mediação na Procuradoria Regional do Trabalho, em Brasília, de enviar às entidades representativas comunicado do trabalho e a relação das agências que farão o atendimento ao público nessas datas com cinco dias de antecedência.

A falta de empregados no dia-a-dia das agências já causa grande transtorno, demandas abusivas e péssimas condições de trabalho. Em ações específicas, como a abertura das agências aos sábados para a liberação do FGTS, o caos é multiplicado.

“Há registros de filas imensas e demora no atendimento, reflexos da política deste governo de desmantelamento da Caixa, que geram alto grau de estresse nos empregados e também na população”, critica Antônio Júlio Gonçalves Neto, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região.
 
RH 184 e PLR
A Caixa ainda se mostra intransigente em outras várias questões, como o descomissionamento arbitrário, como o ocorrido com as bancárias em licença-maternidade, conforme previsto na nova versão do RH 184, e o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) pelo lucro líquido recorrente, proposta prontamente rejeitada pela Caixa, que alega dificuldades em atendê-la, sobretudo por causa de impedimentos legais estabelecidos pelo Ministério da Fazenda.

Para o dirigente, a recusa da empresa em rever os valores da PLR fazendo uma nova distribuição com base no lucro recorrente é uma prova de que a direção do banco não adota, já há algum tempo, uma política de valorização dos funcionários.

“Até onde vai o desrespeito da Caixa com seus empregados e também com as entidades?, indaga o diretor do Sindicato.

Fonte: Seeb Catanduva

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