CEE vai cobrar posicionamento da Caixa sobre resultados da promoção por mérito
A Caixa Econômica Federal deu mais uma demonstração de desrespeito com os empregados. Divulgou o resultado da promoção por mérito ano base 2016, nesta quarta-feira (18), sem debater com as representações da categoria. Além disso, diminuiu o percentual de promovidos e a média de deltas distribuídos em relação a 2015. A Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) vai cobrar dados mais detalhes e um posicionamento do banco. O crédito da promoção ocorre na folha de janeiro, que será paga nesta sexta-feira (20).
Conforme as informações divulgadas pela Caixa, na intranet, dos 89.497 empregados passíveis de promoção, 76.305 foram promovidos. Desse total, 62.475 (69,8%) tiveram um delta e 13.830 (15,4%), dois deltas. Ficaram sem nenhum delta 13.497 trabalhadores, ou seja, 15% dos promovíveis. No ano passado, foram 14,6% na situação “delta zero”. Já a média neste ano foi de 1 delta por empregado, contra 1,01 em 2016.
“Na comissão paritária que propôs a metodologia, chegamos ao entendimento de que se deveria atingir pelo menos 1,1 delta por empregado, o que não ocorreu. A promoção por mérito é uma das mais relevantes conquistas dos trabalhadores da Caixa, que precisa ser garantida ano após anos. Esse tem sido o nosso trabalho, respaldado pela mobilização da categoria. Solicitaremos dados detalhados para aprimorar a sistemática”, diz Genésio Cardoso, coordenador da comissão paritário.
Histórico
“A promoção por mérito foi restabelecida em 2008, depois de mais de 15 anos de sonegação desse direito. É um avanço que precisa ser valorizado e defendido pela categoria”, afirma o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira. Em 2014, a Caixa não discutiu a sistemática, mas graças à pressão da categoria houve o pagamento de um delta para os promovíveis e a inclusão da sistemática no ACT 2015/2016.
Em 2015, a Comissão Paritária do Plano de Cargos e Salários (PCS) debateu as regras da promoção por merecimento, que trouxeram avanços significativos. A mesma sistemática adotada naquele ano foi assegurada também para 2016, com pagamento dos deltas em janeiro de 2017. O modelo prevê uma pontuação máxima de 70 pontos. Os critérios objetivos foram distribuídos da seguinte forma: 20 pela conclusão de 30 horas anuais de módulos da Universidade Caixa, cinco pontos pela participação no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e outros 15 pontos para a frequência medida pelo Sipon.
A sistemática também considerou critérios subjetivos, que garantiram até 20 pontos. Cada empregado indicou de dois a oito empregados da sua unidade (preferencialmente da sua equipe) que atenderam aos critérios de avaliação como relacionamento no ambiente de trabalho e contribuição para a solução de problemas. A distribuição dos 20 pontos variou em função do número de indicações, que tiveram relação com o número de indicações recebidas. Foi garantida também a pontuação extra de 10 pontos para iniciativa de autodesenvolvimento.
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