12/05/2017

Bradesco é condenado a indenizar aposentado em R$ 8,5 mil por demora em atendimento

Um aposentado de 65 anos vai receber R$ 8,5 mil do Bradesco por ter ficado mais de uma hora para ser atendido, na fila de uma agência em Cuiabá (MT). A decisão da 7ª Comarca Civil de Cuiabá foi publicada na última sexta-feira 6 e teve como base a Lei Municipal nº. 4.069/01, que limita o tempo de espera por atendimento na cidade em 15 minutos.

Na ação, o Bradesco alegou que a espera de uma hora e onze minutos foi apenas um ‘mero desconforto’ para o aposentado e que isso não justificaria pagamento de indenização por dano moral.

O magistrado que condenou o banco, entretanto, disse que as instituições bancárias se recusam a cumprir as leis municipais por se acharem acima delas, e que a Câmara Municipal fez bem em fixar um tempo máximo de atendimento.

“Os bancos se recusam a cumprir leis municipais achando que estão acima de tais normas, porque são regidos pelas normas do Banco Central, mas bem acertada foi a decisão da Câmara Municipal desta cidade em fixar tempo máximo em que o cidadão/usuário dos serviços bancários tenha que ficar numa fila de espera”, asseverou o magistrado.

“Quando porventura algum banco encontra-se em perigo, o Estado se apressa em lhe socorrer, pior com o nosso dinheiro. Ao mesmo tempo, são veiculados na mídia os bilhões de lucros em trimestre de bancos, que as taxas de serviços cobrem quase toda a totalidade do custo operacional. Além do mais não é normal um usuário/cliente de um banco ficar mais de uma hora em uma fila, além de ser um idoso de 65 (sessenta e cinco) anos”, criticou.

Júlio César Trigo, diretor do Sindicato dos Bancários de Catanduva e Região explica que o tempo previsto de espera segundo a legislação varia, no máximo, até 20 minutos e, excepcionalmente, há tolerância de 10 minutos em dias de pagamento e dias que antecedem feriados prolongados. O descumprimento das leis e o aumento do tempo de espera por atendimento é reflexo do crescente número de demissões. 

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Nos últimos meses o banco vem demitindo em massa, o que compromete o atendimento, além de prejudicar o próprio bancário, que fica sobrecarregado. Mesmo com desfalque de funcionários nas agências, os bancários que permanecem são obrigados a continuar batendo as metas como se o quadro estivesse completo. O nível de cobrança é altíssimo, os bancários estão a beira de um colapso e o banco continua demitindo. Só pensam em lucro", critica o dirigente.

Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Catanduva

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